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Estratégia de Investimento Semanal (14 de Fevereiro)

14.02.2022

Escrito por: Bankinter Portugal

Bolsas: “Semana chave para a Rússia/Ucrânia. Cuidado com as mensagens da Fed e do BCE. Tensão e riscos em alta.”

 

Fechámos a semana passada com a expansão do take profit na quinta-feira, devido à uma inflação americana superior ao esperado (+7,5% vs +7,3%) e às posteriores declarações de Bullard (Fed St Louis) defendendo subidas acumuladas de +100 p.b. (até 1,00%/1,25%) nos próximos 4 meses. A expetativa de que a Fed possa aumentar +50 p.b. de uma vez na sua reunião de 16 de março aumentou para quase 90%, após a publicação de uma inflação tão alta e as posteriores declarações de Bullard, o qual exerce alguma influência sobre os restantes membros do conselho. Sempre que a Fed adota uma atitude “hawkish” (dura) estraga tudo. E isto foi o que aconteceu no final da semana passada, uma semana que estava a correr realmente bem até quinta-feira. Isto porque não houve qualquer notícia sobre a Rússia que levasse à materialização de alguma ação concreta no que se refere à estratégia de investimento…

Vai a Rússia atacar esta semana?. Este é o ponto essencial: petróleo, alumínio, obrigações… riscos altistas vs bolsas e cryptos em contração.

O ponto essencial das próximas 2 semanas, mas especialmente desta, é o conflito Rússia/Ucrânia. Embora a Alemanha esteja a realizar um último esforço, a fase de negociações parece esgotada. Isto significa que, quer aconteça ou não nos próximos dias, teremos as ações e os restantes ativos de risco em contração, e teremos a volatilidade, as matérias-primas e as obrigações em alta. Esta é a tendência que esperamos para hoje e, muito provavelmente, para o resto da semana. Na frente convencional, Bullard (Fed St Louis) fala hoje às 14:30h, o que provoca algum receio devido à sua conhecida abordagem dura ou “hawkish”. Para além da Rússia, o que já é suficiente, o principal obstáculo que as bolsas enfrentam agora é uma Fed disposta a adotar uma estratégia de saída mais rápida e agressiva do que aquela que o mercado está disposto a suportar sem consequências. Está descontado e aceite, com danos limitados, que a Fed termine o seu programa de compra de ativos e comece a subir as taxas de juro em março (reunião 15/16 de março). Contudo, o mesmo não acontece com uma redução do balanço quase em simultâneo, intenção que tem vindo a ser comentada de vez em quando (atas da reunião de 14/15 dez., publicadas a 5 de janeiro).

E este é o ponto-chave. Por isso, será importante ler atentamente nesta quarta-feira as atas da sua reunião de 25/26 de janeiro. Qualquer abordagem mais suave sobre este ponto será bem acolhida pelas bolsas, mas parece pouco provável… e, em qualquer caso, poderá ser eclipsada pela geoestratégia. As restantes referências macroeconómicas da semana deverão deixar um traço neutro ou ligeiramente positivo: amanhã ZEW alemão; Vendas a Retalho e Produção Industrial nos EUA, na quarta-feira; Indicador Avançado americano na sexta-feira. Os resultados empresariais deverão continuar a ser excelentes: EPS 4T’21 do S&P500 quase +30% vs +19,8% esperado.  
Assim, o “ponto-chave gerível” continua a ser a Fed e o “ponto-chave não gerível” a Rússia. Continuamos presos numa espera tensa que, esta semana, será muito mais tensa. Lembramos que qualquer intervenção russa na Ucrânia nos levará a pôr em prática a denominada “Fase 2” quantitativa da nossa estratégia de reação: reduzir exposição -10% em todos os perfis de risco.

 

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