Estratégia de Investimento Semanal (26 de fevereiro)

Estratégia de Investimento Semanal (26 de fevereiro)

26.02.2024

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Os resultados empresariais apoiam os mercados. Aproxima-se o fim da temporada. A evolução da inflação volta ao centro do debate.”

Os resultados empresariais apoiam os mercados. Em particular, o rescaldo positivo das guias e a mensagem de NVIDIA devolvia tranquilidade ao setor de semicondutores e ao tecnológico, em geral. Na Europa,também brilharam com nome próprio empresas como Repsol, Mercedes-Benz e AXA, que batiam expetativas e todas melhoravam a retribuição ao acionista. As referências macro foram, como esperávamos, de menor relevância. Os PMIs provisórios de fevereiro mostraram maior força nos EUA; embora o Composto um pouco mais fraco do que o esperado (51,4), todos continuam em zona de expansão. Na Europa, melhoraram (48,9), liderados por Serviços (regressa a 50); mas Industriais surpreendeu negativamente (especialmente na Alemanha, embora o recente IFO de expetativas melhorasse o tom). . :: A evolução da inflação volta ao centro do debate, enquanto a temporada de resultados vai terminando. Esta semana, destacam-se, pelo lado macro, as referências sobre preços, tanto na Europa como nos EUA, que em todos os casos são antecipados em baixa, e a primeira revisão do PIB americano. (1) Nos EUA, espera-se que o Deflator do PCE de janeiro (quinta-feira) baixe - 0,2pp e -0,1pp para 2,4% e 2,8%, respetivamente, embora reste recordar que o IPC de janeiro e da sua taxa Subjacente (3,9% janeiro) foram mais lentos do que o esperado. (2) Na Europa, o IPC de fevereiro (preliminar) na Alemanha e Espanha (quinta-feira) e da UE (sexta-feira) poderão moderar as expetativas de preços para o BCE na próxima semana (7 março), onde serão revistas as projeções macro. Em qualquer caso, Lagarde já indicou recentemente que precisa de ter confiança que os dados de inflação avançam em boa direção para iniciar a descida de taxas de juros. (3) Primeira revisão do PIB do 4T 2023 (quarta-feira) deverá confirmar a solidez com que surpreendeu inicialmente (3,3% t/t anualizada), o que deve aliviar pressão à Fed para mover taxas a curto prazo. Outras referências menos relevantes: IPC do Japão (terça-feira) e, nos EUA, Pedidos de Bens Duráveis e Confiança do Consumidor (terça-feira). No lado empresarial, está a terminar a temporada nos EUA, com um crescimento de EPS que supera as expetativas trimestrais iniciais. As principais referências serão já na Europa. :: Em suma, os mercados permanecerão com um tom cauteloso, iniciando a semana com realizações de benefícios (exceto Japão, que permaneceu fechado na sexta-feira). Se forem cumpridas as expetativas de contenção de preços, as bolsas continuarão apoiadas (exceto por riscos geopolíticos pendentes) perante a estabilidade no mercado de obrigações, além do possível catalisador dos resultados (embora esta semana mais centrados na Europa e de menor relevância do que os recentes).

 

Obrigações: “Pendentes da Inflação. Pouca intensidade em primário. Mantemos o risco de duração baixo.”

As referências macro mais relevantes da semana serão o Deflator Consumo Privado/PCE (29 fev.), nos EUA, e o IPC e Taxa de Desemprego (ambos a 1 de março), na Europa. No mercado primário, Alemanha emite a 15 e 25 anos. Os EUA concentram as emissões em 2, 5 e 7 anos. À custa de conhecer os montantes, o mais provável é que a procura seja forte, tal e como temos vindo a observar desde o início do ano. Esperam-se registos de preços positivos. Nos EUA, espera-se que o PCE desacelere 2 décimas, apesar do mau registo da inflação em janeiro. Na Europa, antecipa-se que o IPC (fev.) se situe em +2,5% (vs +2,8% ant.), embora os salários subam +4,5% (a/a) no 4T 2023 e a crise do Mar Vermelho esteja ainda sem solução. Otimista? Portanto, mantemos a nossa preferência por secções curtas da curva de taxas de juros (risco de duração baixo). Int. (semanal) estimado T-Note: 4,15%/4,30%. Int. (semanal) estimado yield do Bund: 2,30%/2,45%.

Moeda: “Semana marcada por referências de preços.”

EuroDólar (€/USD) As expetativas de descida de taxas de juros por parte da Fed continuam a afastar-se no tempo (o consenso de mercado já desconta a primeira descida na reunião de 12 de junho), o que deverá favorecer um pouco a apreciação no dólar. No plano macro, estaremos principalmente atentos às referências de preços: Deflator PCE dos EUA de janeiro (Q) e o IPC da UE de fevereiro (S). Int. est. (semana): 1,080/1,087. EuroLibra (€/GBP) A atenção estará nas comparências de membros do BoE: Pill, Ramsden, Mann... Apesar da debilidade do PIB, é provável que mantenham um tom hawkish perante um IPC que se mantém elevado (5,1%). Isto apoiará a libra. Int. est. (semana): 0,850/0,858. Eurosuizo (€/CHF) O IPC da UE é a referência da semana e, se confirmadas as expetativas, o dado joga a favor de um BCE mais suave. O franco suíço deverá apreciar-se. Int. est. (semana): 0,943/0,959. EuroYen (€/JPY) Ueda (BOJ) insiste que o ciclo económico e tendências de inflação melhoram. Não consegue antecipar as expetativas do mercado na mudança de política monetária. Esta semana, a descida de preços em janeiro manterá a debilidade do Yen. Int. est. (semana): 162,8/165,0. EuroYuan(€/CNH). O banco central chinês (PBoC) baixou a taxa de referência a 5ª em -25p.b. até 3,95%, depreciando o yen. Esta semana, esperamos o movimento oposto perante a moderação do IPC europeu e um PMI Industrial chinês fraco. Int. est. (semana): 7,75/7,84.