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Estratégia de Investimento Semanal (2 de Maio)

02.05.2023

Escrito por: Bankinter

 

Bolsas: “Os bancos centrais estão no centro das atenções. A caminho de um Verão praticamente plano.”



:: Na semana passada terminamos com saldos mistos nas principais bolsas, com os Estados Unidos, especialmente o Nasdaq, a ter um melhor desempenho do que a Europa. Uma avalanche de resultados maioritariamente bons não conseguiu ultrapassar o nervosismo do mercado até à publicação, na sexta-feira, do Deflator do Consumo (PCE) nos EUA, que caiu como esperado. Houve também algum ruído da banca regional, o First
Republic Bank publicou uma queda significativa nos depósitos, e as negociações sobre o teto de gastos nos EUA abrandaram as bolsas. A tecnologia foi o destaque pelos bons resultados de algumas grandes empresas tecnológicas, como a Meta e a Microsoft. Nada de preocupante após os generosos saldos acumulados durante o ano. 

 

:: Esta semana os protagonistas são claramente os bancos centrais. Os seus movimentos e mensagens darão o mote para as próximas semanas. Na quarta-feira, esperamos que a Fed aumente as taxas de juro em +25pb para o intervalo de 5,00%/5,25% e que se mantenha aí até ver como as subidas acumuladas de +500pb, que aplicou desde março de 2022, têm efeito. O BCE, na quinta-feira, mais imprevisível, deverá subir +25pb, mas poderá
surpreender com uma subida maior de +50pb. O mercado poderá reagir a estes movimentos realizando alguns lucros, no que podemos chamar "comprar com os rumores e vender com as notícias", especialmente se o BCE atuar de forma hawkish. De qualquer forma, com as subidas de taxas de juro concluídas ou quase concluídas, o mercado encaminha-se para um Verão mais ou menos plano até que se veja uma melhoria no tom dos resultados das empresas no 3T23, que o ruído nos bancos regionais dos EUA se silencie totalemente, mais próximo após a compra do First Republic pelo JP Morgan, e a questão do tecto de gastos nos EUA tenha sido resolvida. Nos EUA, com os resultados de 260 empresas publicadas, 81% bateram as expetativas e o saldo médio dos EPS é de -4,8% frente aos -8,2% esperados no início. Semana intensa tanto na frente macro como na frente empresarial. Serão também relevantes, durante a semana, o IPC da Zona Euro, na terça-feira, e os dados sobre o emprego nos EUA, na terça-feira (Vagas de emprego JOLTS) e na sexta-feira (Criação de Emprego Não Agrícola, taxa de desemprego e Salários/hora). O IPC europeu revelar-se-á persistente e o emprego nos EUA deverá evoluir na direção esperada, embora talvez não com determinação suficiente para dissuadir o mercado de uma ligeira queda.