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Estratégia de investimento semanal (21 Janeiro)

24.01.2022

Escrito por: Bankinter Portugal

As variáveis determinantes para o mercado continuam a ser a Rússia e a Fed.

 

Mesmo que a reunião da Fed desta quarta-feira seja muito relevante, porque de facto é, a Rússia passou para o primeiro lugar. Analisemos ambas as variáveis de forma individual para identificar os desfechos que estas deveriam ter para evitar que as bolsas continuem a recuar.

Consideramos 3 cenários relativamente à Rússia/Ucrânia: bom, mau e péssimo. 

Cenário bom: pacificação através da diplomacia. Recuperação das bolsas, apesar de que o vigor da mesma seria sempre condicionado pela decisão da Fed na quarta-feira. 

Cenário mau: “invasão light”, a partir do leste e do sul, mas sem isolar as 3 repúblicas bálticas da Polónia, através de uma invasão desde a Bielorrússia para ligar Kaliningrado ao resto da Rússia. Dependendo da extensão dos danos e do tempo que a situação demore a estabilizar (isto é, o fim da ação militar), as quedas das bolsas serão mais curtas ou prolongadas.

Cenário péssimo: o grau de invasão do “cenário mau”, mais o comentado isolamento das 3 repúblicas bálticas, o que representaria um ato de guerra contra a NATO com consequências imprevisíveis. Este é o cenário menos provável e o único que nos obrigaria a realizar uma mudança radical na nossa estratégia de investimento.

Caso aconteça o “cenário bom”, o mais provável é que a Fed mantenha a sua abordagem atual, mas deslocando-se lentamente no sentido de uma menor agressividade relativamente à redução do seu balanço. Neste caso, a nossa estratégia de investimento não sofreria qualquer alteração.

Contudo, caso aconteça o “cenário mau”, as bolsas, e especialmente a tecnologia, iriam sofrer até à estabilização da situação (fim da ação militar). O mais provável seria o adiamento pela Fed de qualquer endurecimento (tapering mais lento, subidas de taxas de juro mais tarde e nenhuma referência ao balanço), tal como o BoE (que já não subiria as taxas de juro no dia 3 de fevereiro, como se prevê nesta altura). Neste caso, o mais provável seria uma redução dos nossos níveis de exposição recomendados por perfis de risco (25% Defensivo/35% Conservador/50% Moderado/65% Dinâmico/80% Agressivo), assim como o peso da tecnologia, apesar de que a intensidade dos nossos movimentos dependeria sempre da evolução detalhada da situação. 

Como consequência, embora esta semana seja possível quase qualquer desfecho, seguindo o senso comum não introduzimos ainda nenhuma alteração na nossa estratégia, considerando que não chega a materializar-se aquilo que prejudica a todos e não favorece ninguém e atribuindo uma probabilidade de 50% de que a Fed transmita, na quarta-feira, uma mensagem que se possa interpretar como menos agressiva, nomeadamente no que se refere à redução do balanço (seria suficiente que este não fosse referido).

Não vamos alterar nada até que os factos não o tornem inevitável, mas estamos preparados para agir rapidamente caso isso aconteça.

 

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