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Previsão taxas de juros Europa
14.04.2025
Escrito por: Equipa Research Bankinter Portugal
O Departamento de Análise do Bankinter comenta a evolução das taxas de juros na Europa e a sua previsão das taxas de juros da Zona Euro para 2025.
Evolução das taxas de juros da Zona Euro
Previsão taxas de juros da Zona Euro em 2025
Análise das previsões de taxas de juros na Zona Euro
A deterioração da aliança Atlântica abala a Europa, que parece despertar da sua letargia com propostas a nível comunitário e, principalmente, na Alemanha, que aprova uma mudança do marco constitucional e fiscal que teve durante décadas. Representa um impulso fiscal muito significativo. As consequências a médio prazo destas medidas são uma melhoria das perspetivas de crescimento da Alemanha e da UE e um aumento significativo da emissão da dívida pública. Contudo, a curto prazo, até que as medidas se concretizem, o crescimento continuará penalizado pelas incertezas: a própria concretização dessas medidas, assim como o impacto dos impostos alfandegários por parte dos EUA a partir de abril.
Neste contexto, BCE cauteloso. Na sua última reunião, a 6 de março, cortou taxas de juros em -25 p.b. até 2,50%/2,65%, mas endurece o tom. Declarou que as condições monetárias são “significativamente” menos restritivas após o corte de -150 p.b. efetuado desde junho de 2024. A consecução do objetivo de 2% atrasa-se até inícios de 2026. Neste contexto, reiteramos a nossa expetativa de que o BCE fará mais um corte de taxas de juros este ano, mas acreditamos que optará por uma pausa em abril (face a um corte de -25 p.b. que antecipávamos antes) até que se clarifique o impacto em preços de todas as políticas e medidas em marcha nas frentes comercial e fiscal. A falta de confiança e incerteza que prejudicam o consumo e o investimento não se resolveriam com um maior relaxamento monetário, e acreditamos que o BCE preferirá guardar margem de manobra para atuar quando tiver mais confiança e visibilidade.
Em geral, vemos a recente subida das rentabilidades das obrigações como uma reação razoável ao maior risco de emissão e ao potencial impulso para o crescimento. Após este ajuste inicial, as rentabilidades provavelmente encontrarão um novo equilíbrio, não muito longe dos níveis atuais de 2,80% para a obrigação alemã a 10 anos, assim como uma maior inclinação na curva das taxas de juros devido à mudança nas perspetivas de emissão e crescimento, enquanto as taxas a curto prazo refletem a redução de taxas de juros por parte do BCE.