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Estratégia de investimento semanal (28 Janeiro)

31.01.2022

Escrito por: Bankinter Portugal

Em relação à última semana, o mercado parecia digerir melhor a agressividade da Fed após a sua reunião na 4ª, ou parecia já descontar em certa medida essa agressividade.

 

A Fed deixou bastante claro que quer agir de forma mais rápida e profunda do que parece prudente: fim do programa de compra de ativos (QE) em março, primeira subida das taxas de juro talvez nesse mesmo mês, mais subidas durante o ano do que aquelas que o mercado tinha interiorizado devido às orientações anteriores da própria Fed e redução do balanço (agora 9Bn$ ou 40% s/PIB) o mais cedo possível e coincidindo com as primeiras subidas das taxas de juro.

Aliado ao aumento do prémio de risco implícito provocado pela situação geoestratégica (Rússia), deixou as bolsas completamente desorientadas: na 5ª feira assistimos a subidas na Europa e quedas nos EUA, e na 6ª vimos a situação inverter-se com EUA em alta e Europa em retrocesso.

Um comportamento errático que reflete o aumento de volatilidade e de risco nos mercados.

Quanto a esta semana, parece melhorar a probabilidade de uma solução não-militar entre a Rússia e a Ucrânia, mas continua a ser uma incógnita qualquer coisa pode acontecer e teremos de continuar a monitorizar. Um desfecho negativo e militar é um evento que estimamos não estar ainda descontado e que teria um efeito negativo nos mercados.

Teremos vários dados macro ao longo da semana e damos particular destaque aos dado de Inflação. As previsões do consenso indicam que o IPC deverá começar a retroceder na europa: Alemanha (4,2% estimado vs 5,3% anterior); UEM (4,1% estimado vs 5,0% anterior). Caso efectivamente evoluam assim isto seria positivo para as bolsas na Europa e poderia dar-lhes algum suporte. Na 5ª feira, teremos também reunião do BCE, que não deverá fazer nenhuma alteração à taxa de juro, e do Banco de Inglaterra que deverá subir a taxa de juro de 9,25% até 10,75%. 

Quanto à temporada de resultados empresariais, estes continuam a ser positivos e a bater ligeiramente as expectativas (+19% aumento de EPS esperado para o S&P500).

No entanto, as ultimas reações do mercado são confusas e não sabemos até que ponto está descontada a agressividade da Fed, para além da incógnita da Rússia que se mantém. Reconhecendo um maior nível de risco para 2022 e um potencial de revalorização em bolsa que não é tão forte quando comparando com 2020/21, adaptamos as nossas recomendações de investimento a este novo contexto. Essa adaptação será feita em duas fases:

Fase 1 - Se o mercado aguentar e a bolsa se estabilizar na próxima semana continuaremos a seguir a nossa presente estratégia focada em Equities e em sectores específicos (que se reflecte nas nossas atuais Carteiras Modelo). No entanto, tendo em conta o nível de risco actual alteramos a partir de agora a nossa ordem de preferência sectorial: o setor Financeiro passa a ser o nosso primeiro sector de eleição e descemos Tecnologia ao segundo lugar na nossa lista de setores recomendados e concentrando-nos apenas nas “grandes” tech (Apple, Microsoft…), cibersegurança e gaming. Isto é, reduzimos beta e, assim, a exposição qualitativa aos riscos.

Fase 2 - Se i)a situação na Russia se agravar ou ii) o mercado continuar a reagir negativamente à postura da Fed, continuaremos a descer Tecnologia nas nossas preferências e reduziremos exposição a bolsa. De forma quantitativa isto significa que caso o S&P500 desça até ao 4.100 pontos (o que representaria uma descida adicional de -5% e que definimos como o nosso limite de tolerência de risco) ativaremos esta adaptação, recomendando uma redução da exposição a bolsa de -10% de forma transversal aos vários perfis de risco das nossas Carteiras Modelo e passando a ter mais foco em empresas de dividendos do que em crescimento.

 

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