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Inflação: o que é, como se mede e de que forma afeta a economia e os nossos investimentos

13.02.2025

Escrito por: Equipa Research Bankinter Portugal

A inflação é um conceito-chave na economia que afeta tanto as nossas finanças pessoais como o desenvolvimento dos países. O que é a inflação? De que forma é calculada? Como afeta o nosso dia a dia? E os nossos investimentos? Neste artigo, explicamos o que é a inflação e como pode ser calculada, assim como as suas consequências.

O que é a inflação?
A inflação define-se como o aumento sustentável do nível geral dos preços de bens e serviços num determinado período. Este fenómeno provoca uma perda do poder de compra do dinheiro, o que significa que, com a mesma quantidade de dinheiro, compramos menos coisas.
 
Definação técnica de inflação:
 
Inflação: "Elevação notável do nível de preços e, portanto, diminuição do poder de compra do dinheiro, com efeitos desfavoráveis para a economia de um país.”

Como se mede a inflação?

Através de índices de preços que refletem o custo médio de uma cesta de bens e serviços representativa. Em Portugal, o indicador mais utilizado é o Índice de Preços do Consumidor (IPC), calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
 
O IPC é publicado mensalmente, mostrando a evolução dos preços e oferecendo uma visão clara de como a inflação muda com o tempo.
 

Cálculo do IPC

O cálculo do IPC inclui:
 
  1. Seleção de produtos e serviços: aqueles que representam o consumo habitual das famílias. 
  2. Recolha de preços: dados de mercados e lojas físicas e online.
  3. Comparação mensal: para analisar variações nos preços.
 

Tipos de inflação

Existem diferentes tipos de inflação, de acordo com a sua origem e comportamento: 
 
  1. Inflação geral: representa o aumento global de preços. É mais cíclica e depende de múltiplos fatores.
  2. Inflação subjacente: exclui os bens mais voláteis, como alimentos frescos e produtos energéticos, oferecendo uma visão mais estável da evolução de preços. 
  3. Inflação de custos: provocada por um aumento nos custos de produção (matérias-primas ou salários), que se transferem para o consumidor final.
  4. Inflação da procura: ocorre quando o aumento da procura supera a capacidade de produção, gerando uma pressão em alta nos preços. 
 

Quais são as consequências da subida da inflação?

Uma inflação elevada pode ter efeitos negativos para a economia nacional e para as nossas finanças pessoais:
 
  1. Perda de poder de compra: o dinheiro rende menos, reduzindo a capacidade de consumo. 
  2. Aumento de custos para as empresas: o que pode provocar despedimentos ou encerramentos de negócios.
  3. Impacto nos investimentos: as rentabilidades reais (ajustadas por inflação) reduzem-se.
 
Por outro lado, uma inflação muito em baixa ou negativa (deflação) tampouco é desejável, já que pode travar o consumo e resultar numa recessão económica.
 

Inflação no nosso quotidiano

A inflação afeta todos os aspetos do nosso dia a dia:
 
  1. Compras habituais: os alimentos e produtos básicos são mais caros.
  2. Habitação e serviços: as hipotecas e os alugueres podem aumentar.
  3. Poupanças e investimentos: os rendimentos reais veem-se afetados.
 

O que acontece se a inflação é baixa num país?

É importante que exista um mínimo de inflação, caso contrário os preços baixariam e estaríamos em deflação. Este cenário não é desejável, porque trava o consumo e o crescimento económico, e as consequências para o país seriam terríveis.
 

De que forma a inflação afeta os nossos investimentos?

Neste contexto, as perguntas que nos surgem são:
 
  1. Como atuar?
  2. Devemos proteger a carteira?
  3. Existe uma forma de participar nos aumentos da inflação?
A resposta está num termo anglo-saxónico chamado “Reflation Trade”, o posicionamento que se deve ter num cenário em que o crescimento económico e aumento do défice geram inflação.
 
A priori, um contexto de reflação deverá ter associado uma diminuição das políticas expansivas dos bancos centrais e com consequências para as diferentes categorias de ativos:
 
  1. Na conta corrente: uma perda de poder de compra que provoca que descapitalizemos.
  2. Na renda fixa: um aumento da inclinação da curva de taxas de juros, deslocação da curva, mas mais pronunciada nas secções longas...
  3. Na renda variável: uma rotação setorial para setores value, para industriais e cíclicos.
  4. Em matérias-primas: um aumento de preços derivados do aumento da procura.
Portanto, a melhor forma de participar em tal movimento é que toda a nossa carteira pode beneficiar-se de tal situação, com a agilidade suficiente que permita moldar-se a qualquer mudança adicional que possa ocorrer nos mercados. Neste aspeto, voltamos a insistir que um mandato em fundos perfilados é a melhor alternativa.