Estratégia de Investimento Semanal (24 de novembro)

Estratégia de Investimento Semanal (24 de novembro)

27.11.2023

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Rápido processo reconstrutivo. Consumo na época festiva, inflação em baixa e 2 bancos centrais a repetir.”

A semana passada foi animada, ao recuperar em vez de se limitar a consolidar.
Esperávamos que conservasse a inércia em alta e a realidade até foi melhor, com recuperações suaves (aprox. +0,5%/+1%). Ajudou que as 3 referências macro americanas da semana saíssem abaixo das expectativas: (i) Indicador Adiantado, na segunda-feira: -0,8% vs -0,7%. (ii) Vendas de Habitações, na terça-feira: 3,79M vs 3,90M. (iii) Pedidos Bens Duráveis, na quarta-feira: -5,4% vs -3,2%. Mas foi determinante para sentenciar a semana em positivo, em que Nvidia publicou resultados e guidance melhores do que o esperado, mas com uma mensagem fraca sobre vendas na China, e que o Riksbank (b.c. da Suécia) repetiu a Taxa Diretora em 4%, quando se esperava que subisse novamente. Este último, embora de um banco central um pouco periférico, reforçou a expectativa de que o ciclo de subidas de taxas de juros terminou, permitindo, assim, que as yields das obrigações caíssem um pouco mais. A recuperação suave da semana passada (S&P500 +1%; ES-50 +0,7%), a quarta semanal consecutiva, contribuiu para tornar mais sólida a inércia em alta de fundo de mercado, apoiando a nossa hipótese de que este é o momento de assumir uma posição larga nas bolsas, para 2024. :: Esta semana poderá ser mais animada e interessante do que o que parece.- Porque temos 2 referências-chaves de primeira linha e outras 2 de segunda, destacando a inflação. Como referências de primeira linha, temos: (i) Primeiros resultados de Vendas da época natalícia. Espera-se +3%/+4% para toda a época natalícia e +5%+6% nos dias principais (Black Friday & Cyber Monday). Os resultados preliminares sobre estes últimos parecem bons (+7,5%/+9%), mas as vendas físicas um pouco fracas (+1%). Estes resultados são essenciais. (ii) Quarta e quinta-feira: inflação. Primeiro Alemanha, que se espera que retroceda até +3,5% desde +3,8%. Depois, na quinta-feira, UE e Deflator do Consumo americano (PCE). A inflação europeia poderá retroceder 2 décimas, até +2,7%, e a Taxa Subjacente desde +4,2% até +3,9%. Também se espera que retroceda o Deflator de Consumo americano: +3,1% desde +3,4%, com a Subjacente a retroceder 2 décimas, até +3,5%. Parecem estimativas algo otimistas, portanto somos um pouco céticos. Nós estimamos uma ligeira recuperação da inflação europeia, em novembro, em vez de um retrocesso. O contexto não deixou de ser inflacionista por razões semiestruturais, visto que os fatores transitórios inflacionistas se infiltraram nos salários. Convém estarmos preparados se a inflação dececionar desta vez. E as 2 referências de segunda linha são a primeira revisão do PIB 3T americano, até +5,0% desde +4,9% preliminar, e os bancos centrais de Nova Zelândia e Coreia, que repetirão taxas de juros (5,50% e 3,50%, respetivamente), reforçando a expectativa de que as subidas terminaram. Em suma, o mercado tornou-se inercialmente em alta, mas cuidado com manter um excessivo otimismo sobre uma inflação que poderá dececionar esta vez. E cuidado também com as vendas físicas na época natalícia, para o caso de serem fracas. E as bolsas necessitam de descansar depois de 4 semanas a subir…

Obrigações: “A inflação conduz o mercado.”

O sentimento de investimento é bom, a procura no setor primário é sólida e aumenta a entrada de dinheiro em fundos de investimentos (soberanos e corporativos). Os fundamentos jogam a favor das obrigações (Inflação em baixa) e os bancos centrais começam a estar mais preocupados pelo crescimento - PMIs da UE em contração e menor dinamismo do mercado laboral nos EUA. -. Além disso, a volatilidade tende a baixar, embora ainda seja elevada (MOVE Index em 111 pontos vs 140 em princípios de outubro). Neste contexto, a a yield da O10 A, nos EUA, ronda o nível psicológico de 4,50%, com o Bund alemão em 2,60% e os prémios de risco periféricos contidos (~175 bp Itália e ~100 pb Espanha). Esta semana, a melhoria prevista no Deflator do Consumo Privado/PCE dos EUA e o IPC da UE (ambos na quinta-feira) marcam o rumo. Intervalo (semanal) estimado T-Note: 4,40%/4,55%. Intervalo (semanal) estimado yield do Bund: 2,60%/2,70%.

Moeda: “IPC na Europa e PCE na UE enfraqueceram.”

EuroDólar (€/USD)
Numa semana curta devido à Ação de Graças, o câmbio mantém-se sem variações. A atenção centra-se na inflação (IPC na UE e PCE nos EUA). Ambos enfraquecerão,reafirmando a expectativa de que os bancos centrais terminaram as subidas. Esperamos estabilidade no câmbio. Int. est. (semana): 1,087/1,098.

 

EuroLibra (€/GBP)
A chave está no IPC da Zona Euro. Se cumpre expectativas e continua a enfraquecer (+2,7% a/a estimado), a libra deverá ser valorizada. A inflação no Reino Unido é superior (+4,6% a/a), fazendo prever taxas de juros altas durante mais tempo. Int. est. (semana): 0,874/0,861

 

Eurosuizo (€/CHF)
A Inflação, Taxa de Desemprego e a Confiança do Consumidor, na UE, não deverão ser capazes de mover o câmbio. Esperamos mais uma semana de lateralidade. Int. est. (semana): 0,962/0,973.

 

EuroYen (€/JPY)
O Yen continuará a mostrar debilidade a c/p perante a escassa probabilidade que o mercado dá a uma subida de taxas de juros, na reunião do BoJ de dezembro. Na macro, há poucas referências e apenas se destaca a Confiança do Consumidor (Q) e Taxa de Desemprego (S). Int. est. (semana): 163,9/162,6.

 

EuroYuan(€/CNH)
Esperamos uma semana lateral devido à falta de dados macro na China. Na quinta-feira, o PMI Industrial poderá afetar o câmbio, mas não deverá ter um impacto importante, se for ajustado às expectativas. Int. est. (semana): 7,81/7,91.