Está aí o frio: Como tornar a sua casa mais eficiente no Inverno

Está aí o frio: Como tornar a sua casa mais eficiente no Inverno

19.12.2023

Escrito por: Ideias que Contam

Siga estas dicas para enfrentar as temperaturas mais baixas com mais aconchego no lar e menos gastos na carteira.

 

O inverno está à porta e com ele os dias mais frios do ano. Portugal é um país com condições climatéricas favoráveis à poupança de energia, devido ao número de horas de sol anuais a que está exposto (4/6 horas diárias no inverno e 10/12 horas no verão). No entanto, a construção deficiente com baixos níveis de isolamento da maioria dos edifícios, sobretudo dos mais antigos, retira-lhes os ganhos de conforto térmico que poderiam daí advir. Na verdade, e segundo um estudo levado a cabo em 2022 pelo Portal da Construção Sustentável junto dos portugueses, a maioria dos inquiridos, num total de 89%, diz residir numa casa fria. Destes, 64% recorre a equipamentos elétricos e a mais roupa para suprir as necessidades de bem-estar e consumindo mais do dobro da energia que gastam no verão.
O que fazer, então, para tornar a casa mais eficiente em termos energéticos nesta estação fria e viver com mais conforto ao mesmo tempo que poupa na conta da eletricidade? É o que vamos ver de seguida.

Casa bem isolada

É no isolamento dos edifícios que reside a chave para uma maior eficiência energética e conforto térmico, reduzindo a necessidade de aquecimento (e arrefecimento, no verão) e, consequentemente, o consumo de energia e as emissões de gases de efeito estufa. Todavia, a maioria das casas em Portugal, nomeadamente de construção anterior a 2007, aquando da entrada em vigor do Sistema de Certificação Energética dos Edifícios, tem níveis de isolamento reduzidos ou mesmo nulos das suas paredes, telhados e tetos, portas e janelas.
Concretamente, portas e janelas mal isoladas estão entre as principais causas de perda de calor (25 a 30%) numa casa, uma vez que permitem a entrada de correntes de ar frio. No caso das janelas antigas de vidros simples, o ideal seria substituí-las por janelas de abrir com vidros duplos e caixilharia de PVC ou de alumínio com corte térmico (saiba mais sobre janelas eficientes na etiqueta energética CLASS+). No entanto, isso implica obras e orçamento disponível para o efeito. Para minimizar o problema, considere outras soluções não tão eficazes, mas que podem ajudar. É o caso, por exemplo, das fitas de calafetagem ou de borracha com autoadesivo, de rolos tapa-frinchas e outros vedantes que impeçam a passagem de ar frio, dos painéis isolantes amovíveis e das cortinas térmicas, que pode comprar nas casas da especialidade ou online. Tapetes e carpetes transmitem também mais comodidade, sobretudo nas casas com pisos cerâmicos, e, à noite, feche todos os estores para evitar perdas de calor pelas janelas.
Isolar paredes, telhados, pavimentos e tetos nas casas já construídas exige outro tipo de abordagem. Com algum investimento, é possível fazê-lo a partir do interior das habitações com a aplicação, entre outros materiais próprios para o efeito, de lãs minerais, poliestireno expandido e extrudado (EPS/XPS), cortiça expandida e argamassa térmica. Recomenda-se consultar especialistas na matéria e pedir orçamentos.

Sistemas de aquecimento: qual o melhor para mim?

A escolha do sistema de aquecimento mais adequado para cada situação depende de vários fatores: a localização do edifício consoante a região do país, a sua orientação (os que estão virados a norte apanham pouco sol, logo são mais frios dos que os orientados a sul, que têm maior exposição solar ao longo do dia), as suas condições de isolamento térmico ao nível da construção e no interior, o número de divisões a climatizar e respetivas áreas, e, claro, o dinheiro disponível para gastar. No entanto, lembre-se de que por vezes o barato pode sair caro e um maior investimento inicial pode resultar em economias significativas a longo prazo, devido à maior eficiência energética. Portanto, é importante considerar todas as opções e fazer uma escolha informada que atenda às suas necessidades específicas e ao seu orçamento.
Vejamos um exemplo. De acordo com a DECO, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, um termoventilador que custe cerca de 60 euros pode ter um gasto anual de energia a rondar os 317 euros. Em contrapartida, embora os custos de aquisição de um ar condicionado possam ascender a cerca de 1500 euros, instalação incluída, o seu baixo consumo energético reduz o custo total de utilização (que abrange inverno e verão) para aproximadamente 56 euros por ano. A meio termo em eficiência entre estes dois tipos de aquecimentos encontra-se a salamandra a pellets. A limpeza e a verificação periódica destes equipamentos garantem um desempenho eficiente e prolongam a vida útil dos aparelhos.

A DECO disponibiliza um simulador que lhe permite avaliar qual o melhor sistema para as suas necessidades e características da sua habitação.

 

Os aquecedores de ambiente portáteis são um recurso prático já que podem ser colocados em qualquer divisão da sua casa. Têm um custo aquisitivo relativamente baixo (talvez por isso sejam os mais populares), mas, no geral, aumentam a fatura mensal de energia e, por essa razão, o ideal será recorrer a esta solução apenas pontualmente. Existem vários tipos no mercado: além dos termoventiladores, há aquecedores a óleo, a halogéneo, a infravermelhos, convectores e emissores de calor, entre os que funcionam a eletricidade; os aquecedores a gás são melhores para espaços amplos e com circulação de ar; e os desumidificadores, que não sendo aquecedores, diminuem a humidade do ar e, consequentemente, melhoram o conforto térmico sem exagerar nos consumos energéticos, dada a sua potência não ultrapassar, em geral, os 500 watts.
 
Para escolher o certo para si, comece por verificar quantos watts de eletricidade gastam por hora (quanto maior este valor, mais vai pesar na fatura, pois a eletricidade é cobrada em função do kilowatt/hora) e também o selo da classe energética, sendo a letra A o mais eficiente e o E o menos eficiente. Depois, tenha em conta que a potência do aquecedor deve ser adequada à área a ser aquecida (numa sala ou quarto até 30 metros quadrados, a potência recomendada é de 600 a 1500 watts).
 
Se tiver uma moradia, pondere a instalação de painéis solares para aquecimento de água ou produção de eletricidade. Portugal tem um bom potencial solar e investir em fontes de energia renovável pode contribuir para a autossuficiência energética. O investimento é grande e o retorno não é imediato, mas a longo prazo a opção pode revelar-se a mais correta. Lembre-se de que fazer escolhas mais sustentáveis permite não só economizar como também reduzir a nossa pegada ambiental.
 
Em conclusão, a eficiência energética no inverno nas nossas casas exige uma abordagem consciente e prática. Investir no isolamento adequado das habitações é crucial para reduzir a dependência de sistemas de aquecimento convencionais, que, a serem mesmo necessários, devem ser criteriosamente escolhidos. Ao adotar medidas que promovam a eficiência e a sustentabilidade, podemos desfrutar de lares mais acolhedores na estação fria, sem comprometer o bolso ou o meio ambiente.