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Descarbonização, uma prioridade mundial

13.05.2022

Escrito por: Ideias que Contam

Esta será a década decisiva para a concretização das metas climáticas, sob pena de o planeta sofrer danos irreparáveis. Em Bruxelas ainda se debate o fio condutor do programa “Fit for 55”, ainda mais ambicioso do que o Acordo de Paris, mas a guerra na Ucrânia pode comprometer alguns dos objetivos e iniciativas previstas na Europa. O PRR pode ajudar. Saiba como.

 

 

Descarbonização, uma prioridade mundial

As alterações climáticas são uma realidade e afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo um relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas), revelado em fevereiro, 40% da população mundial está em situação muito vulnerável e 14% das espécies podem desaparecer do planeta. Uma das soluções, delineada e aprovada no Acordo de Paris, assinado em 2016, prevê a descarbonização gradual até 2050, data em que se espera atingir a neutralidade carbónica. 

No entanto, e apesar dos compromissos, o relatório do IPCC estima que as emissões de gases com efeito de estufa continuem a subir até 2030 (mais 14%), quando já deviam estar a cair, com vista à redução de 45% até 2050. O mesmo relatório alerta ainda para a possível insuficiência do pacote “Fit for 55”, que prevê aumentar a meta da redução carbónica para 55% até 2050. Este objetivo, apesar de ambicioso, pode, na opinião dos especialistas do IPCC, já não ser suficiente para colmatar os desafios da descarbonização. Um problema adicional para os Governos e para a sociedade em geral, mais recentemente agravado pelo conflito na Ucrânia. Esta guerra pode obrigar os Estados-membros da União Europeia (EU) a redirecionar orçamentos ou a dar um passo atrás na estratégia energética, nomeadamente no encerramento de centrais de carvão. 

 

PRR ajuda a descarbonizar

Em Portugal, tal como nos restantes países da UE, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) visa contribuir para uma aceleração da descarbonização na indústria. Do “bolo” total do PRR, o país irá receber 705 milhões de euros que permitirão alterar o paradigma industrial, tornando a indústria mais moderna, digital e capaz de competir em igualdade de circunstâncias a nível global. A digitalização da indústria tornará a sua atividade mais limpa e energeticamente eficiente, bem como mais ágil, produtiva e competitiva. Por outro lado, este apoio do PRR permitirá concretizar os objetivos do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC 2030).

No plano do PRR (Componente 11), os investimentos na descarbonização da indústria visam reduzir 45 a 55% dos gases com efeito de estufa, incorporar as energias renováveis no consumo de energia em 47%, e aumentar em 35% a eficiência energética. Já em termos de elegibilidade, os apoios destinam-se a projetos com vista à redução do consumo de energia e das emissões de gases com efeito de estufa, e sistemas de monitorização e otimização de consumos; a novos processos e modelos de negócio que visem a descarbonização e digitalização (baixo carbono, uso eficiente de recursos e circularidade); ou a projetos que promovam a incorporação de hidrogénio e de outros gases renováveis.

 

Consulte o site do IAPMEI, onde poderá assistir a alguns vídeos que explicam o processo de candidatura e a tipologia de empresas e projetos elegíveis.