Blog Bankinter Portugal
Estratégia de Investimento Semanal (17 de novembro)
20.11.2023
Escrito por: Bankinter
Bolsas: “Nunca ignore um mercado que quer continuar a subir. O problema das yields fica resolvido.”
(+) TERCEIRA SEMANA CONSECUTIVA DE SUBIDAS.- O obstáculo que implicaria a subida das yields parece despejado de forma fiável. A inércia é em alta e há que assumir posições para 2024, porque depois pode tornar-se confuso.
(+) PORTUGAL SUPERA ESPANHA NO RATING PELA PRIMEIRA VEZ (MOODY´S).- Mantém Espanha em Baa1 com Perspetiva Estável, mas adverte sobre as consequências da polarização política e o risco que supõe apoiar um governo em partidos separatistas.
(+) MILEI GANHA NA ARGENTINA.- Será interessante observar e analisar resultados. Einstein dizia que não podemos esperar resultados diferentes se continuamos a fazer o mesmo. Veremos.
Excelente semana graças à descida da inflação americana e ao se consolidar a ideia de que as taxas de juros não subirão mais. - Esperávamos uma boa semana e obtivemos mais do que isso. Foi excelente. Sem nenhuma surpresa negativa destacável. Com isso, o mercado recuperou a autoconfiança da qual carecia desde há meses. A inflação americana retrocedeu até +3,2% desde +3,7%, quando se esperava +3,3%. A expetativa era boa; mas a realidade, melhor. Também porque a Taxa Subjacente retrocedeu até +4,0%, quando se esperava que repetisse em +4,1%. Esta última ainda é elevada, sem dúvida, mas com os Fed funds ou taxa diretora em 5,25/5,50%, as taxas de juros são reais, em aprox. 200 p.b. Também na UE (IPC +2,9% vs Taxa de Crédito 4,50%) e R. Unido, onde, na semana passada, se publicou uma inflação a retroceder subitamente até +4,6% desde +6,7% (Taxa Diretora em 5,25%). Isso significa recuperar certa normalização em taxas de juros e um retrocesso importante da inflação, o que libera o mercado de uma forte pressão. Agora, as inflações americana e europeia encontram-se à volta de +3%, pelo que o risco de subidas de taxas de juros diminui notavelmente. Isso animou e animará as obrigações e bolsas, oferecendo generosos avanços, na semana passada: S&P500 +2,2%, Nasdaq-100 +2% e ES-50 +3,4%. E foi a terceira semana consecutiva desubidas, confirmando-se assim que menores yields das obrigações, em combinação com EPS (benefícios corporativos) em ponto de inflexão para melhor (EPS 3T do S&P500 +4% vs -0,7% esperado), permitem umas bolsas mais cómodas que pensam já em 2024 a aceitar riscos superiores. Esta semana será atípica, com o arranque da campanha de Natal ou época festiva, nos EUA.- Quinta-feira é Ação de Graças (mercado americano fechado), na sexta-feira é a Black Friday (mercado aberto a meia sessão), e, na segunda-feira, 27, Cyber Monday. Os primeiros resultados de venda estarão disponíveis ao longo do fim de semana, assim que é improvável que influenciem esta semana. Espera-se +3%/+4% para toda a época festiva, segundo a NRF, e no intervalo +5%/+6% para os dias mais assinalados de forma individual, segundo Adobe. Em caso de se cumprirem, serão resultados suficientemente bons para apoiar a recente recuperação das bolsas.… embora a chave-mestra de tal recuperação seja, sem dúvida, o retrocesso das yields das obrigações, que permite a suavização da inflação, que, por sua vez, torna improvável qualquer subida de taxas de juros adicional. Visto que as vendas na época festiva não influenciarão esta semana, o mais provável é que a inércia em alta das últimas 3 semanas a domine, embora com tendência a consolidar níveis, uma vez que a subida das yields das obrigações se neutralizou de forma aparentemente fiável. Este problema parece resolvido e é melhor não ignorar um mercado que quer continuar a subir, posicionando-se para 2024. Isso é precisamente o que acreditamos que é necessário fazer agora, antes que seja tarde. Porque para tudo há um melhor momento. O de posicionar-se para 2024 pode ser agora, porque depois a situação poderá tornar-se um pouco confusa ao longo de 2024, principalmente à medida que se aproximam as eleições americanas de novembro… para as quais, com a informação atual, parece que Trump será o candidato republicano. E a sua hipotética vitória implicaria mudanças arriscadas na delicada geoestratégia atual.