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Estratégia de Investimento Semanal (17 de Julho)

17.07.2023

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Surpresa positiva na inflação americana. Foco nos resultados e guidances empresariais; à espera das reuniões da Fed e do BCE (26 e 27 de julho).”

Na semana passada os mercados voltaram ao modo risk on, com descidas generalizadas das yields das obrigações e subidas das ações. O detonador foi um IPC dos EUA (junho) melhor do que o esperado; tanto Geral, que desceu um ponto, para +3% YoY, como Subjacente, +4,8% YoY (cinco décimas abaixo do anterior e três abaixo do esperado). Esta evolução veio reforçar a ideia de que estamos perto do fim do processo de subidas nos EUA. Pode terminar na sua reunião de 26 de julho, com +25 p.b. (para 5,25%/5,50%). Isto também levou a uma correção do Dólar face ao Euro, que quebrou o nível de 1,12Eur/USD. A China continua a mostrar fragilidade (Exportações -12,4% YoY em junho; Importações -6,8% YoY), embora o comportamento da bolsa tenha sido ajudado pela expetativa de medidas de estímulo ou a possibilidade de uma posição mais favorável face às tecnológicas.

Começa a temporada de resultados, que deverão apoiar, a médio prazo, as avaliações. O 2T de 2023 poderá mostrar uma menor evolução trimestral do EPS médio do S&P500 (-8,9% YoY), mas deverá melhorar progressivamente (-1,1% YoY no 3T de 2023 e +6,4% YoY no 4T de 2023), até dois dígitos em 2024e e 2025e (+11% e 12,2% YoY). Por isso, o mais relevante serão os guidances para os próximos trimestres. Esta semana vão continuar a publicar os grandes bancos. Amanhã, terça-feira, o BNY Mellon, o BoA e o Morgan Stanley; e na quarta-feira, o Goldman; enquanto a maioria das grandes tecnológicas publicam na próxima semana. Do lado macro, bastantes dados, embora não acreditamos que individualmente possam determinar a evolução do mercado esta semana:

(1) IPCs, dado final da UE (junho) que esperamos confirme o dado preliminar (Geral +5,5% YoY e Subjacente +5,4%). O IPC do Reino Unido (junho) ainda nos 8,7% YoY Geral e +7,1% YoY a Subjacente (em maio) e após um dado de crescimento dos salários de +7,3% YoY (últimos três meses até maio), que mostra a tensão do lado dos Serviços. E o IPC do Japão (sexta-feira), que poderá apoiar as expetativas de mudança no controlo da curva.

(2) Os Bancos Centrais, menos relevantes esta semana, à espera das duas reuniões da FED e do BCE na próxima semana. Nesta quinta-feira, espera-se que o PBOC (China) mantenha as taxas de juro inalteradas (1A para 3,55% e 5A para 4,20%); enquanto o Banco da Turquia poderá subir as taxas de juro pela segunda vez consecutiva (+300 p.b., para 18%).

(3) Indicadores Avançados (quinta-feira), como a Confiança dos Consumidores da UE. (julho prelim.) e o Indicador Avançado dos EUA (junho) que poderá melhorar -0,6% MoM (de -0,7%).

(4) Por último, nos EUA Empire Manuf. (segunda-feira); Vendas a Retalho e Prod. Industrial de junho (terça-feira); Fed de Filadélfia (quinta-feira) e Licenças de Constr. (quarta-feira) e Casas Usadas (quinta-feira).

Em resumo, tendência mais lateral numa semana de transição, à espera da FED e do BCE, após as recentes descidas das yields e as subidas dos mercados de RV. O foco serão os guidances empresariais e o conjunto de dados macro, não tão decisivos individualmente, como o Desemprego ou o IPC americano das últimas semanas. A publicação dos bancos regionais nas próximas semanas podem ser um foco de volatilidade nesta temporada de resultados. Mantemos a opinião de que neste caso aumentaremos a exposição, aproveitando a tomada de mais-valias do mercado durante o verão. Por último, lembrar as alterações das ponderações do Nasdad-100, para reduzir a concentração, que entram em vigor no dia 24 de julho.