Estratégia de Investimento Semanal (15 de setembro)

Estratégia de Investimento Semanal (15 de setembro)

18.09.2023

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Agora, a Fed (quarta-feira). Super sexta-feira. A superar etapas com desenvolvimentos construtivos. Lento, mas bem.”

Na semana passada, o que podia sair bem, voltou a subir bem.

Por isso, as bolsas reagiram melhor, embora sexta-feira fosse muito fraca, especialmente em Nova Iorque, ao subir, novamente, a yield da T-Note até quase 4,35%, na espera da reunião da Fed, quarta-feira, 20. A inflação americana de quarta-feira saiu decente (a Taxa Geral recuperou, mas a Subjacente retrocedeu novamente), e, na quinta-feira, o BCE aplicou um dovish hike ou subida suave, que saiu bem. Notou-se um novo medo de continuar a subir, medo que antes não havia. Por isso, a Europa evoluiu melhor do que Wall St. (ES-50 +1,4% vs S&P500 -0,2%, na semana). A sensação sobre o ciclo americano foi de debilidade. Isso reforçou a expetativa de que a Fed repita em 5,25/5,50%, depois de amanhã. Consolidou-se a ideia de que as taxas de juros provavelmente não subirão mais, embora qualquer subida ocasional fosse excecional. Por isso, as bolsas melhoraram. Já dissemos que, num cenário normal, o tom do mercado melhoraria progressivamente à medida que superássemos 3 marcos imediatos: inflação americana, BCE e Fed. Apenas resta a Fed.

Esta semana, quarta-feira e super sexta-feira de bancos centrais.

Na quarta-feira, a Fed repetirá taxas de juros em 5,25/5,50% e o Brasil baixará pela segunda vez, até 12,75%. Na quinta-feira, a Noruega, Suécia, Suíça e Reino Unido voltarão a subir 25 p.b., sendo o mais importante que, pelo menos e acima de tudo, o BoE ofereça indícios de que poderá ser a sua última subida, se as circunstâncias não se deteriorarem. Os desenvolvimentos e mensagens, em conjunto, deveriam consolidar a ideia de que as taxas de juros deixam de subir. Até agora, a incerteza era até onde subiriam as taxas de juros, mas, desde agora, será quando ocorrerá a primeira descida e qual o banco central a aplicá-la. Isto em relação aos “grandes”, claro, visto que o Brasil já começou a baixar em agosto e voltará a baixar nesta quarta-feira. Em relação às futuras descidas de taxas de juros na Europa, Reino Unido e EUA, o mercado deverá adaptar-se a uma realidade provavelmente mais dura do que as suas esperanças atuais, porque é improvável qualquer descida de taxas de juros por parte da Fed, que será o primeiro banco central “grande” a reverter medidas, antes de finais de 2024. O consenso do mercado aponta para o 2T’24, mas não acreditamos que isso seja realista. Já o deixámos claro na nossa Estratégia de Investimento do 3T de 2023, pelo que confirmamos a nossa estimativa a respeito. Como também expressamos claramente, quando tudo era muito más confuso, que o BCE aplicaria a que, muito provavelmente, seria a sua última subida na sua reunião de 14 de setembro (ver pág.24), como efetivamente parece que sucederá a julgar pela sua reviravolta na semana passada. De forma complementar, sexta-feira será o dia dos PMIs Industriais em todo o mundo, sem melhorias relevantes, e isso refletirá a ideia de que os bancos centrais devem entrar numa fase de reflexão em relação a taxas de juros. A volatilidade continua a baixar (VIX ca.13%), e isso direciona para umas bolsas com tendência a recuperar. O mercado será lento, mas, de forma consistente, melhor a partir de agora.

Obrigações: “A Fed muda o rumo.”

Impera a sensação de que o ciclo em alta nas taxas de juro chega ao seu fim porque: (1) a inflação americana afasta-se de máximos (+3,7% em agosto vs 9,1% em setembro de 2022), com a taxa subjacente em +4,3% (vs 4,7% ant.) e (2) o BCE situa as taxas de juros em níveis que já não eram vistos desde 2001, após subir +25 pb até 4,00% (depósito)/4,50% (crédito), mas defende a manutenção dos níveis atuais durante muito tempo para parar a inflação. Esta semana é intensa em bancos centrais (PBOC/China, BoE/G.B, BoJ/Japão, SNB/Suíça…), mas é a Fed (Q; 19:00h) que marca o rumo. O mercado dá por garantido que a Fed vai manter as taxas de juros Fed Funds sem alterações em 5,25%/5,50% (probabilidade >95%), mas a chave está na mensagem de Powell, o quadro macro e o diagrama de pontos que reflete as perspetivas dos conselheiros sobre a evolução das taxas de juros. Intervalo (semanal) estimado T-Note: 4,38%/4,28%. Intervalo (semanal) estimado yield do Bund: 2,70%/2,60%.

Moeda: “Pendentes do BCE e inflação americana.”

EuroDólar (€/USD). - O BCE subiu as suas taxas de juros +25 pb, mas apontou que poderiam ter alcançado o limite. Esta semana, provavelmente, a Fed não fará alterações. Sem maior ampliação do diferencial de taxas de juros a favor do dólar, a linha deveria mostrar certa estabilidade. Int. est. (semana): 1,065/1,075. EuroLibra (€/GBP). – A chave é a reunião do BoE, com uma nova subida de taxas de juros (+25p.b.) até 5,50% para combater as pressões inflacionistas (IPC Subj. 6,9%). O medo de recessão (PIB -0,5%, em julho) poderia levar a que esta subida fosse a última do ciclo. A libra ver-se-á fortalecida. Int. est. (semana): 0,854/0,865. Eurosuizo (€/CHF): Semana marcada pela reunião do SNB, na quinta-feira, onde se espera uma nova subida +25pb. Acreditamos que o movimento está já bastante descontado no mercado, por isso, se não houver surpresas, o impacto na moeda não deverá ser demasiado grande. Int. est. (semana): 0,952/0,980. EuroYen (€/JPY).– Na sexta-feira, reunião do BoJ. Não são esperadas alterações nas taxas de juros (-0,1% atual), mas Ueda poderá insistir no término da política de taxas de juros negativas, se a inflação e os salários continuarem elevados. Isto deveria apoiar o Yen. Int. est. (semana): 156,6/159,0. EuroYuan(€/CNH).– A referência da semana é a reunião do PBoC, na quarta-feira. Perante a expetativa de que o banco central chinês repita taxas de juros e um BCE que parece ter chegado ao fim das subidas, o Yuan deverá ser valorizado esta semana. Int. est. (semana): 7,72/7,79.