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Felicidade no Trabalho, um antídoto contra o Burnout
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10.10.2023
Escrito por: Ideias que Contam
Neste Dia Mundial da Saúde Mental, saiba como prevenir e combater o stresse profissional, a doença do trabalhador do século XXI
Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu este mal, que se caracteriza por um estado de esgotamento causado pelo exercício de uma atividade profissional, o qual deu entrada, em 2022, na nova classificação internacional de doenças da OMS.
Entre os principais sintomas de burnout, ou stresse profissional, estão o cansaço físico e mental, insónias, alterações de humor, dores de cabeça, bem como sentimentos negativos como falta de motivação e de concentração e medo de fracassar, o que resulta em queda de produtividade e em absentismo.
O PAPEL DAS EMPRESAS
Num mundo globalizado e competitivo, os desafios a enfrentar pelas empresas são cada vez maiores, o que acaba por colocar pressão sobre a força de trabalho e afetar o seu desempenho.
Mas se a economia faz mover o mundo, a saúde das pessoas de quem a faz funcionar é fator crítico na sociedade atual. Cientes da importância de atrair e reter talento e ao mesmo tempo manter os colaboradores saudáveis e felizes, muitas organizações têm vindo a medir e a apostar em ambientes laborais salutares que contribuam para o bem-estar, saúde e desempenho das suas pessoas e das próprias empresas.
O princípio é simples: pessoas felizes são mais produtivas. Vários estudos têm vindo, nos últimos anos, a comprová-lo. Por exemplo, a Warwick University, do Reino Unido, concluiu que trabalhadores satisfeitos com o seu trabalho são 20% mais produtivos do que os não satisfeitos. O bem-estar laboral gera, entre outros, motivação, proatividade e relações entre chefias e colegas mais colaborativas e positivas, fomenta a criatividade e o interesse em cumprir metas, aumenta a sensação de valorização pessoal e de empoderamento e a autonomia.
As organizações que se destacam no mercado possuem uma visão holística dos seus recursos humanos e recorrem a estratégias de gestão que têm o equilíbrio físico-mental das pessoas no topo das prioridades. São empresas flexíveis, que promovem o teletrabalho e estão preocupadas com o work-life balance, ou seja, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos seus colaboradores; reconhecem e premeiam desempenhos e resultados, dando oportunidades de progressão na carreira; fomentam o espírito de equipa e as relações sociais no local de trabalho; e oferecem salários competitivos e benefícios vários em prol do bem-estar integral.
De acordo com o “Manual de Boas Práticas” para a Promoção de Ambientes de Trabalho Saudáveis, do Laboratório Português dos Ambientes de Trabalho Saudáveis (LABPATS), a criação de um ambiente de trabalho saudável é um processo contínuo, alicerçado em princípios basilares como o compromisso da liderança com base em valores fundamentais; o envolvimento dos profissionais e dos seus representantes; a análise das lacunas; o aprender com os outros; a sustentabilidade e a integração e inclusão.
A DGS (Direção-Geral da Saúde) possui um Programa Nacional de Saúde Ocupacional (PNSOC) com diretrizes neste âmbito para as organizações com o intuito de promover mais ganhos em saúde na população trabalhadora e, consequentemente, na comunidade. Já este ano, lançou o Sistema de Indicadores de Saúde Ocupacional (SIOC), uma plataforma que visa estabelecer indicadores-chave de saúde ocupacional com base em dados disponíveis de diversas fontes de informação nacionais e melhor alicerçar as decisões e as estratégias de ação do PNSOC.
DEZ PASSOS PARA SER FELIZ NO TRABALHO
A promoção de um ambiente de trabalho saudável e feliz, potenciador de uma boa saúde física e mental, deve ser um esforço conjunto que envolva não apenas empregadores como também colaboradores e, até, a sociedade.
Sabemos que o conceito de felicidade e de bem-estar são ambos subjetivos, uma vez que não somos todos iguais nem temos as mesmas necessidades e gostos para nos sentirmos bem e felizes.
No entanto, há comportamentos básicos que podem fazer a diferença e ajudam a melhorar o ambiente e a sua relação para com o trabalho e, consequente, a diminuir o stresse em contexto profissional. Saiba quais:
1. Mantenha uma atitude positiva, além de que a cordialidade e o respeito pelos outros e pelas suas diferenças são chave no local de trabalho.
2. Participe em atividades de grupo que ajudam a manter o espírito de equipa, de entreajuda e de coesão.
3. Fomente a comunicação, peça feedbacks ao seu trabalho e não receie expor os seus problemas.
4. Planeie a sua carreira, estabeleça metas e invista na formação ao longo da vida. Estagnar é meio caminho andado para se sentir insatisfeito com aquilo que faz.
5. Pratique exercício físico, pela sua saúde física e mental. Para aliviar o stresse, opte por uma atividade relaxante como o ioga ou o tai-chi.
6. Fique atento a sintomas como ansiedade e cansaço exagerados e falta de motivação. Peça ajuda, se necessário.
7. Faça voluntariado. Participe em ações para com a comunidade e verá como a solidariedade traz benefícios não só para os apoiados como para quem ajuda.
8. Não deixe de ir ao escritório se se encontra sobretudo em teletrabalho. O modelo híbrido ajuda a manter os laços com os colegas e a socializar.
9. Seja proativo e não receie expor as suas ideias, inclusive sobre melhorias a implementar no local de trabalho. O brainstorming continua a ser um motor de criatividade, de inovação e de mudança.
10. Se tem um tipo de trabalho mais monótono ou solitário, procure um hobby de grupo onde se sinta realizado, como frequentar aulas de música ou de danças de salão, fazer parte de um coro ou de um grupo de teatro, entre outros.
BOAS LEITURAS
Se tem interesse em explorar o tema da felicidade no trabalho e do burnout propomos-lhe três livros que apresentam diferentes perspetivas sobre a temática:
O professor de gestão de recursos humanos Reinaldo Sousa Santos explica no livro “Ser Feliz no Trabalho – Uma Viagem Científica, Humana e Criativa pelo Bem-estar Social” porque o tema da felicidade é central no discurso e planos de vida e de carreira das pessoas e como a promoção do bem-estar no trabalho se tornou um dever ético das organizações.
O livro “Felicidade Organizacional ─ Organizações Felizes São Mais Sustentáveis”, coordenado pelo professor e investigador Georg Dutschke e pelo professor Álvaro Lopes Dias, foi escrito por autores de nove nacionalidades e disponibiliza a evolução da felicidade organizacional em Portugal nos últimos dez anos, modelos e métricas, a visão de académicos e gestores e casos de empresas.
Em “Burnout e Engagement em Contexto Organizacional”, com organização de Alexandra Marques Pinto e Maria José Chambel, o estudo do burnout e do engagement salienta a compreensão de como podemos criar contextos de trabalho que incentivem o bem-estar dos indivíduos, conseguindo que trabalhem de forma energética, motivada e comprometida, permitindo-lhes viver na atividade profissional momentos positivos e experiências ótimas.
Em Dia Mundial da Saúde Mental, nunca é demais lembrar, neste 10 de outubro, o quão essencial é cuidarmos da nossa mente em todos os contextos da vida. Apesar de toda a agitação e stresse que nos rodeia, importa defendê-la como um direito humano universal.
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