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Estratégia de Investimento Semanal (26 de Setembro)

26.09.2022

Escrito por: Bankinter

 

 

 

Bolsas: “Continuamos numa fase de adaptação a uma inflação persistente e a taxas superiores. É improvável que melhore.”
 

A semana passada voltou a ser má, quase tanto como a anterior, depois de a Fed ter, na quarta-feira, feito o que temíamos: +75p.b., para os 3,00/3,25%, com uma revisão das estimativas para a inflação em alta (não demasiadamente), do crescimento em baixa e, o pior, o denominado “dotplot”, o gráfico de pontos em que cada conselheiro indica o valor que estima para as Fed funds, a sua taxa de referência: a maioria apontou 4,25%/4,50% para dez.’22 vs 3,25%/3,50% em junho, 4,50%/4,75% vs 3,75%/4,0% para dez.’23, e o “melhor”: sem consenso sobre as descidas de taxas a partir de 2024, porque alguns situam-se nos 2,75% e outros nos 4,50%, com uma ampla dispersão de opiniões. Por outras palavras, não sabem quanto e quando baixarão as taxas. Isso foi o pior. Foi por isto que Nova Iorque registou uma forte queda na mesma quarta-feira (S&P 500 -1,7%), um pouco menos na quinta-feira (-0,8%) e novamente forte na sexta-feira (-1,7%)... Portanto, Wall St. regressa tecnicamente ao “bear market”, ou mercado em baixa, ao retroceder quase -25% desde o seu máximo a 3 de janeiro (4797 pontos).

Como se não bastasse a decisão da Fed, as taxas subiram de forma determinada na Suíça, Noruega e Reino Unido, o Japão interveio no iene para tentar travar a sua desvalorização (o que lhe trará resultados efémeros) e a nova Primeira-Ministra britânica (Truss) anunciou um pacote de reduções fiscais que desvalorizou a libra (0,884/€, de 0,874/€) e castigou as suas obrigações (TIR B10A 3,80%, de 3,45%). Com todas estas condicionantes, as bolsas e as obrigações só poderiam retroceder enquanto se adaptam (já que este processo ainda não terminou) a uma realidade mais dura do que pensavam e sobre a qual temos vindo a advertir