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Estratégia de Investimento Semanal (21 de Julho)

24.07.2023

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Quarta-feira Fed e quinta-feira BCE, mas setembro em dúvida. Mais importante, os resultados: Intel, Amazon…”

Na semana passada começou a diminuir o risco dos bancos regionais americanos e a tecnologia fraquejou um pouco. O mais importante foi que, em termos gerais, os bancos regionais americanos publicaram depósitos de clientes estáveis ou ligeiramente em alta, o que reduz significativamente a probabilidade de qua aconteça uma fase de instabilidade no sistema começaram a diminuir. Paralelamente, os principais grandes bancos americanos publicaram resultados muito dignos, apoiando um mercado que só na quinta-feira mostrou indícios de fragilidade (Nasdaq-100 -2,3%), após várias tecnológicas (Tesla, Netflix, TSMC) terem publicado resultados e/ou guidances que desiludiram. Isto trouxe uma sensação de que os resultados corporativos americanos do 2T, que tinham arrancado solidamente com os bancos, poderão não corresponder às expetativas no conjunto da temporada de publicação de resultados trimestrais.

Além disso, no que se refere à tecnologia, o Nasdaq vai redistribuir pesos aos seus índices Nasdaq-100 e Nasdaq Composite, com efeitos a partir de hoje, 24 de julho, pelo que as empresas com mais peso (Microsoft, Apple, Nvidia, Amazon, Tesla…) vão ceder parte do mesmo a favor de outras com uma menor capitalização (Starbucks, Mondelez, Booking Holdings, Broadcom…), com o objetivo de evitar uma excessiva concentração num reduzido número de empresas. Uma vez que as alterações só se vão conhecer hoje, isto trouxe algum ruído adicional para o mercado, que promoveu um recuo das tecnológicas na semana passada, embora não demasiado expressivo (Nasdaq-100 -0,9% na semana). Em resumo, tendo em conta a redução do risco derivada dos bancos regionais americanos, a semana foi ligeiramente mais fraca do que deveria ter sido, devido à tecnologia, mas será algo temporário.

Nesta semana, talvez a última subida das taxas de juro nos Estados Unidos e, esperemos, uma das últimas na UE. Tanto a Fed como o BCE vão subir 25 p.b. na quarta e na quinta-feira respetivamente. A Fed para 5,25/5,50%, na que poderá ser a sua última subida. O BCE para 3,75/4,25% e deverá voltar a subir a 14 de set., mas Klaas Knot, conselheiro dos Países Baixos (duro) do BCE afirmou, surpreendentemente, na semana passada que não são certas mais subidas depois de julho, pelo que o facto de que um membro hawkish/duro diga isso é uma novidade e positiva.

Temos vindo a insistir em que o principal risco para o ciclo económico agora é a possibilidade de que os bancos centrais exagerem na subida das taxas de juro, especialmente o BCE. Estas declarações alteram um pouco a expetativa sobre as taxas de juro na Europa, abrindo a porta para uma possível moderação, reduzindo assim este risco. Acreditamos que nenhum banco central vai arriscar e afirmar agora o que vai fazer na sua reunião de setembro (14 BCE, 20 Fed e 21 BoE), porque ainda falta muito tempo, falta Jackson Hole a 24/26 de agosto (onde poderão expressar-se informalmente com mais liberdade e nessa altura serão conhecidos mais dados), além de que não ganham nada se arriscarem agora às cegas. Por isso, a Fed e o BCE perdem influência esta semana e passam a se protagonistas as tecnológicas, que vão continuar a publicar resultados (Intel, Amazon, Microsoft). Uma vez que, se estes forem bons e compensarem os medíocres da semana passada (Tesla, Netflix, TSMC), as bolsas poderão ganhar consistência numa semana em que, por inércia, deveriam lateralizar ou recuar ligeiramente.