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Estratégia de Investimento Semanal (25 de Julho)

26.07.2022

Escrito por: Bankinter

"Os dados maus são negativos, embora a curto prazo levem a taxas de juro menos elevadas. A Fed aumentou as taxas de juro."
 

semana passada (incluindo ontem) foi melhor do que o esperado: EuroStoxx-50 +3,4%, S&P 500 +2,5%... Especialmente tendo em conta a tensão derivada do BCE, assim como os fracos PMIs europeus publicados na sexta-feira. É um facto que o BCE aumentou 50 p.b. em vez dos 25 p.b. previstos (taxa de juro de referência 0,50%) e isto é positivo porque quanto mais cedo reagir contra a inflação, melhor. Contudo, o esperado “programa será ativado com base em critérios subjetivos e o seu valor ainda é incerto. E logo numa altura em que teremos eleições antecipadas em Itália, a 25 de set. (data provisória) e, como consequência, as suas obrigações podem precisar de ajuda. Parece mais uma questão de fé do que uma ferramenta de política monetária. Esperamos que a sua ativação nunca seja necessária, como tem acontecido até agora com a OMT (Outright Monetary Transactions). Na sexta-feira, os PMIs Indústria foram preocupantes, em zona de contração (<50): UE 49,6: Alemanha 49,2; França 49,6… Ontem o IFO alemão (Clima de Negócios) foi fraco (88,6 vs 90,2 esperado vs 92,3 junho; nível idêntico ao de junho/julho 2020, durante a pandemia) e a Rússia tem limitado a contagotas o fluxo de gás no Nordstream 1, com a desculpa de avaria numa outra turbina... como era esperado. Contudo, as bolsas conseguiram recuperar, como se já estivesse descontado e/ou não fosse importante. Mas é importante. E muito. Ter um programa de estabilização dos prémios de risco sem saber em que circunstâncias será ativado, nem a capacidade que tem, ao mesmo tempo que os indicadores intermédios de atividade indicam uma contração económica deveria preocupar-nos. O mercado interpreta que uma maior probabilidade de recessão reduz as expetativas de subidas das taxas de juro, mas uma má notícia que é neutralizada por outra pior não pode ser uma base sólida para a recuperação das bolsas, nem para yields mais baixas nas obrigações. A reabertura do Nordstream 1 (que vemos com ceticismo) reforça esta visão mais otimista, mas não tem em conta que os resultados empresariais não estão a ser bons e que os guidances estão a ser revistos em baixa. Por exemplo, a Phillips publicou ontem os seus resultados, que desiludiram, e reviu em baixa o seu guidance, com uma queda de -7,7% na sessão.

:: Esta semana, a Fed vai subir +75 p.b. e serão publicados PIBs fracos, combinados com inflações que continuam a subir.- Hoje teremos uma Confiança dos Consumidores americanos, que na melhor das hipóteses será plana (98,5 vs 98,7), na quarta-feira a Fed vai subir 75 p.b. (para 2,25%/2,50%) e é pouco provável que o seu comunicado traga novidades. Na quinta e sexta-feira, tanto a Europa como os EUA publicarão PIBs em baixa e inflações em alta, o que poderá ser preocupante porque pode representar um duro regresso à realidade para o mercado: a inflação não só não recua, como continua a aumentar. A publicação dos resultados empresariais terá maior relevância, acompanhada das revisões em baixa das perspetivas para os próximos trimestres. É um facto que empresas líderes como a Tesla, a Google, a Meta (Facebook) ou a Microsoft têm congelado as contratações perante um ciclo económico que perde força. Neste contexto, e como a recuperação da semana passada parece precipitada, o lógico será que esta semana seja de tomada de mais-valias. Isto seria coerente com a espontânea saída de posições que costuma acontecer em agosto, devido à redução dos volumes e à dispersão da atenção.