Estratégia de Investimento Semanal

Estratégia de Investimento Semanal (28 de Julho)

31.07.2023

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Resultados empresariais, inflação a descer e economia estável. Contexto favorável para as ações.”

A Fed e o BCE não trouxeram novidades e os resultados empresariais dão apoio às ações.

Os dois bancos centrais subiram as taxas de juro +25 p.b, em linha com o esperado. Desta forma, a Fed colocou-as nos 5,25%/5,50% e o BCE nos 4,25%/3,75% (Referência/Depósito). Os próximos passos vão depender dos dados que forem sendo conhecidos nos próximos 2 meses. Contudo, Lagarde (BCE) mostrou um ligeiro tom dovish, que deixa alguma esperança para uma possível pausa na reunião de setembro. Assim, foram os resultados empresariais a marcar o rumo da semana, no geral, com um tom positivo. O PacWest fechou as publicações dos principais bancos regionais dos EUA e anunciou a sua fusão por absorção do Banc of California, confirmando a estabilização dos depósitos e o maior apetite investidor. As principais tecnológicas americanas bateram as estimativas (Microsoft, Alphabet e Meta). O setor luxo foi o que mostrou alguma fragilidade, com resultados fracos da LVMH, EssilorLuxottica e Kering. Por isso, as bolsas fecharam a semana com um saldo ligeiramente positivo (S&P500 +1,0%, Nasdaq 100 +2,1% e Eurostoxx50 +1,7%).

Continua a temporada de resultados. Inflação a descer e aterragem suave da economia.

Não esperamos novidades dos bancos centrais até Jackson Hole (24/26 de agosto). Esta semana, o RBA (Austrália, terça-feira) e o BoE (Reino Unido, quinta-feira) deverão seguir o mesmo padrão da Fed e do BCE, subindo +25 p.b. e associando os próximos passos aos dados que forem surgindo. Se assim for, os principais drivers para as bolsas serão os resultados empresariais e os dados macro (inflação, PIB e emprego).
Esta semana ainda publicarão algumas empresas importantes. Nos EUA, destaque para: Apple, Amazon, Fortinet, On Semiconductor e VF Corp; e na Europa: ING, Infineon, AXA, Ferrari, Adidas, Vonovia, Maersk, Commerzbank e Credit Agricole, entre muitas ouras. O mais provável é que o tom geral continue a ser construtivo.
Na frente macro, hoje veremos uma nova descida em julho do IPC da Zona Euro, para +5,2% YoY vs +5,5% anterior, enquanto o PIB está a aguentar bastante bem (+0,4% YoY estimado para o 2T de 2023). Nos EUA, teremos na sexta-feira os dados do Emprego, com uma Taxa de Desemprego que se deverá manter em níveis mínimos, perto dos 3,6% anteriores, uma Criação de Emprego Não Agrícola estável, até com alguma redução, e aumentos salariais ligeiramente mais moderados (+4,2% YoY vs +4,4% anterior).

Contexto favorável para as ações:

(i) Sem novidades dos bancos centrais e com alguma possibilidade de pausa em setembro;

(ii) Menor perceção do risco nos bancos regionais americanos;

(iii) Resultados empresariais construtivos;

(iv) Macro que mostra alguma moderação, embora muito lenta, da inflação e com as economias a aguentar.

Assim sendo, e salvo haja alguma surpresa, o mais provável é que as bolsas se mantenham razoavelmente bem. Aproveitaremos qualquer pequena correção, pontual ou por tomada de mais-valias, para adotar posições.