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Poupar Dinheiro: Guia para controlar as contas
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05.09.2024
Escrito por: Ideias que Contam
Já somou todos os seus pequenos gastos diários e mensais? Apenas um pode não ser dramático, a questão coloca-se quando são vários. Se a ideia é gerir melhor as suas finanças pessoais, comece por identificar estas despesas mini e economize ao máximo.
São despesas de baixo valor, de apenas alguns euros ou mesmo cêntimos, e por isso aparentemente insignificantes. No entanto, apenas um euro aqui, outros ali e acolá, multiplicados por 30 dias, representam, no mínimo, 90 euros. Um valor que, em muitas famílias, pode pesar cerca de 10% no seu orçamento mensal disponível. Um impacto grande, portanto.
Há quem lhes chame “gastos-formiga”, precisamente porque, apesar de pequenos como a formiga, juntos podem causar danos elevados. Aqui lhe deixamos umas quantas pistas sobre alguns dos principais, bem como ideias para os contornar.
Assinaturas online. Muitas aplicações para telemóvel oferecem versões gratuitas com recursos extras pagos, que, uma vez subscritos, podem gerar gastos recorrentes. Por vezes, estas subscrições são realizadas inadvertidamente, e continuam a ser debitadas na nossa conta bancária até as descobrirmos, momento em que devemos cancelá-las se não nos fazem falta. Também há compras de conteúdos de streaming, como música, filmes, jogos, jornais e revistas digitais que, bem vistas as coisas, é provável que não lhes dê assim tanto uso que justifique estar a manter a assinatura mensal. Outras subscrições referem-se à aquisição de espaço extra em cloud, um “armazém digital” onde guardamos toda a espécie de ficheiros sem critério. Fazendo uma limpeza regular desses ficheiros, possivelmente esse é um gasto que pode dispensar. Analise o que é mesmo importante para si e se há uma alternativa “analógica” com o mesmo objetivo, como, por exemplo, um disco rígido externo, eliminando esse gasto adicional regular do seu extrato bancário.
E, já que falamos em online, atenção aos consumos extra de dados móveis. Enquanto não negoceia um novo pacote de dados de acordo com as suas necessidades, desligue, junto do seu fornecedor de internet, a opção automática de adição de dados extra se esgotar o plafond contratado antes do final mês. Cada 200 MB a mais podem custar cerca de três euros, dependendo de cada operador.
Cafés e outras bebidas. Quantos cafés toma por dia? À refeição costuma beber refrigerantes? Se calhar está na hora de fazer contas, diminuindo o número de “bicas” ou preparando o seu café em casa, e prescindir da laranjada (que pode substituir por um sumo de fruta diluído) que, além de cara, não é saudável. A água é uma excelente bebida para acompanhar a refeição e, no dia-a-dia, troque a engarrafada por uma garrafa reutilizável. Desta forma, ainda ajuda o ambiente a libertar-se do plástico.
Combata o desperdício alimentar... Hoje foi uma peça de fruta que apodreceu, amanhã uma alface com as folhas estragadas. Comprar alimentos em excesso para depois acabarem no lixo, mesmo que o seu custo seja baixo, é sempre dinheiro malgasto. Além da perda financeira, o desperdício alimentar tem um impacto negativo no planeta, pois a produção de alimentos necessita de enormes quantidades de água, energia e outros recursos, além do desgaste do solo. Desperdiçar comida significa, pois, desperdiçar recursos que são tão escassos e dispendiosos. Planeie as suas refeições, adquira apenas os produtos em função das suas necessidades, armazene adequadamente para prolongar a vida útil dos perecíveis e não deite fora as sobras, com elas reinvente-se na cozinha e faça pratos deliciosos. Quando for às compras, leve uma lista, opte por produtos de “marca branca” que, na generalidade, são de grande qualidade, e evite perder-se em promoções de produtos que sabe que não vai consumir tão depressa ou em “gulodices” e “mimos” como snacks, chocolates, pastilhas elásticas, gomas e outros “caprichos”. As compras por impulso tornam-se um hábito e costumam pesar no orçamento disponível.
... e o de água e energia. Lavar os dentes após as refeições durante uns minutos com a torneira a correr, ou deixar a televisão e outros eletrodomésticos ligados em stand-by – que gera um consumo “silencioso” pode representar até 10% da fatura mensal de energia –significa desperdício de recursos e de dinheiro. Para evitá-lo, feche a torneira mais vezes e desligue os equipamentos quando não estão em uso. Já agora, apague também as luzes, mesmo que sejam de baixo consumo, das divisões onde não está ninguém.
No que respeita concretamente à conta da energia, reveja periodicamente, junto da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), os preços que estão a ser praticados pelos variados operadores. Simule e compare, tanto da eletricidade como do gás natural, as ofertas comerciais em vigor a cada momento, pois variam muito. Vale a pena, porque as poupanças podem ser significativas no final do ano e não há limite de vezes para mudar de fornecedor energético, se assim se justificar.
Controle pequenos “vícios”. Muitos gastos-formiga estão ligados a hábitos. Fumar, beber “um copo” com colegas ou amigos ao final da tarde, apostar continuadamente em jogos de azar como “raspadinhas” são costumes difíceis de abandonar, pois mexem com as nossas emoções de prazer, de socialização e de recompensa. Não sendo possível, nem desejável, pô-los de parte em definitivo, pelo menos diminua a frequência, encontrando, ao mesmo tempo, alternativas mais saudáveis e económicas. Substitua, por exemplo, o cigarro por uma pastilha sem açúcar, a bebida alcoólica por um chá e as apostas por um hobby como a leitura ou o desporto.
Cozinhe mais, encomende menos. Encomendar comida através de aplicações digitais tem custos de entrega que encarecem a refeição. Este é, de facto, um recurso prático quando não se tem tempo para a cozinha, mas que deve ser guardado para aqueles dias “sem exemplo”. Reserve algumas horas ao fim de semana para confecionar pratos que pode congelar e usufruir durante a semana. Usando o forno ou o micro-ondas, num instante estão na mesa. Além disso, sabe o que está a comer, com menos sal e gorduras. Pelos mesmos motivos, diminua o número de vezes que come fora, recuperando, se lhe for permitido fazer refeições no local de trabalho, numa copa ou refeitório, a marmita levada de casa com comida cozinhada por si. Planear atempadamente as refeições e aproveitar sobras ajudam a ter sucesso neste novo hábito.
Viagens curtas de automóvel, táxi ou plataformas. De tão curtas, podem perfeitamente ser feitas a pé, de bicicleta ou de transporte público. Reflita sobre o seu estilo de vida e adote comportamentos mais amigos da sua saúde e da sua carteira, enquanto diminui a sua pegada carbónica. Pense duas vezes antes de optar pelo automóvel para pequenas deslocações: a sua escolha faz a diferença.
Outras estratégias para poupar
• Se é expert em Excel ou similar, este programa pode ajudá-lo a criar um orçamento familiar para todas as suas contas recorrentes, anotando, inclusive, as pequenas despesas que faz diária ou mensalmente (peça fatura e guarde, para não se esquecer). Também existem várias aplicações para o telemóvel com o mesmo efeito. Uma vez identificados, estabeleça metas realistas e limites para esses gastos, monitorize e cumpra.
• Venda produtos que, embora em bom estado, deixou de utilizar. Indiretamente é uma forma de poupança, porque, no fundo, está a revalorizar artigos adquiridos anteriormente que já não servem para nada e só ocupam espaço. Neste rol podem entrar, por exemplo, livros, roupa, brinquedos, eletrodomésticos e tecnologia e mobiliário. Além disso, alivia a sua casa de “tralha” e está a fomentar a reutilização de produtos e a economia circular.
• Automatize pagamentos por débito direto. Além de prático, evita multas e juros.
• Não perca de vista a disciplina e o planeamento, no entanto, mudar os hábitos leva tempo, pelo que deve ser paciente e consistente, não se culpando se falhar uma ou outra vez. Errar é uma aprendizagem.
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