Estratégia de Investimento Semanal (1 de setembro)

Estratégia de Investimento Semanal (1 de setembro)

04.09.2023

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Semana de abrandamento e transição para o BCE, na quinta-feira, 14. Macro de baixa intensidade. Taxas de juros na Austrália e Canadá.”

A semana passada foi melhor do que parece: S&P500 +2,5%.

Depois da realização de benefícios durante as 3 primeiras semanas de agosto (S&P500 -4,8%; Nasdaq-100 -6,7%; ES-50-5,8%), em que aproveitamos para subir a exposição, (+5%/+10%), no dia 21, as yields das obrigações reduziram-se pouco a pouco (T-Note desde aproximadamente 4,35% para 4,09%, por exemplo) e a dececionante evolução da economia chinesa reduziu o seu impacto prático sobre o mercado. Ambos os fatores permitiram que as bolsas recuperassem, nas 2 semanas anteriores. Na realidade, desde a nossa subida de exposição, no dia 21. A semana passada foi mais vigorosa graças a alguns indícios de debilidade da economia americana (Emprego ADP, Taxa de Desemprego, PIB do 2T revisto), embora não em todos. Essa debilidade pontual reduziu a probabilidade da Fed subir mais taxas de juros (agora 5,25/5,50%). Isso foi o que fez a TIR do T-Note perder até aproximadamente 4,10%, embora tenha logo recuperado até 4,18%, na sexta-feira, após um ISM Industrial com uma componente de preços em alta (48,4 vs 42,6), apoiando, assim, umas bolsas que resistiram a retroceder… o que leva a pensar que, muito provavelmente, subimos a exposição no melhor momento, porque a realização de benefícios revela-se efémera.


Esta semana, o mercado tenderá a abrandar e a estabilizar-se, atravessano uma breve fase de espera até a subida de taxas de juros do BC, na quinta-feira, 14.

Nova Iorque hoje está fechada (bolsas e obrigações), assim que as bolsas europeias deverão estagnar ou recuar um pouco, com pouco volume, mas o tom parece um pouco melhor do que isso graças a uma filtração de dados imobiliários aparentemente bons da China (CSI-300 +1,2%), que animará um pouco a sessão. Amanhã, terça-feira, a Austrália vai repetir as taxas de juros (4,10%), assim como o Canadá (5,00%), na quarta-feira, transmitindo a sensação de que, apesar de todas as dúvidas e inseguranças, o final das subidas de taxas de juros já se alcançou ou está prestes a ser alcançado, de uma perspetiva global, de conjunto. A última subida na UE será, provavelmente, na quinta-feira da próxima semana (até 4,00/4,50%). A debilidade dos dados recentes corrobora esse facto, embora a inflação europeia em agosto suscite dúvidas: repetiu em +5,3%, na quinta-feira passada em vez retroceder, recuperando em França (+4,8% desde +4,3%), Espanha (+2,6% desde +2,3%) e Portugal (+3,7% desde +3,1%). Na Alemanha também não foi bom, caindo apenas 1 décima para +6,1%, quando se esperava +6,0%. As melhorias na Europa começam a ser lentas devido ao impacto da segunda ronda de aumentos salariais generosos implementados no início deste ano com base em fatores não necessariamente objetivos, mas políticos para evitar tensões sociais. A lógica dita que esta deve ser uma semana de tom indefinido, sem direção firme, de espera talvez um pouco tensa e sem movimento significativo. A evolução das yields das obrigações decidirá o desenvolvimento. Já se tornaram bastante mais restritivas desde o final da terceira semana de agosto, altura em que provavelmente atingiram os seus máximos de curto prazo (embora tenham recuperado na passada sexta-feira), assim, podem estagnar (resultado positivo) ou subir um pouco (resultado adverso) e dependerá disso se as bolsas recuperam um pouco mais esta semana, no primeiro caso, ou se realizam alguns lucros cautelosos, mas modestos, no segundo. Fase de espera até dia 14.

 

Obrigações: “Semana de transição até o BCE (14 de set.).”

A yield do T-Note afasta-se dos máximos alcançados em agosto (4,18% vs 4,34%), assim como o Bund (2,54% vs 2,71%).

A semana passada foi intensa na macro. Na Europa, a inflação desiludiu, o que mostra que é mais rígida do que se esperava inicialmente. Nos EUA, o Emprego foi mais débil do que o esperado, mas o Indicador de Preços Pagos do ISM refletiu uma recuperação, o que suscitou receios de novas pressões inflacionistas. Tudo isto resultou numa semana de quedas da yield das obrigações, embora a yield subisse durante o final de semana. Os próximos dias serão intensos em emissões (25Bn€ em França, Alemanha ou Espanha). O mais importante será as declarações de Lagarde (L e M) e de alguns membros da Fed (Bostic e Williams). Sem grandes referências, esperamos que a tendência de queda da yield das obrigações se mantenha, mas moderadamente. Semana de transição até à reunião do BCE (14 set.) e da Fed (20 set). Intervalo (semanal) estimado: T-Note: 4,20%/4,10%. Intervalo (semanal) estimado da yield do Bund: 2,60%/2,50%.


Moeda: “À espera dos bancos centrais.”

EuroDólar (€/USD).

Os dados macro refletem um abrandamento do crescimento económico no 2T, uma queda da Confiança do Consumidor e arrefecimento dos mercados de trabalho e imobiliário. A possibilidade da Fed não aumentar as taxas de juros em set e do BCE o fazer está a ganhar peso. A tendência do dólar é de depreciação. Int. est. (semana): 1,075/1,085. EuroLibra (€/GBP). – Esta semana, Bailey apresentará as suas projeções económicas ao Parlamento e é previsível que afirme que ainda há margem para aumentar as taxas de juro. O mercado está a descontar mais duas subidas de taxas para 5,75%. Este contexto fortalece a libra esterlina. Int. est. (semana): 0,85/0,86. Eurosuizo (€/CHF): Comentários dovish das atas do BCE e a recuperação da inflação suíça (+0,2% m/m desde -0,1%) reverteu a apreciação do euro, no final de semana. Esperamos comportamento lateral antes das reuniões do SNB (21 set.) BCE (14 set). Int. est. (semana): 0,950/0,960. EuroYen (€/JPY).– A queda da Produção Industrial (julho) acima do esperado dá argumentos ao BoJ para continuar com a sua política monetária ultra laxa. Única economia desenvolvida com as taxas de juros em negativo. Valorização do yen. Int. est. (semana): 156,0/159,0. EuroYuan(€/CNH).– Os recentes anúncios de estímulos à economia chinesa e o regresso do Caixin Industrial à zona de expansão, no final da semana passada (51 agosto vs 49,2 ant), continuarão a servir de estímulo ao Yuan nos próximos dias. Int. est. (semana): 7,77/7,95.