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Quando menos é mais: 10 ideias para “destralhar”
27.03.2023
Escrito por: Ideias que contam
A primavera chegou e, com ela, o momento ideal para abrir a janela e arejar a sua casa de tudo o que já não precisa e sentir-se mais feliz. Nós damos uma ajuda.
O inverno já passou e a casa que parecia acolhedora parece agora estar cheia de coisas que já não quer. Desde os armários repletos de roupa que nunca mais vai vestir, a móveis de que já não gosta e a eletrodomésticos a precisar de reforma. Ainda por cima, foi amontoando livros, jornais e revistas dos muitos momentos de leitura que passou no sofá a fugir da chuva. Que fazer com isto e tudo o resto que foi acumulando? Aproveite a boleia dos dias mais longos para abrir a janela a uma nova atitude, mais sustentável e solidária, enquanto renova a casa. Veja como.
1.Lifestyle: adira ao estilo minimalista
Aquela que começou por ser uma corrente associada às artes entre os anos 60 e 70 do século XX, caracterizada pela utilização de elementos mínimos e básicos, estendeu-se ao quotidiano. O minimalismo reduz tudo ao essencial, transformando a casa num espaço limpo, desprovido de acessórios e, por isso, mais funcional e fácil de cuidar. É caso para dizer que menos é mais. Pratique o desapego dos bens materiais desnecessários e adira a esta tendência, o melhor ponto de partida para uma eficiente limpeza primaveril.
2.Não sabe como e por onde começar? Faça um curso
Cláudia Ganhão é especialista em minimalismo e desenvolveu o workshop HANDS ON para ajudar a destralhar e a organizar a casa. Neste curso, aprenderá os conceitos básicos do destralhe e da organização e como fazê-lo de forma eficaz, em menos tempo e sem voltar a acumular, usufruindo assim da leveza de viver com menos.
3.Conhece a guru da arrumação? Tem vários livros publicados e está na Netflix
Chama-se Marie Kondo e é a “mágica” das arrumações da atualidade. Os seus livros, publicados em mais de 40 países (incluindo Portugal), já venderam mais de dez milhões de exemplares em todo o mundo e, em 2019, chegou à Netflix com uma série que foi nomeada para dois Emmys. Siga os conselhos desta japonesa, cuja missão, segundo a própria, é “trazer alegria ao mundo através da arrumação”.
4.Roupas que não veste? Dê-lhes um novo dono
As roupas são das coisas que mais acumulamos. Ou porque deixamos de gostar e aquele casaco às bolinhas já não se usa, ou porque nos deixa de servir e ficamos à espera de recuperar a figura, ou, simplesmente, porque não resistimos a comprar peças novas sempre que muda a estação. Afinal, é importante para a nossa autoestima. O que fica arrumado, seja no armário, numa caixa debaixo da cama ou metido num saco na arrecadação ou garagem está, em geral, em bom estado, por isso sugerimos que lhes dê um novo dono. Pode doá-las – por exemplo, colocando-as num contentor solidário perto de si, como os da Caritas; também pode informar-se na junta de freguesia ou na paróquia que, por vezes, têm programas de recolha de roupas usadas – ou vendê-las em sites como o OLX, em lojas dedicadas como a Mycloma/Auchan, criada por jovens empreendedores portugueses para promover a economia circular, ou através de aplicações móveis como a Vinted, uma comunidade global de vendas em segunda mão, ou a mais recente Wallapop. Junte às roupas as malas e outros acessórios e, até, calçado.
No final, com os armários e gavetas mais vazios, organize-se melhor, separando a roupa de inverno e a de verão. Os dias já começam a pedir vestuário mais leve e já pode trocar os lençóis de flanela pelos de algodão.
5.Móveis: não faça da sua casa um antiquário
Quem não tem um ou mais “monos” espalhados pela casa? Seja porque é aquele armário que foi ficando e ainda não nos desfizemos dele por não sabermos como, seja porque herdámos aquela cómoda da tia ou da avó que na altura dava jeito e agora só ocupa espaço. A menos que sejam verdadeiras relíquias, os móveis antigos acabam muitas vezes por ter mais um valor sentimental do que utilidade. Assim, e tal como as roupas, a solução mais fácil para se libertar deles é doá-los ou vendê-los. No primeiro caso, a Remar é uma das muitas instituições de solidariedade que faz recolha de móveis em condições de serem reutilizados; mas se optar pela venda, no Facebook Marketplace encontra um grande número de grupos dedicados à compra e venda de mobiliário que procura uma nova casa.
No entanto, se possui um móvel estragado pelo qual tem muita estima e quer muito guardar, pode restaurá-lo. Se lhe faltam dotes para a bricolage, mas quer aprender, recorra às mãos de entendidos como as da Oficina Criativa Ripas, que nasceu, em 2021, em Lisboa, em parceria com câmara municipal e a junta de freguesia da Ajuda. Duas vezes por semana, são realizados workshops dedicados à temática de recuperação de mobiliário, com o objetivo de capacitar os munícipes para a reparação autónoma do seu próprio mobiliário.
6.Eletrodomésticos e equipamentos eletrónicos: livre-se desse peso
Quer trocar o seu pesado televisor de cinescópio por uma leve smart TV de ecrã plano ligada à internet? E o computador desktop que até já deixou de funcionar por um finíssimo portátil? Não fique com os velhos aparelhos que ninguém quer em casa, a ocupar precisamente o espaço de que necessita para colocar um bonito vaso de flores que vai dar aquele toque fresco e verde à sua sala. Em vez disso, entregue-os para reciclagem no Depositrão ou Eletrão mais próximos de si ou contacte o serviço de recolha de monos/lixo volumoso da sua câmara municipal. Aparelhos em boas condições de reutilização, e à semelhança dos móveis, podem ser vendidos (OLX, Facebook Marketplace, Cash Converters) ou doados. Outra instituição que combate o desperdício e a pobreza é a Entrajuda, que tem um Banco de Equipamentos que recupera bens com utilidade social (frigoríficos, torradeiras, ferros de engomar, computadores, impressoras e outros) e depois os encaminha para as famílias com necessidades.
7.Artigos de bebé e criança? Venda ou doe
Pois é, os filhos crescem rapidamente. As roupas depressa deixam de servir, os brinquedos já não despertam interesse e o mobiliário e outros acessórios vão sendo substituídos para se adequarem às necessidades do jovem. Por muito que custe desfazer-se emocionalmente destas peças compradas com tanto amor e carinho, os populares tinham razão quando alvitraram que “o que tem de ser tem muita força”. Tudo isto pode ser vendido ao Kid to Kid, um franchising dedicado à puericultura com lojas em todo o país, ou através da plataforma online Baby Loop. A alternativa chama-se altruísmo. Entre as inúmeras instituições de solidariedade social onde pode levar sorrisos e donativos estão a Ajuda de Mãe e o Banco do Bebé.
8.Livros, jornais e revistas e outra papelada: guarde apenas o necessário
Se é um leitor ávido e ainda não aderiu às tecnologias da leitura digital, certamente não faltarão livros, jornais e revistas amontados pela casa. Lembre-se de que além de ocuparem espaço também acumulam muito pó. Por isso, se já não cabem na estante, está na hora de os despachar. A menos que sejam de coleção, os jornais e as revistas, a par dos livros estragados, devem ser encaminhados para o ecoponto azul para seguirem para reciclagem. Pode acontecer querer guardar apenas algumas páginas com os seus artigos preferidos. Corte essas páginas, fure-as e organize um dossiê, por exemplo, de receitas, ou scaneie-as e guarde o PDF numa pasta do computador. Quanto aos livros em bom estado de reutilização, doe-os a bibliotecas públicas ou escolares, ou venda-os em sites como o OLX, em plataformas de marketplace como a Bookwish, ou, ainda, recorrendo aos tradicionais alfarrabistas. Por exemplo, ao sábado, entre as 10 e as 17 horas, visite a Feira dos Alfarrabistas no Chiado, em Lisboa, e veja como pode fazer negócio.
No que diz respeito a talões de compras, faturas e outros papéis que se vão empilhando, verifique as datas e guarde apenas as faturas dos últimos três anos e as necessárias para o IRS dos últimos cinco; as verificadas no portal e-factura podem ser descartadas. Já os talões guarde somente aqueles que podem servir como garantia ou se pretender fazer alguma troca.
9.Produtos de beleza e higiene: passe revista à casa de banho e recicle
Embalagens vazias, produtos fora de prazo ou que deixou de usar por não ter obtido o efeito pretendido e, portanto, inúteis. Tudo para o lixo, mas separe as embalagens: cartão para o ecoponto azul, plástico para o amarelo e o vidro para o verde. Tem dois produtos iguais a meio? Junte-os numa só embalagem, deitando fora a que ficou vazia.
10.Cozinha e despensa: atenção aos prazos de validade
É natural, sempre que vai às compras, sobretudo para beneficiar de promoções, comprar produtos alimentares para armazenar e estarem sempre disponíveis. É o caso do arroz, da massa, da farinha, do azeite, das conservas, entre outros. Na hora de os arrumar, atira-os simplesmente para a prateleira sem olhar para os prazos de validade (os de prazo mais longo devem ser colocados mais atrás). Aproveite esta onda de arrumações para verificar também estes espaços. Irá constatar que vai ter de deitar alguns para o lixo e de rever a maneira como faz as compras para evitar desperdícios. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, cada cidadão português desperdiça cerca de 100 quilos de alimentos por ano. Evite pertencer a este rol, aprendendo a diferenciar datas de validade, e armazene menos, tendo em conta que alguns prazos são curtos e não terá tempo para consumir tudo o que guardou.
Uma vez a casa organizada, vai sentir-se mais liberto. Usufrua desse tempo e dos dias bonitos da primavera em família e sinta-se mais feliz!