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Como gastam os portugueses o seu dinheiro? Dicas de Poupança
22.05.2023
Escrito por: Ideias que Contam
O dinheiro custa a ganhar e na maioria das vezes parece que nos voa da carteira. Alimentação e restauração, combustíveis e medicamentos estão no topo das despesas que mais pesam no orçamento mensal.
Sugestões simples para poupar e ganhar. Ter hábitos de poupança é fundamental para conseguirmos, pelo menos, uma “almofada” de segurança que nos valha numa emergência ou para fazer face a um gasto inesperado.
Fomos perceber onde é que os portugueses mais gastam o seu dinheiro (ver infografia) e sugerir, em função disso, dicas para poupar e respirar de alívio ao final do mês.
NA ALIMENTAÇÃO
Os gastos com a alimentação são os que mais pesam no bolso dos portugueses. Como reduzir a fatura, agravada pela inflação? Algumas sugestões a ter em conta.
Não se perca no supermercado. Passear no supermercado sem orientação vai certamente acabar num carrinho cheio de produtos que não são os que mais precisa no momento e vai chegar à conclusão de que se esqueceu de algo que até era imprescindível. Por isso,
fazer listas de compras e adquirir somente aquilo de que necessita é uma boa forma de evitar gastos supérfluos.
Procure as melhores promoções. As cadeias de supermercados têm hoje disponíveis na internet os seus folhetos com as promoções da semana. Depois da lista feita, procure e compare preços. A diferença pode ultrapassar os 50 por cento entre um supermercado e outro.
Devagar, pelos corredores. Quando for às compras, evite as pressas. Saiba que vale a pena perder algum tempo a analisar os rótulos dos preços. Estes, além do preço final, costumam informar qual o custo da unidade/quilo/litro. Compare e faça as contas. Por exemplo, se olharmos para o preço ao quilo de um pacote de batatas fritas de 45 gramas verificamos que custa mais do dobro do de um de 265 gramas. Daí que optar pela embalagem maior é mais vantajoso embora tenha de pagar mais na caixa.
Marcas próprias, opção em alta. Impulsionadas pelo aumento do custo de vida, as vendas de produtos de marcas próprias do retalho alimentar estão a subir em toda a Europa e Portugal não é exceção. Um estudo recente assinado pela associação internacional de fabricantes de marcas próprias PLMA e pela consultora NielsenIQ dá conta que as também conhecidas por “marcas brancas” representam já, em média, 37% das vendas. Numa lista de 17 países liderada pela Suíça, Portugal é o terceiro, logo seguido pela Espanha. Na verdade, a opção por estes produtos não é de desvalorizar, dado que as cadeias estão cada vez a apostar mais na qualidade e sortido destes artigos que são vendidos a um preço mais acessível.
Comércio tradicional, sim. Embora não tendo o sortido vasto dos grandes supermercados, as pequenas mercearias e minimercados de bairro são geralmente mais económicos na hora de comprar fruta e vegetais, além de, na sua maioria, disponibilizarem produtos nacionais. Sendo alimentos altamente perecíveis, mais vale comprar em poucas quantidades e mais vezes por semana, para evitar que se estraguem e acabem no caixote do lixo, ou seja, menos desperdício alimentar e de dinheiro.
Cabaz controlado. A associação de consumidores Deco Proteste está a levar a cabo uma campanha que visa monitorizar os preços dos mais de 40 alimentos com isenção de IVA e garantir que a implementação do IVA zero se traduz numa efetiva redução dos preços ao consumidor. Para acompanhar a evolução destes preços, basta aceder à plataforma Cabaz Controlado e criar o seu cabaz virtual. Ao personalizar a sua lista de compras receberá, semanalmente, as oscilações de preços dos produtos abrangidos pela medida IVA 0% que escolheu. O registo é gratuito.
NO RESTAURANTE
Poupar em restaurantes e afins não significa abdicar da oportunidade tantas vezes de convívio. Claro que levar a marmita para o trabalho é sempre uma opção mais barata, mas saiba que pode reduzir a conta a pagar com pequenos truques.
Não conhece? Informe-se. Se está a pensar ir a um restaurante que ainda não está na sua lista ou para a qual não tem qualquer recomendação, informe-se previamente. Saber os horários de funcionamento é importante mas consultar a ementa e respetivos preços também. A maioria dos restaurantes disponibiliza a sua oferta quer em site próprios quer no Facebook e outras redes.
Adira aos descontos. Plataformas como o The Fork são úteis para obter informações sobre restaurantes em qualquer parte do país, reservar mesa e, o melhor, obter cupões de descontos em refeições que podem rondar os 50%. Confira datas, horas, exceções e exclusões que possam existir nas ofertas e não deixe de ler as opiniões de outros internautas sobre a qualidade e serviço.
Diga não aos “extras”. Muitos restaurantes colocam na mesa uma série de entradas que se forem consumidas, apesar de não solicitadas, aumentam a conta a pagar no final. Não se envergonhe de dispensá-las, ou parte delas, se for caso disso. Dispensável pode ser também a sobremesa ou, se estiver acompanhado, porque não partilhá-la? As bebidas encarecem igualmente as refeições, sobretudo vinhos e refrigerantes. Alternativa, vinho a copo ou da casa e água em vez de refrescos.
O que vai hoje? Prato do dia! Em regra, na ementa os pratos do dia têm preços mais convidativos e, em muitos casos, há, inclusive meias doses, para quem não come muito. Saem sempre mais económicos.
Levar em vez de comer no local. Precisamente para evitar gastos com extras, considere a opção do take-away para comer em casa ou no trabalho, se tiver espaço de refeições para colaboradores. Pode escolher a maioria dos pratos da ementa e não se esqueça de levar os seus próprios recipientes e um saco. As embalagens plásticas de uso único têm, desde 2022, um custo 30 cêntimos cada (as de alumínio passam a ser taxadas, a partir de setembro, no mesmo valor) e os sacos pagam uma taxa de 10 cêntimos. Ter um automóvel há muito que não é um luxo, mas parece, se considerarmos os gastos para a sua manutenção, que incluem o combustível, o qual consome a terceira maior fatia do nosso orçamento disponível depois da alimentação e restauração. Como poupar nesta parcela?
Conduza eficientemente. Ter o “pé pesado” e ultrapassar os limites de velocidade tem custos: em combustível, multas e na oficina em caso de acidente. Por isso, nada como optar por uma condução suave para ser mais eficiente e segura. Levantar o pé do acelerador pode representar poupanças na ordem dos 10 a 25%. A evitar fazer arranques, travagens e acelerações desnecessárias, manter o motor ao ralenti quando parado e viajar de janelas abertas, sobretudo se levar o ar condicionado ligado. Se o veículo tiver “cruise control”, use-o. Não só ajuda a manter a velocidade requerida como, por inerência, a poupar combustível.
Manutenção em dia. Respeite as revisões, siga as recomendações do fabricante e verifique com regularidade a pressão dos pneus, ajustando-a a cada situação/peso. Um carro carregado, por exemplo, precisa de mais pressão e por vezes bastam pequenas diferenças para haver um maior desgaste dos pneus, mais atrito e maior consumo.
Cartões, cupões e outros descontos. Cartões de empresas, cupões de supermercado, descontos das gasolineiras em dias específicos… não perca nenhuma oportunidade de poupança que lhe venha parar à mão. Grão a grão enche a bolsa o papo.
Apps que ajudam a poupar. Esteja onde estiver, para procurar o posto de combustível mais barato nas redondezas recorra a aplicações como a Vivagas, disponível para Android e iOS, e planeie rotas eficientes com o Waze.
NA FARMÁCIA
Poupar na farmácia não significa descurar a doença. Sobretudo à medida que a idade vai avançando, as contas neste local também podem aumentar. Então, onde cortar nos custos? “Marca branca” do medicamento. Os genéricos são fármacos iguais ou semelhantes aos de marca, em que o princípio ativo é o mesmo mas mais económicos. O seu médico pode ajudar a fazer a melhor escolha. Os medicamentos que não precisam de receita médica também podem ter um equivalente genérico. Informe-se junto do seu farmacêutico.
Automedicação, não! Não tome medicamentos por recomendação de amigos ou familiares. Sem um diagnóstico prévio, automedicar-se significa não estar a tratar a doença e gastar dinheiro em vão. Siga sempre recomendações médicas ou o aconselhamento farmacêutico e tome apenas as quantidades recomendadas.
“Poupe na receita”. Assim se chama a aplicação gratuita disponibilizada pelo Infarmed para telemóvel que permite ao utente, entre outras funcionalidades – como consultar “bulas” –, o acesso aos preços dos medicamentos. Isto facilita a identificação das opções mais baratas tendo em conta a substância ativa prescrita pelo médico.
Some pontos e desconte na conta. Entre as várias funcionalidades da plataforma e aplicação móvel Farmácias Portuguesas estão as promoções e os pontos que pode acumular no cartão Saúda e trocar por vales-desconto numa próxima compra.
NAS ROUPAS E ACESSÓRIOS
Não são bens de primeira necessidade, mas fazem parte do nosso rol de despesas regulares, sobretudo quando há crianças sempre a crescer. Algumas sugestões de poupança a seguir. Estipule um orçamento. Faça contas e para este “item” das despesas estipule um determinado orçamento que deverá cumprir. Procure geri-lo dando prioridade aos artigos de que mais necessita, por exemplo, comprar uns ténis para substituir outros já em fim de vida. De preferência, proceda assim para todas as peças, por substituições, até para evitar acumular no armário. Por outro lado, use e abuse da internet para comparar preços. A evitar: comprar por instinto ou apenas porque está na moda.
Preço-qualidade em mente. Ao adquirir roupa, sapatos e outros acessórios de uso frequente, por vezes o barato sai caro. Como a qualidade deixa a desejar, a peça estraga-se facilmente, o que torna as substituições mais frequentes. Opte antes por artigos com uma boa relação de preço-qualidade, a pensar numa durabilidade superior.
Aproveite saldos e promoções, mas não se deixe enganar. Faça uma ronda antes dos saldos para poder conferir os preços “antes e depois” e ver se os descontos são efetivos. A melhor altura para ir às compras é logo quando os saldos começam. Mais tarde, a promoção pode ser maior, mas corre o risco de já não haver a peça que deseja ou o seu tamanho. Se a roupa é de criança, pode aproveitar para comprar as peças mais caras um tamanho acima para poderem servir na mesma estação seguinte. Alternativa fora da época de saldos: as lojas outlet ou de segunda mão.
NAS TELECOMUNICAÇÕES E UTILITIES
Telecomunicação, eletricidade, gás e água: não vivemos sem eles e com o mundo interligado e cada vez mais eletrificado não é fácil poupar, mas é possível.
Rever preços e contratos com os operadores. À exceção da água (os serviços são municipalizados com pouca ou nenhuma concorrência), todas as outras necessidades podem ser revistas e negociadas juntos dos operadores. Mesmo em contratos com fidelização é praticável renegociar serviços e conseguir com isso condições mais vantajosas.
Água, luz e gás, o nosso comportamento conta. Há pequenos gestos no nosso dia a dia que, ao pouparem recursos, impactam positivamente, não apenas na carteira como no planeta. No “Ideias que Contam” já lhe demos a conhecer alguns deles. Veja aqui a importância de poupar água ou como reduzir a conta da luz, sobretudo agora que vem aí o calor.
NAS VIAGENS E ALOJAMENTOS
O lazer é alimento para a alma. Passeios, férias e escapadinhas são importantes para quebrar a rotina e descansar. Não sendo prioritários, fazem parte dos gastos dos portugueses e estão a aumentar. Como poupar nesta matéria?
Planear com antecedência. É caso para dizer que tempo é dinheiro. As viagens planeadas com antecedência permitem poupanças consideráveis, sobretudo em transportes como o avião e autocarros. Defina atempadamente um orçamento, planeie as rotas e faça as reservas.
Hotéis online. Reservar o alojamento online pode trazer benefícios, uma vez que há sempre promoções. Sites como o Trivago permitem-lhe pesquisar alojamentos em todo o mundo, comparar preços e reservar, tendo em conta as melhores ofertas para cada destino. Ainda assim, sugerimos que analise o site do hotel escolhido para verificar se não estará a decorrer alguma campanha ainda mais vantajosa em reservas diretas. Uma vez alcançada uma rotina de poupança, aos poucos irá conseguir amealhar e investir de olhos postos no futuro. Descubra as soluções de investimento do Bankinter.