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Estratégia de Investimento Semanal (22 de Abril)

26.04.2022

Escrito por: Bankinter

"Desconforto crescente. Falta de estímulo. Os resultados empresarias e as taxas de juro decidem. 4 e 9 de Maio..."

 

A semana passada foi a terceira semana consecutiva de retrocessos tanto para o S&P500 (-2,8%; -2,1%; -1,3%) como para o EuroStoxx-50 (-0,2%; -0,3%; -1,5%). Algo está a mudar e o mercado não lhe é alheio. É este "reality check" que nós defendemos que se torne gradualmente aparente. Estamos agora a começar a vê-lo. Foi uma semana de aumentos apreciáveis nas yields das obrigações, com o T-Note a aproximar-se dos 3% e o Bund 1%. O aumento do diferencial de expectativas de taxas entre a Fed (o BC mais agressivo) e o BoJ (o mais passivo) empurrou o iene para o seu nível mais baixo desde 2002 contra o dólar: 128,5 (139 euros). Lógico. A desaceleração, combinada com uma inflação demasiado elevada, é agora um facto irrefutável. Mesmo a economia britânica, teoricamente pouco afectada pela guerra e após um generoso "desenrolar" pós-pandémico, publicou dados fracos de Vendas Retalhistas e Confiança do Consumidor na sexta-feira. E não deve ser uma surpresa.

Guidances, PIB Americano e 4 e 9 de Maio - Isto é o que, em poucas palavras, conduzirá a semana. Acima de tudo os resultados e os guidances das empresas para os trimestres seguintes. A publicação de empresas europeias, que são mais vulneráveis, ganha intensidade. Cuidado. E na quinta-feira, um PIB do primeiro trimestre esteticamente desagradável dos EUA poderia causar alguns danos: +1% parece muito pouco, mesmo que seja uma taxa trimestral anualizada e a taxa anual, menos volátil, sai a c,+4%. Mas o mercado manterá visualmente esses +1%. Em qualquer caso, embora a estratégia mais defensiva que adoptámos entre 31 de Janeiro e 7 de Março esteja agora a começar a funcionar, é essencial não ser demasiado extremo na interpretação da nossa mensagem: desaceleração não é recessão. Isto deve ficar claro. Estimamos uma falta de estímulos para as bolsas, uma desaceleração, mas nada mais grave.
Devemos fixar duas datas-chave a médio prazo: Fed 4 de Maio e Rússia 9 de Maio. Porque no dia 4 saberemos quão agressivo será a Fed e no dia 9 se Putin vai exibir alguma vitória estética no desfile anual na Praça Vermelha que servirá para acabar com a sua invasão e assim reduzir a tensão no mercado... algo em que temos pouca convicção. Embora esta semana seja decidida pelos resultados e guidances empresariais, será inevitavelmente bastante transitória e provavelmente de mais a menos... apesar da vitória de Macron.