Estratégia de Investimento Semanal (12 de fevereiro)

Estratégia de Investimento Semanal (12 de fevereiro)

14.02.2024

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “A inflação americana de terça-feira sentenciará a semana…provavelmente suavizando-se e apoiando as bolsas."

Na semana passada comprovámos quanto custa aceitar uma realização de benefícios, nem sequer testemunhal.- Deveria ter enfraquecido, mas não o fez. Aguentou em positivo, inclusive apesar do ligeiro aumento das yields das obrigações. É um sintoma muito bom referente à força de fundo das bolsas. Os níveis de yield são agora mais sensatos: T-Note acima de 4%, O10A Espanha claramente acima de 3%, Portugal acaba de superar 3% e parece consolidá-lo, e Itália poderá romper em alta os 4%, mas não imediatamente. Esses níveis parecem muito mais razoáveis e não afetaram em nada a inércia em alta das bolsas. O binómio é bom e traz solidez de fundo ao mercado. Os bons resultados corporativos foram responsáveis, em grande parte, por uma semana benigna: EPS 4T do S&P500 +6,5% vs +1,5% esperado, destacando positivamente as tecnológicas (Nasdaq-100 +1,8% na semana e +6,8% em 2024), onde temos focada a nossa estratégia de investimento. Em termos gerais, o tom corporativo é bom ou excelente. Com nada de realmente significativo a acontecer na semana passada para mover o mercado, o mercado foi levado pela inércia... que é claramente em alta, mas que também deveria debilitar-se de vez em quando para permitir rotação e realizações de benefícios, embora fossem modestas e passageiras. Mas isso não aconteceu. :: Esta semana, a inflação americana continuará a apoiar e influenciará o simbolismo dos 5.000 pontos do S&P500.- A chave a vigiar esta semana será a inflação americana, na terça-feira, que se espera que retroceda desde +3,4% até +2,9% (Subjacente +3,7% vs +3,9%), o que seria estupendo tanto para as obrigações como para as bolsas, particularmente americanas e especialmente a tecnologia. Isso significa que a atual inércia em alta receberá um novo empurrão a partir de terça-feira e proporcionalmente mais no mercado americano do que no europeu. O resto da macro que será publicada (PIB UE na quarta-feira, nos EUA temos as Vendas a Retalho e Produção Industrial, na quinta-feira, etc.) ficará para segundo plano, mas parece que também será benigna e influenciará na mesma direção do que a inflação americana. Até aqui, as referências objetivas da semana, que parecem pró-riscos e pró-mercado. Mas temos também uma referência subjetiva que poderá atuar como travão: a fronteira imaginária que os 5.000 pontos do S&P500 representam foi ultrapassada na sexta-feira e pode custar a consolidar. Este obstáculo subjetivo não é quantificável, mas existe psicologicamente. Contudo, com quase toda a realidade objetivável a favor (resultados corporativos, ciclo económico, preços, etc), parece difícil que bloqueie o avanço das bolsas, além de as fazer duvidar de forma passageira. Inclusive apesar do mercado aceitar pouco a pouco atrasar as primeiras descidas de taxas de juros, como estimamos desde 2023 e a insistir que isto ocorreria: baixarão mais tarde e menos do que o mercado descontava e desconta. Mas não implicará um problema importante.

 

Obrigações: “O IPC dos EUA deverá atuar como apoio.”

Finalmente reajustam-se as expetativas de descidas de taxas de juros, animadas por uns dados forte de Emprego americano e ISM de Serviços, que apontam para pressões inflacionistas mais persistentes. Já se dá praticamente por garantido que não haverá descidas de taxas de juros em março/abril e o mercado situa-as, agora, em maio/junho. Embora continuemos a pensar que será mais para o final do verão e que falta ainda um pouco de ajuste, o IPC dos EUA (terça-feira) poderá manter essa expetativa viva. Espera-se que retroceda até 2,9% em janeiro (a/a) vs +3,4% anterior. Além disso, as Vendas a Retalho dos EUA e os resultados empresariais reforçarão a hipótese de aterragem suave da economia, favorecendo a tomada de riscos e o fluxo de fundos desde liquidez para obrigações. Prevemos procura sólida e obrigações apoiadas. Int. (semanal) estimado T-Note: 4,05%/4,25%. Int. (semanal) estimado yield do Bund: 2,25%/2,45%.

 

Moeda: “IPC dos EUA testará o percurso apreciatório do $.”

EuroDólar (€/USD)
Os membros da Fed e o BCE tentam arrefecer as expetativas de descidas iminentes de taxas de juros e mantêm o câmbio num intervalo estreito de avaliação. Esta semana, uma moderação do IPC em janeiro, nos EUA, junto com indicadores de atividade robustos, voltará a refletir a maior solidez da economia americana, colocando em prova o nível de resistência de 1,073. Int. est. (semana): 1,073/1,090.
 
EuroLibra (€/GBP)
Espera-se um aumento no IPC do Reino Unido (Q; 07:00h), tanto na Taxa Geral, o que deverá valorizar a libra. (ii) O PIB da Zona Euro (Q; 10:00h) voltará a mostrar um crescimento modesto (+0,1% a/a) que debilitará o euro. Int. est. (semana): 0,858/0,849.
 
Eurosuizo (€/CHF)
A inflação é o dado-chave da semana na Suíça. Permanecerá em +1,7%, afastada do limiar de +2,0%, o que pesará sobre o franco no seu câmbio contra o euro. Int. est. (semana): 0,939/0,951.
 
EuroYen (€/JPY)
A principal referência macro da semana, no Japão, será o dado do PIB 4T´23 (Q). Após as mensagens dovish (suaves) lançadas por Uchida (BoJ) no final da semana passada, esperamos que esta semana continue a debilidade no Yen. Int. est. (semana): 160,7/161,9.
 
EuroYuan(€/CNH)
Será feriado durante toda a semana na China (Ano Novo). A única referência da semana será o domingo, onde se espera que o PBoC mantenha as taxas de juros a 1A em 2,50%. Semana lateral no câmbio. Int. est. (semana): 7,75/7,83.