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Estratégia de Investimento Semanal (11 de Julho)

11.07.2022

Escrito por: Bankinter

"Começam os resultados americanos do 2T, especialmente bancos. Mais à frente, BCE e Fed. São 3 semanas importantes."

O “peso da inação” que prevíamos para a semana passada acabou transformando-se em recuperações moderadas na Europa e um pouco mais generosos em Wall St. Não tiveram impacto a demissão de B.Johnson nem o assassinato de Abe. O mercado está totalmente centrado nas taxas de juro e na possibilidade de recessão, pelo que o resto quase não tem relevância prática. Os sinais são contraditórios há já vários dias. A macro negativa é interpretada de forma favorável, porque se entrarmos em recessão as taxas de juro acabarão por subir menos do que o esperado, mas, outras vezes tem impacto negativo. Às vezes compram-se obrigações e sobem as ações, porque yields mais baixas implicam avaliações mais altas e, outras vezes, como na semana passada, vendem-se obrigações, as yields sobem e as ações sobem também. Desorientação generalizada. A recuperação da semana passada (+1,9%) não altera nada de forma relevante.

:: Esta semana, inflação americana e resultados empresariais americanos do 2T, especialmente bancos.- Embora existam outros assuntos, estas 2 referências decidem tudo. Racionalmente, o mais provável é que a inflação americana volte a subir (+8,8% de +8,6%), especialmente tendo em conta os bons dados do emprego e ganhos salariais, e que os bancos americanos publiquem hoje resultados fracos, muito afetados pela deterioração do negócio da banca de investimento num contexto de mercado muito complicado. E 3 bancos centrais vão subir +50 p.b.: Nova Zelândia, Coreia e Canadá. Além da inflação, no geral, o resto da macro americana deverá ser boa, o que vai reduzir a expetativa de que a Fed não suba tanto como pretende. Uma vez que a perspetiva sobre as taxas de juro é agora menos dura, por se deduzir que a fragilidade do ciclo económico vai impedir que os bancos centrais, especialmente a Fed, subam tanto como era esperado. Caso a Fed pare antes dos 4% e as obrigações do tesouro americanas não atingirem o nosso intervalo estimado de 4,00%/4,25% este ano, o nosso nível para voltar a assumir posições, atualmente nos 3.400/3.100 do S&P500, poderá subir, como já dissemos na nossa Estratégia de Investimento 3T 2022. Contudo, ainda não é possível saber isso. Ainda ninguém sabe. Só será possível decidir depois de ver o tom dos resultados do 2T e dos guidances americanos, assim como das reuniões do BCE dia 21 e da Fed dia 27. Até agora nada mudou.