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IoT na Saúde

16.12.2021

Escrito por: Ideias que Contam

A saúde à distância de um clique 

Zelar pelo nosso bem-estar físico é uma missão com contornos cada vez mais digitais. Se a entrada na terceira década do século XXI já trazia como inevitável o encaminhamento progressivo do setor da saúde para a meta da crescente inovação tecnológica, os condicionalismos criados pela pandemia de covid-19 só vieram acelerar ainda mais a tendência para a digitalização de processos e serviços nesta área vital para a vida em sociedade.

Forçadas a reinventar procedimentos e a criar novos mecanismos de ação para atender às necessidades dos doentes covid-19, sem descurar os cuidados com as demais patologias, que naturalmente não deixaram de existir apesar da conjuntura, as unidades de saúde foram postas à prova nos últimos quase dois anos – e responderam à altura.

Apesar dos obstáculos colocados pelo cenário pandémico, que forçosamente tiveram impacto sobre a atuação das instituições e dos profissionais de saúde, houve um esforço notório de inovação, abrindo caminho à rápida incorporação das novas tecnologias de informação no quotidiano do setor. 

 

O disparo das teleconsultas

Para fazer face à sobrecarga de utentes e de atividade sem deixar de corresponder, tanto quanto possível, à exigência do distanciamento social, adotaram-se novos métodos de trabalho, agilizaram-se processos e recorreu-se de forma massiva às ferramentas digitais. Entre os exemplos mais emblemáticos dessa migração digital estão o acompanhamento dos casos por chamadas telefónicas e as consultas médicas online. De acordo com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, as teleconsultas “passaram de 30% para 56%, permitindo, assim, responder a parte das consultas adiadas em tempo de pandemia”. Embora já houvesse essa possibilidade antes da pandemia, as teleconsultas não eram uma opção considerada pela maioria dos utentes e dos prestadores de cuidados de saúde, tendo o atual contexto impulsionado o recurso a este instrumento, que tudo indica ter vindo para ficar.

Do mesmo modo, por força do “novo normal” imposto pela covid-19, o qual limitou amplamente as visitas nos internamentos, generalizou-se a utilização de tablets ou smartphones para proporcionar o contacto, via videochamada, entre os doentes e as suas famílias.

 

Medicina em casa

Ainda que a pandemia tenha sido um catalisador inequívoco da revolução tecnológica a que se assiste nos mais diversos quadrantes, a verdade é que esse movimento rumo ao futuro da saúde já vinha de trás – e promete manter-se muito para além das atuais circunstâncias. O que outrora poderia parecer uma cena retirada de um filme de ficção científica, hoje é uma realidade num número crescente de unidades de saúde. 

Graças às funcionalidades da tecnologia 5G, a telemedicina, as cirurgias e procedimentos médicos remotos, o seguimento e a rastreabilidade dos doentes à distância, o uso de dispositivos wearables para monitorização em tempo real e o fluxo contínuo de informações relativamente ao acompanhamento dos doentes tornaram-se uma presença cada vez mais evidente no dia a dia do setor. Concretamente no que toca aos wearables, o advento da internet das coisas (Internet of Things, IoT, na sigla em inglês) tem sido um caso particularmente paradigmático do novo horizonte tecnológico na prestação de cuidados de saúde, que permite, por exemplo, que os doentes utilizem, desde casa, dispositivos como smartphones, tablets ou smartwatches para monitorizar os mais variados parâmetros, desde a qualidade do sono a índices glicémicos ou à frequência cardíaca. De igual forma, há cada vez mais doentes que recebem em casa consultas de fisiatria, terapia ocupacional ou fisioterapia, por exemplo, cuja evolução é acompanhada remotamente – tudo à distância de um clique. 

 

Plataformas digitais pela sua saúde

Fruto da revolução tecnológica que se vive hoje no setor da saúde, têm proliferado as plataformas, apps e softwares que apoiam a prestação de cuidados de saúde, facilitando a relação e a partilha de informação entre os cidadãos e as unidades e profissionais de saúde. No setor público, merece destaque o portal do SNS 24, que reúne num mesmo local toda a informação relevante sobre o Serviço Nacional de Saúde e permite aos utentes fazerem a gestão de todo o seu processo clínico. Até ao final do ano, o Ministério da Saúde prevê que estejam instalados e em funcionamento cerca de 100 balcões SNS 24 para prestação de serviços digitais e de telessaúde.

 

Como posso marcar uma teleconsulta?

No Serviço Nacional de Saúde há várias formas de solicitar a marcação de uma teleconsulta:

- na unidade de saúde onde está inscrito;

- através da área pessoal do portal do SNS 24;

- através da linha telefónica do SNS 24: 808 24 24 24;

- num balcão SNS 24 (disponível nas entidades aderentes, mediante o horário de funcionamento de cada balcão). Grande parte dos prestadores privados de saúde também já disponibiliza a realização de teleconsultas, sendo possível solicitar a sua marcação através dos meios habituais de contacto – presencialmente ou recorrendo ao respetivos sites, linhas telefónicas ou aplicações móveis. Não se esqueça: para poder aceder às teleconsultas vai precisar de um destes equipamentos com ligação à internet – computador com câmara, microfone e colunas (ou auscultadores com microfone), smartphone ou tablet.

 

 

Os números da digitalização

Confira alguns dos resultados que traduzem a revolução tecnológica em curso na área da saúde:

 

Consultas Médicas
 

56%
de consultas médicas
não-urgentes online, no Serviço
Nacional de Saúde.

 

Balcões SNS 24
 

113
balcões SNS 24
existentes em
Portugal Continental.

 

Consultas Telemedicina 2020
 

50 mil
consultas de telemedicina
em unidades de saúde
hospitalares em 2020.

 

Consultas Telemedicina 2021
 

150 mil
consultas de telemedicina
em unidades de saúde
hospitalares entre janeiro
e maio de 2021.

 

Consultas Não-Presenciais


18,5 milhões
de consultas não-presenciais
nos cuidados de saúde primários
em 2020.

 

Cuidados de Saúde Primários
 

9,3 milhões
de consultas não-presenciais
nos cuidados de saúde primários
entre janeiro e maio de 2021,
registando um crescimento de 60%
face ao período homólogo.

 

Prescrição Eletrónica
 

96%
dos profissionais de saúde,
em Portugal, já aderiram a
soluções de prescrição eletrónica
de receitas, de acordo com um
estudo da consultora Deloite.

 

Telemedicina
 

30%
de toda a atividade hospitalar
pode vir a ser assumida, no futuro,
pela telemedicina, de acordo com
um estudo da consultora McKinsey
realizado nos Estados Unidos.

 

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