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Estratégia de Investimento Semanal (13 de Maio)

16.05.2022

Escrito por: Bankinter

"Baixa intensidade macro e empresarial. Um descanso para os índices, especialmente nos EUA."

 

A perceção do risco aumenta. Uma fuga para os ativos refúgio permite um relaxamento das yields das obrigações, mas a aproximação do fim dos programas de compras da Fed e do BCE geram volatilidade e incerteza. Em junho, a Fed vai iniciar a redução do seu balanço e teremos de ver o impacto que isso tem nas obrigações. E, até que não seja visível que as taxas de juro a longo prazo atingiram o seu valor máximo, vai continuar o travão nas bolsas.

A semana arrancou com o anúncio da entrada na NATO da Suécia e da Finlândia, o que poderá afetar a frente geopolítica e trazer mais incerteza nos prémios de risco e mais pressão para o Dólar. Contudo, há um travão na intensidade tanto da frente macroeconómica como corporativa. Nesta madrugada já ficamos a conhecer um conjunto de dados fracos na China, que fazem aumentar o receio de uma desaceleração global. Mais à frente, destacam, na Europa, as previsões económicas da Comissão Europeia (segunda-feira), as Atas do BCE (quinta-feira) e a Confiança dos Consumidores (sexta-feira). Embora o FMI e o Banco Mundial já tenham descido as suas previsões de crescimento recentemente, o risco mantém-se em baixa num contexto de guerra prolongada na Ucrânia, aumento das sanções à Rússia e perturbações na China. Por isso, qualquer referência nas previsões ou nas Atas do BCE sobre a possibilidade de uma recessão servirá para arrefecer ainda mais o mercado, especialmente quando a Confiança dos Consumidores na Zona Euro atinge mínimos históricos (-22,2 em março de 2009). Nos EUA, as Vendas a Retalho e a Produção Industrial (terça-feira), assim como os Indicadores Empire Manufacturing (segunda-feira) e Avançado e Fed de Filadélfia (quinta-feira) deverão mostrar ligeiros recuos sem impacto excessivo no mercado. Relevantes serão também os indicadores de preços: IPC do R. Unido e Preços Industriais na Alemanha (sexta-feira). Espera-se que o primeiro aumente mais de 2 p.p., para +9,0%, e o PPI na Alemanha deverá manter-se próximo do valor de +30,9% registado em abril.

Na frente empresarial, encontra-se praticamente no fim a temporada de publicação de resultados. O saldo não é mau, mas as perspetivas e visibilidade para os próximos trimestres pioraram, devido a uma desaceleração da procura e a uma redução das margens, num contexto de fortes pressões inflacionistas nos custos. Nos EUA, com 456 empresas que já publicaram resultados, o EPS subiu +9,2% vs +5,2% esperado; para o 2T de 2022 espera-se um crescimento de +4,7%.

Neste contexto, continua em vigor a nossa posição defensiva, embora após várias semanas com elevados saldos negativos, a falta de catalisadores imediatos possa dar um descanso aos índices, principalmente nos EUA, que soma já 6 semanas consecutivas de quedas. Os próximos marcos relevantes serão o início da redução do balanço da Fed (1 de junho) e as reuniões do BCE (9 de junho) e da Fed (15 de junho).