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Estratégia de Investimento Semanal (15 de Maio)

15.05.2023

Escrito por: Bankinter

Na semana passada, as bolsas registaram ligeiras quedas: S&P -0,3% e EuroStoxx 50 -0,5%. Do lado positivo, as pressões inflacionistas deram tréguas, com o IPC (+4,9% vs. +5,0% ant.) e os Preços Industriais (+2,3% vs. +2,7% ant.) nos EUA. No entanto, os receios de uma desaceleração económica (Solicitações Semanais de Desemprego em mínimos desde Outubro de 2021) pesaram no sentimento dos investidores e travaram os avanços nas bolsas. A exceção foi o Nasdaq que apresentou uma ligeira subida na semana (+0,40%). Na frente empresarial, 92% das empresas S&P já publicaram resultados e o EPS médio vai com uma queda de -3,6%.

Esta semana, com a época de resultados quase terminada e as mensagens dos principais bancos centrais já conhecidas, as atenções do mercado voltam-se para a macro. É altura de verificar se a política monetária está a funcionar para moderar a procura e atingir o objetivo de combater as pressões inflacionistas. Nos EUA, veremos os dados da Produção Industrial, Construção de Habitações e Vendas a Retalho. Na UE, veremos o Índice de Sentimento Económico ZEW, dados sobre o emprego e os dados finais do PIB do 1T e do IPC de Abril. O mercado está atento para ver se estamos a caminhar para uma aterragem suave da atividade económica (cenário mais provável) ou se será mais acentuada, tornando difícil evitar um cenário de recessão mais longa e profunda.
O mercado estará também atento às negociações sobre o teto da dívida e à evolução da turbulência nos bancos regionais dos EUA. O limite máximo da dívida será atingido no início de Junho. Sem um acordo, o Governo não pode emitir mais dívida para fazer face às suas despesas, o que terá consequências negativas para a economia e a estabilidade financeira. As posições dos democratas e dos republicanos são muito divergentes, mas é razoável esperar que se chegará a um acordo. No entanto, é provável que esta semana se assista a mais alguma volatilidade nos mercados, uma vez que o acordo surge sempre no último minuto ou quando os mercados entram numa "fase de nervosismo".

No que diz respeito às bolsas, estamos a entrar num período de estabilização na ausência de referências relevantes. Esta fase de consolidação com movimentos laterais pode durar algumas semanas. O mercado está à espera de ver se a inflação está a abrandar, se as subidas de taxas de juro dos BC chegou ao fim, se os danos na atividade económica são controláveis e se a crise nos bancos regionais dos EUA não se estende a novas instituições.

Uma vez ultrapassados estes marcos, e com as valorações já atualizadas e a olhar para o EPS de 2024, o tom voltará a melhorar e as bolsas poderão voltar a avançar. Isto poderá acontecer, o mais tardar, no final do Verão. Não estamos preocupados com esta paragem, porque a temos vindo a antecipar.

Para esta semana, pensamos que as bolsas poderão ficar planas ou ligeiramente em negativo, devido à falta de catalisadores e ao aumento da volatilidade do mercado.