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Estratégia de Investimento Semanal (20 de Maio)

24.05.2022

Escrito por: Bankinter

"Com a temporada de resultados quase concluída, a atenção volta-se para a macroeconomia e os Bancos Centrais."

 

 

A semana passada voltou a ficar marcada por uma elevada volatilidade e pelas descidas centradas na bolsa dos EUA (na semana S&P-500: -3% e Nasdaq- 100: -4,5%) que também representam a sétima semana consecutiva de quedas. Desta vez, a desculpa foram os fracos resultados da Walmart e da Target, dois dos gigantes da distribuição americanos que, após apresentar resultados fracos, sofreram quedas de -20%/-30%, acabando por arrastar o resto do mercado. Assim, o S&P-500 acumula neste ano uma queda de - 18,14%, muito perto já da fronteira de entrar formalmente num Bear Market ou mercado em baixa (queda>=20%), o que vem confirmar a nossa escolha acertada com uma visão estratégica conservadora. Esta semana, com a temporada de resultados já praticamente concluída, esperamos que a atenção se centre principalmente na publicação dos resultados macroeconómicos. Ao longo desta semana decorrerá o fórum económico mundial de Davos e haverá reuniões do Eurogrupo na segundafeira e do Ecofin na terça-feira. Além disso, há dois eventos macro que vão concentrar todas as atenções e que serão a publicação, na quarta-feira à noite, das Atas da Fed e, na sexta-feira, o Deflator PCE (+6,2% esp. vs +6,6% ant.). Em primeiro lugar, relativamente às Atas da Fed, porque poderemos ver os detalhes e as opiniões dos vários membros do comité relativamente aos movimentos das taxas de juro e da redução do balanço. Por outro lado, o Deflator PCE ganha uma relevância especial numa altura de elevada inflação, como a atual, porque se trata do indicador de preços utilizado pela Reserva Federal para tomar as suas decisões de política monetária. Além disso, teremos também outros indicadores relevantes como: IFO alemão (segundafeira), PMIs da UE e EUA (terça-feira) e Encomendas de Bens Duradouros nos EUA (quinta-feira), entre outros. No geral, espera-se que todos sejam ligeiramente mais fracos que no mês anterior, mas não serão valores especialmente negativos. 

Para a próxima semana continuamos a manter uma visão conservadora dos mercados. A combinação atual de: (i) macro fraca (PIBs baixos e inflações altas), (ii) crescimento moderado de EPS, e (iii) cenário de subidas das taxas de juro na Europa e nos EUA, levam-nos a centrar a nossa estratégia na prudência e a que o nosso principal objetivo continue a ser proteger o património vs obter rentabilidade. Assim, mantemos a exposição setorial à bolsa muito concentrada em poucos setores (e defensivos no contexto atual): Matérias-primas (petróleo), Infraestruturas e Defesa. Concluindo, apesar das importantes quedas acumuladas nos índices, consideramos que ainda é cedo para esperar uma recuperação sólida do mercado. Acreditamos que a médio prazo existe valor nos fundamentais das empresas, mas, no curto prazo, o mais razoável é esperar até que: (i) a situação na frente geopolítica permita ter uma visão um pouco mais otimista do que a atual e (ii) o contexto macro comece a mostrar sinais de recuperação (tanto do ponto de vista dos indicadores de confiança, como das taxas de inflação e de crescimento económico).