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O futuro é mais elétrico

06.07.2021

Escrito por: Ideias que Contam

Viagens rápidas, económicas, limpas e seguras são as características mais procuradas na hora de escolher um meio de transporte.

 

Só no primeiro trimestre de 2021 um quinto da classe trabalhadora portuguesa esteve em teletrabalho e grande parte dos cidadãos experienciou as cidades de uma outra maneira, com menos trânsito, menos ruído e menos poluição, características que muitos gostariam que se perpetuassem no tempo, a verdade é que a pandemia proporcionou algumas descobertas positivas no que à vivência urbana diz respeito e, juntamente com as tendências que já se verificavam antes do aparecimento do novo coronavírus (como a procura de um estilo de vida mais sustentável), é possível prever um novo ecossistema de mobilidade assente em tendências já verificadas. Vamos descobrir quais são.

 

Tendências de mobilidade

 

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A pretensão em aumentar a segurança com o propósito de diminuir o risco de infeção pela covid-19 fez com que a maioria dos cidadãos optasse por modelos de mobilidade específicos, onde o transporte individual é o preferido, em detrimento dos transportes coletivos. Segundo o barómetro da EDP - que tem vindo a acompanhar as tendências de mobilidade dos portugueses - 40% da população admite que no futuro irá continuar a usar menos os transportes públicos do que usava antes da pandemia.

 

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Muitos jovens consideram agora, depois do confinamento, comprar uma viatura própria. Segundo o estudo Mobility Futures 2021: ‘The Next Normal’, da Kantar (especialista mundial no comportamento do consumidor), lançado em maio, a escolha do carro para fazer as viagens diárias cresceu 3,8% em todo o mundo. Ao todo, o estudo avaliou as tendências de mobilidade urbana em 13 cidades.

 

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O automóvel passou a ser o meio de transporte escolhido em viagens de longa distância, antes feitas através de avião ou comboio. Além disso, muitas deslocações deixaram mesmo de se realizar, verificando- e que o volume de viagens de trabalho ou de lazer caiu 30% entre 2019 e 2020, diz o mesmo estudo.

 

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A bicicleta começou a ser um meio de transporte muito usado, assim como outras formas de deslocação mais amigas do ambiente. Caminhar lidera o ranking das modalidades que mais ganharam popularidade com a pandemia e, juntamente com as bicicletas e trotinetes, esta tendência cresceu 4,8% em toda a Europa.

 

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Meios de transporte do futuro serão mais elétricos

 

O aumento de consciência por parte dos portugueses relativamente à pegada de carbono e outras questões ambientais fez disparar a compra de veículos elétricos. Esta parece ser, segundo os especialistas, a característica transversal e possível de antever quando se fala de meios de transporte do futuro. 

 

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Mesmo que a tendência global seja usar uma viatura individual para fazer as deslocações, no caso dos automóveis os dados mostram que o país registou, em abril deste ano, o quarto melhor mês de sempre em volume de vendas (924 unidades) de viaturas de passageiros totalmente elétricas, o que denuncia um interesse crescente por parte dos portugueses em adquirirem automóveis com emissões zero.

 

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Há cada vez mais pessoas a comprar bicicletas para se deslocarem na cidade onde residem e um número crescente de autarquias, de norte a sul do país, a investirem em ciclovias. Só em Lisboa, em 2020, a Câmara Municipal acrescentou 14 quilómetros à rede de ciclovias e adquiriu mais 700 bicicletas elétricas até ao final do primeiro trimestre de 2021. As estações para este meio de transporte passaram de 84 para 164 nos últimos meses. O país também dá cartas na produção de bicicletas: em 2019, Portugal destronou a Itália e tornou-se o principal produtor de bicicletas na União Europeia, ao fabricar 2,7 milhões de unidades, praticamente um quarto de toda a produção dos 27 Estados-membros. As exportações nacionais geraram 424 milhões de euros em 2020. As bicicletas elétricas atingiram, em 2019, 52 milhões de euros em exportações.

 

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A preocupação em ter um estilo de vida mais sustentável e os ensinamentos e alterações que a pandemia trouxe às nossas vidas têm levado a uma aceleração na mudança de paradigma da mobilidade, sobretudo nos centros urbanos. Os números mais recentes mostram, inclusivamente, que as novas preferências já tiveram um impacto significativo para o país. Em 2020, houve um recuo de 8,7% de emissões de dióxido de carbono provenientes da combustão de combustíveis fósseis, registado pelo Eurostat.