Estratégia de Investimento Semanal (7 de dezembro)

Estratégia de Investimento Semanal (7 de dezembro)

11.12.2023

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Semana de bancos centrais: última reunião do ano para Fed, BCE, BoE e SNB. As bolsas deverão corrigir.”

As bolsas encadeiam seis semanas consecutivas em alta.- Subidas na Europa, mercado plano nos EUA e novas descidas na yield do Bund (2,27%, - 9 p.b. na semana), impulsionadas pelos dados macro. Assim, o IPC da Zona Euro surpreendeu positivamente ao moderar a taxa geral até +2,4% em novembro (vs. +2,7% estimado e +2,9% anterior) e a subjacente até +3,6% (vs. +3,9% estimado e +4,2% anterior). Nos EUA, conhecemos o Deflator do Consumo Privado (PCE) de outubro, que se moderou tanto na taxa geral a +3,0% a/a (vs. +3,1% esperado e +3,4% anterior) como na subjacente, +3,5% a/a (vs. +3,5% esperado e +3,7% anterior). Na terça-feira, 12, é publicado o IPC dos EUA (novembro) e espera-se que enfraqueça apenas uma décima até +3,1% a/a. Além disso, os dados de emprego nos EUA continuam fortes, talvez demasiado para começar a pensar em descidas de taxas de juros; a Taxa de Desemprego, em novembro, cai para 3,7% (vs. 3,9% esp. e ant.). O debate foca-se agora se a Europa baixará taxas de juros primeiro do que os EUA. Na semana, Eurostoxx50 +2,4% e S&P 500 +0,2%. As principais referências serão a inflação americana de amanhã e as reuniões dos bancos centrais desde quarta-feira. A inflação americana de amanhã poderá retroceder novamente, mas já muito pouco: 1 décima, até +3,0%, e a repetir a Taxa Subjacente em 4,0%. Isto é muito importante porque se sai como esperado, reforçaria a nossa estimativa de que será mais difícil do que geralmente se acredita que retroceda abaixo dos 3%, consolidando um tempo à volta desse nível e com a Subjacente, que é a tendencial de médio prazo, estável à volta de 4%. Isso significaria que, tal e como nós estimamos, regressar ao objetivo de 2% é improvável a curto prazo. Por isso, deverá arrefecer substancialmente a expetativa atual de descidas de taxas de juros rápidas e agressivas. E isso deverá arrefecer as bolsas, que deveriam consolidar em vez de subir mais, depois do seu recente rally. Esta semana, reúnem-se, pela última vez em 2023, Fed, BCE, BoE, SNB e o Norges Bank (dias 13 e 14). E o BoJ, na terça-feira, 19. Igual aos outros bancos de segunda linha (Austrália e Canadá), esperamos que todos estes bancos mantenham as suas taxas de intervenção sem alterações. Além disso, nas comparências, tentarão com palavras travar as expetativas de descidas de taxas de juros, que parecem excessivamente otimistas, principalmente em relação ao timing. O mercado já desconta as primeiras descidas de taxas de juros para entre março e maio de 2024, enquanto nós estimamos que as 
primeiras descidas ocorram, assumindo o mais cedo possível, nos finais de 2024. Estimamos que as bolsas arrancarão a semana com ganhos moderados, apoiadas na expetativa de que os bancos centrais moderem as suas mensagens. Mas acreditamos que estes reafirmarão as suas posições, o que deveria desanimar os mercados e traduzir-se em realizações de benefícios no final da semana. Vemos prudente que os mercados façam uma pausa e assimilem uns tempos mais prudentes sobre as taxas de juros. Descansar é prudente.

Obrigações: “Semana-chave de bancos centrais. Provável arrefecimento de expetativas e, portanto, subida de yield.”

Teremos, na quarta-feira, Fed e, na quinta-feira, BCE e BoE. Espera-se que todos mantenham as taxas de juros sem alterações, pelo que a atenção estará nas comparências, revisões do quadro macro e diagrama de pontos da Fed. Tentarão arrefecer as expetativas de descidas de taxas de juros, que parecem ter exagerado. O mercado desconta que as primeiras descidas poderão ocorrer entre março e maio de 2024, enquanto a nossa estimativa é que serão mais para o final do ano. Além disso, amanhã teremos o IPC dos EUA, correspondente ao mês de novembro. A taxa geral poderá enfraquecer uma décima (até +3,1% vs +3,2% anterior), embora se estime estagnação da subjacente em +4,0%. Enfrentamos, assim, uma semana de elevada volatilidade, em que o mais provável é que se reajustem as expetativas e a yield das obrigações suba de forma geral. Intervalo (semanal) estimado T[1]Note: 4,20%/4,35%. Intervalo (semanal) estimado yield do Bund: 2,25%/2,40%.

Moeda: “As expetativas de taxas de juros valorizam o dólar.”

EuroDólar (€/USD)
O dólar valoriza-se perante as expetativas de que o BCE seja o 1.º banco central a baixar taxas de juros para impulsionar o PIB e evitar risco de uma recessão, enquanto a Fed prolongaria durante mais tempo o tom restritivo da política monetária. Int. est. (semana): 1,070/1,085.
 
EuroLibra (€/GBP)
Tanto o BoE como o BCE manterão taxas de juros em 5,25% e 4,00%/4,50%, respetivamente. Uma inflação mais alta no Reino Unido do que na UE aumenta as probabilidades de um tom mais duro por parte do BoE e uma valorização da libra. Int. est. (semana): 0,852/0,862.
 
Eurosuizo (€/CHF)
O CHF alcança máximos desde 2015 face ao €. A expetativa de descida de taxas de juros do BCE adianta-se para março vs junho para o SNB. O diferencial favorece o CHF. Int. est. (semana): 0,965/0,940.
 
EuroYen (€/JPY)
Depois das declarações de membros do BoJ, aumentou a expetativa de um maior endurecimento e valorizou o yen na semana passada. Esta semana esperamos uma ligeira desvalorização prévia à reunião da próxima semana. Int. est. (semana): 155,5/158,5.
 
EuroYuan(€/CNH)
O câmbio mover-se-á conforme o BCE. Se este consegue arrefecer as expetativas de descidas de taxas de juros na Europa, o yuan deverá perder parte do terreno ganho nas últimas semanas face ao euro. Int. est. (semana): 7,68/7,80.