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Quanto dinheiro devemos ter disponível na conta à ordem para fazer face a imprevistos?
27.05.2022
Escrito por: Bankinter
Ter pouco dinheiro na conta à ordem pode ser um problema, mas ter dinheiro a mais na sua conta pode ser uma oportunidade perdida. Por isso, é importante saber quanto dinheiro é adequado ter na conta à ordem para:
- Conseguir poupar, se não tivermos ainda uma almofada de segurança.
- Procurar um destino mais produtivo para o excesso de liquidez, se conseguirmos ultrapassar o valor definido para essa almofada.
No primeiro caso, o objetivo é ganhar tranquilidade e conseguir pôr de parte um montante que nos permita enfrentar imprevistos, sem necessidade de pedir ajuda. No segundo caso, o objetivo é que o dinheiro trabalhe para nós, que gere rendibilidade e que nos ajude a cumprir as nossas metas financeiras de forma mais rápida, sejam poupar para a reforma, para comprar uma casa, para pagar os estudos dos filhos, para fazer a viagem dos nossos sonhos, etc…
A importância de uma boa gestão das nossas poupanças
Ter consciência desta importância e implementar esta estratégia é relevante por dois grandes motivos:
- Se o dinheiro "excedentário" for alocado a investimentos de acordo com o nosso perfil de risco, poderemos obter um retorno extra significativo. Assim, se, por exemplo, investirmos 25.000 euros por um prazo de 15 anos, obtivermos uma rentabilidade de 3% e reinvestirmos periodicamente os juros, esses 25.000 euros serão quase 39.000 euros no final do prazo. Se obtivéssemos um juro de 5%, o resultado final rondaria os 52.000 euros.
- Se, por outro lado, tivermos o dinheiro “parado”, não só desejaríamos obter juros sobre essa poupança, como essa poupança previsivelmente poderá desvalorizar devido à inflação (custo de vida).
Muitos aforradores estão de acordo com estas ideias, mas não encontram o momento mais adequado para fazer a mudança. Em muitos casos, é porque têm dúvidas sobre “quanto dinheiro devo reservar na conta à ordem para imprevistos?”, ou “como calculo esse montante?” De seguida, indicamos algumas fórmulas para uma abordagem adequada ao seu perfil.
Como calcular uma almofada para imprevistos?
Designamos “fundo de emergência” à almofada financeira necessária para enfrentar imprevistos e situações de emergência. Logicamente, o montante necessário dependerá das circunstâncias pessoais de cada um: com que rendimentos conta a família, quantas pessoas estão a nosso cargo e que outras opções teríamos para obter dinheiro rapidamente em caso de necessidade.
Vamos tentar traduzir essas palavras em fórmulas simples que nos ajudem a responder de forma personalizada à pergunta de quanto dinheiro necessitamos de ter na conta à ordem:
Opção 1 (menos conservadora): Entre três e seis meses de despesas
Os especialistas aconselham a acumular um fundo de emergência equivalente entre três e seis meses de despesas normais. Ou seja, o suficiente para pagar a prestação ou a renda da casa, prestações de outros empréstimos, assim como alimentação, eletricidade, seguros, escolas… durante esse período. Assim, por exemplo, se tivermos um salário de 2.000 euros líquidos e despesas mensais de 1.500 euros, o valor atribuído a este fundo de emergência deverá situar-se entre 4.500 e 9.000 euros (entre três e seis vezes das despesas mensais).
Opção 2 (mais conservadora): Seis meses de salário
Uma forma rápida, simples e um pouco mais conservadora de estimar o montante da almofada financeira é ter um montante equivalente a entre três e seis meses de salário (ou rendimento mensal). Para o exemplo acima, seria equivalente a 6.000 - 12.000 euros. Assim, uma pessoa com uma situação económica saudável e com um salário líquido de cerca de 2.000 euros por mês, deverá manter na conta à ordem entre 4.500 e 12.000 euros (para além do valor necessário para as despesas correntes), de acordo com as suas preferências, e procurar um destino com mais rendibilidade para o resto da sua liquidez.
Como otimizar o meu dinheiro?
Se não tivermos algum dinheiro de parte, devemos estabelecer uma meta que nos dê segurança dentro das opções referidas e propormo-nos a poupar um montante mensalmente, por mais pequeno que seja, até lá chegarmos.
Pelo contrário, se já tivermos esse montante guardado na conta à ordem, será aconselhável investir o excesso de liquidez para aplicar em produtos de poupança ou de investimento a médio e longo prazo, que nos permitam obter taxas de juro superiores à inflação. Em todo o caso, temos sempre de nos certificar de que os produtos em que investimos se adaptam às características pessoais, ao prazo e ao perfil de investimento de cada um. Por isso, se não tivermos a certeza, devemos perguntar a um especialista ou gestor.
Como último conselho, devemos rever periodicamente o montante necessário no fundo de emergência para reduzi-lo ou aumentá-lo se, por circunstâncias várias, esse valor tiver ficado desatualizado. É a melhor fórmula para estar sempre no ponto certo de tranquilidade e também de rendibilidade.