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Megatrends 2023: Quais são as tendências de inovação para o futuro?

18.04.2023

Escrito por: Fundación Innovación Bankinter

A Fundación Innovación Bankinter volta a apresentar as Megatrends 2023, um documento que define as tendências que estão a transformar a sociedade, a forma como fazemos negócios e a forma como vivemos e nos relacionamos uns com os outros.

As 10 tendências de inovação que terão maior impacto no futuro

Antecipar o futuro e projetar o dia de amanhã é um desafio complexo. Por essa razão, o relatório Megatrends 2023 pretende facultar novas pistas para antecipar o futuro, mas também para monitorizar a evolução de determinados temas e tendências.

A Fundación Innovación Bankinter convidou 700 especialistas de renome internacional, do think thank Future Trends Forum, para analisar as principais tendências dos dias de hoje à volta de quatro grandes temas: Tecnologia e Ciência, Tendências Emergentes, Progresso Económico e Futuro da Sociedade.

O resultado desta análise está espelhado no relatório Megatrends 2023, que identifica as 10 principais tendências, o seu estado atual e o seu potencial nos próximos anos. Partilhar com a sociedade as novas tendências que, através da inovação, prometem moldar o futuro foi o desafio proposto e a publicação deste relatório ajudam-nos a compreender que tópicos marcarão os próximos anos e permite-nos interpretar e refletir sobre o impacto que as mudanças atuais terão no dia de amanhã.

Consolidando o objetivo da Fundación Innovación Bankinter de estar "à frente do futuro", estas são as 10 tendências que terão maior impacto no futuro:

  • 1. Tecnologias para ampliar as nossas capacidades
  • 2. Inteligência Artificial (IA) na relação humana com as máquinas
  • 3. Metadados e cloud: construir os pilares para um mundo hiper-conectado
  • 4. Mobilidade: da garagem para a rua
  • 5. Medicina de precisão: tratamentos avançados que se adaptarão a nós
  • 6. Como gerir o talento do futuro
  • 7. Modelos educativos para hoje e amanhã
  • 8. Sustentabilidade: energia para um futuro net zero
  • 9. Explorar o espaço para melhorar a nossa vida na Terra
  • 10. Metaverso e Web3: estamos prontos para o mundo virtual?


 

Megatrends 2023: tendências com o maior impacto

A Fundación Innovación Bankinter apresenta as Megatrends 2023. Um relatório sobre as tendências que estão a transformar a sociedade, a forma como fazemos negócios e a forma como vivemos e nos relacionamos uns com os outros.

Quais as tendências de inovação que terão um maior impacto em 2023? Para responder a esta pergunta, mais de 700 especialistas do Future Trends Forum analisaram as tendências em torno de quatro grandes temas: Tecnologia e Ciência, Tendências Emergentes, Progresso Económico e Futuro da Sociedade. O resultado desta análise é apresentado no relatório Megatrends 2023, que explora dez tendências, o seu estado atual e o seu potencial nos próximos anos.

Na apresentação do relatório, esteve presente o CEO da Fundación Innovación Bankinter, Juan Moreno Bau, e Miguel Arias, uma referência em inovação e empreendedorismo a nível internacional. Miguel Arias tem um extenso currículo, tendo sido fundador de start-ups de sucesso, Diretor Global de Empreendedorismo na Telefónica e responsável pela Wayra e pela Open Future. Atualmente, Miguel Arias é General Partner da K Fund e membro do Conselho Espanhol FTF - um grupo de especialistas que procura ajudar a Fundación Innovación Bankinter a analisar as tendências mundiais.

As tendências de inovação que terão mais impacto em 2023
O relatório Megatrends 2023 analisa o presente para nos aproximar do amanhã, consolidando o objetivo da Fundación Innovación Bankinter de estar "à frente do futuro", descobrindo as tendências de inovação que modificarão as novas tecnologias, os modelos de negócio, a sociedade e, em suma, as nossas vidas.



Tendências 2023


A lista que se segue não está ordenada por relevância. Todas elas têm um potencial transformador e disruptor:

 

1. Tecnologia para ampliar as nossas capacidades

Centrada na utilização da biomecânica, robótica e outras técnicas de aperfeiçoamento humano, tais como biomáquinas e neurotecnologia. O nosso sistema nervoso será capaz de interagir com diversos tipos de inteligência e tecnologia externa à medida que os interfaces “cérebro-máquina” vão evoluindo.

Relativamente a este ponto, o CEO da Fundación Innovación Bankinter, Juan Moreno Bau, assinala que a tecnologia está a avançar mais rapidamente do que a regulamentação existente e que é necessário promover debates éticos sobre esta matéria.

Miguel Arias, por outro lado, refere que a inteligência artificial fará parte das nossas vidas, quer como parte da sociedade, quer como indivíduos. Será como um copiloto que nos ajudará e nos irá dotar de maiores capacidades. Prova do interesse nesta tendência são os fundos de investimento especializados, tais como o criado por Iñaki Berenguer, Life Extension Ventures. Além disso, existem empresas interessantes, como a Bitbrain, que combina neurociência, inteligência artificial e hardware para formação cognitiva. Esta tendência será analisada no think tank Future Trends Forum no próximo mês de junho, com especialistas de renome mundial.

 

 

2. Inteligência Artificial (IA) na relação humana com as máquinas

Desde a descoberta de modelos com capacidade geradora que facilitam a interação entre o homem e a máquina, como o ChatGPT, até às implicações éticas da relação entre a IA avançada e os seres humanos.

Os novos modelos linguísticos têm vindo a provocar mudanças na forma como interagimos com as máquinas e na capacidade de gerar informação. Para Miguel Arias, existe uma grande oportunidade para os empreendedores e as start-ups desenvolverem soluções de IA nas indústrias e sectores onde ainda não chegou. Tal como com a digitalização, a chegada da IA a muitos setores irá alterar os modelos de negócio e promoverá soluções disruptivas.

Alguns campos de interesse mencionados por Miguel Arias, são a aplicação da IA para cuidados de saúde personalizados, para automatizar processos e para acompanhar os idosos.

Além disso, segundo Juan Moreno Bau, surgirão oportunidades à medida que os modelos de negócio se desenvolvem, por exemplo, no caso dos motores de busca na Internet, a forma como consumimos informação vai mudar. Relativamente à ética, à forma de como se podem evitar preconceitos e de promover a neutralidade das soluções AI, existem iniciativas interessantes como a fAIr LAC, lançada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento.

 

 

3. Metadados e cloud: construir os pilares para um mundo hiperconectado

Cibersegurança, infraestruturas globais robustas, transparência, metadados e novas tendências como a Internet das Coisas. O 5G está a acelerar a quantidade de soluções e, portanto, de dados que estão a ser gerados e utilizados à posteriori.

As inovações virão da forma como processamos e gerimos os dados. Com uma quantidade infinita de dados a ser gerada, a organização dos dados é fundamental, determinando para que serve cada tipo de dado, como se estruturam com metadados e como se exploram - se estiver no limite, tanto melhor - diz Miguel.

Existem hoje iniciativas muito interessantes lançadas através do Wayra Activation Program 5G/Edge. Por outro lado, Miguel Arias salienta que a tendência é que as infraestruturas estejam integradas através da conectividade, especialmente pensando no carro autónomo. Por último, trata-se também de otimizar o consumo de energia dos grandes centros de dados para assegurar a sustentabilidade ambiental. Nesta linha, Miguel Arias destaca a empresa espanhola Submer, que desenvolve soluções para tornar o funcionamento e a construção de centros de dados mais sustentáveis e eficientes. Entre outras coisas, desenvolveu um fluido biodegradável que permite a imersão do hardware. Juan Moreno Bau destaca a start-up Jotelulu, que oferece às PME o acesso à Cloud e implementou mecanismos de compensação de carbono, como os oferecidos por outra start-up, a Climate Trade.

 

 

4. Mobilidade: da garagem para a rua

A mobilidade como serviço, a automatização dos transportes e a otimização da mobilidade nas cidades vão moldar a nossa relação com os veículos.

O automóvel autónomo pressupõe o que foi mencionado na tendência anterior: conectividade incorporada nas ruas e estradas.

Miguel Arias menciona a start-up Vay Technology como a primeira a colocar um carro autónomo na estrada na Europa. Neste caso, trata-se de veículos controlados à distância. Para que os carros autónomos se tornem populares, Miguel Arias acredita que ainda faltam 5 ou 6 anos e muita regulamentação por criar. No que diz respeito à mobilidade, como modelo de serviço, é necessário o apoio das autoridades locais, regionais e nacionais para fazer dela uma alternativa poderosa.

Por último, todos os desafios e oportunidades em torno de melhorias de eficiência e reciclagem de baterias, por um lado, e de infraestruturas de carregamento, por outro, devem ser considerados para que o modelo de veículo elétrico se torne uma realidade massiva.

 

 

5. Medicina de precisão: tratamentos avançados que se adaptarão a nós

Os últimos avanços na biofarmacêutica e a hiperpersonalização da medicina levarão a uma mudança de paradigma na saúde humana. No Fórum de Tendências Futuras sobre Saúde Digital de 2015, já se antecipavam muitas das coisas que estão a acontecer, tais como a manipulação genética, as nanovacinas e outras tecnologias e inovações como o estudo do microbioma, que apontam para a hiperpersonalização dos tratamentos.

A ciência, a nanotecnologia, a IOT e a inteligência artificial prometem muitas inovações para melhorar a qualidade de vida humana. Miguel Árias diz que existem empresas muito interessantes neste campo como a Melio, que ajuda qualquer pessoa a tomar decisões de saúde baseadas em dados, ou a Quibim, que utiliza a IA para analisar radiografias e fazer previsões. O grande desafio que se impõe é a democratização do acesso a este novo paradigma de saúde digital.

 

 

6. Como gerir o talento do futuro

Como será o talento do futuro, será que as lideranças precisarão de mudar, que novas profissões surgirão, como é que os avanços tecnológicos afetarão o mercado de trabalho? Parece claro que o talento requerido pelo mercado não é o mesmo que o talento que sai das universidades.

Também parece claro, independentemente da profissão, todos teremos de ter certas capacidades de "cientistas de dados", pelo menos para saber como utilizar dados e do que os algoritmos de IA são capazes. Assim, referiu Alper Utku no Fórum de Tendências Futuras.

Para o especialista é necessário reabilitar todos os profissionais em duas áreas específicas: ciência de dados, que inclui inteligência artificial e Big Data, e habilidades interpessoais (soft skills). Para reter talentos, é cada vez mais importante partilhar objetivos e compreender as necessidades vitais da geração mais jovem.

 

 

7. Modelos educativos para hoje e amanhã

Novos modelos centrados na aprendizagem contínua ao longo da vida das pessoas, maior ênfase no conceito learn-by-doing ou na forma de abordar o gap entre universidades e empresas.

Tal como falámos sobre a hiperpersonalização na saúde, o mesmo conceito também se aplica à educação: a tendência é avançar para modelos de ensino personalizados, onde cada pessoa decide o seu currículo, e onde, segundo Miguel Arias, haverá cada vez mais perfis híbridos - advogados que são especialistas em mineração de dados ou filósofos que são programadores, por exemplo.

As competências multidisciplinares serão a regra. Para os profissionais no ativo, o modelo é de aprendizagem contínua, adquirindo novas competências de acordo com a procura do mercado. Existem iniciativas tais como a Ironhack, que fornecem competências tecnológicas para todos os tipos de perfis profissionais. Estão também a surgir novos modelos de financiamento de estudos, tais como os propostos pela fintech StudentFinance.

 

 

8. Sustentabilidade: energia para um futuro net zero

Num mundo em constante mudança e com uma população em crescimento, a inovação deve ser sustentável e a energia deve ser obtida de novas formas, otimizando ao mesmo tempo as energias tradicionais. Juan Moreno Bau aponta para o investimento cada vez maior e mais acelerado em energias limpas, em novas tecnologias e inovações para alcançar o objetivo de um mundo Net Zero, um dos tópicos abordados no Future Trends Forum.

Alcançar um mundo sustentável é uma necessidade e também uma oportunidade de negócio. Com foco na emergência climática, foram criados mais de 60 novos fundos de investimento em todo o mundo em 2022, num total de mais de 60.000 milhões de dólares.

De acordo com Miguel Arias, existem fundos em Espanha com mais de mil milhões de euros para serem investidos nesta área. A Espanha é líder mundial, tanto em energias renováveis como em hidrogénio verde. O ecossistema start-ups climatetech está em plena expansão: a K Fund já identificou mais de 150 start-ups.

 

 

9. Explorar o Espaço para melhorar a nossa vida na Terra

A economia espacial abre uma multiplicidade de oportunidades, uma vez que as grandes agências espaciais já não são as únicas com acesso único a este mercado, ao mesmo tempo que as indústrias e laboratórios espaciais oferecem condições únicas em gravidade zero.

Como já foi anunciado no Future Trends Forum sobre Comercialização do Espaço, realizado em 2019, a entrada de novos players e novas tecnologias está a permitir o acesso a dados cada vez mais baratos, que permitem o surgimento de start-ups, criando soluções para uma multiplicidade de sectores: desde a preservação da biodiversidade, à otimização de culturas, ao comportamento dos consumidores. Espanha tem um imenso potencial neste domínio.

Existem start-ups especializadas em tecnologia, tais como PLD Space ou Satlantis, e start-ups com soluções no âmbito da otimização de culturas Nax Solutions. Para Miguel Arias, o principal desafio é o financiamento necessário para que estas empresas se tornem líderes mundiais.

 

 

10. Metaverso e Web3: estamos prontos para os mundos virtuais?

A chegada da Web3 e da futura Web4, metaversos e a cibersegurança num mundo de cidadãos digitais. Juan Moreno Bau salienta que a convergência de blockchain com a identidade digital soberana, e a melhoria das interfaces homem-máquina podem permitir o desenvolvimento de novos metaversos.

Subsistem grandes questões sobre modelos de negócio e, acima de tudo, se as aplicações serão bem aceites pela sociedade. A realidade aumentada e virtual continuará a melhorar, tanto em hardware como em software, com soluções cada vez mais sofisticadas para a criação de avatares personalizados, tais como a personalização da voz.

O que ainda não é claro é que metaverso ou metaversos permanecerão na vida quotidiana das pessoas, por falta de experiências de uso atrativas. No entanto, faz muito sentido para áreas como a cirurgia e a manutenção preventiva de grandes instalações industriais.

MegaTrends 2023

 

Oportunidades de investimento e empreendedorismo

Existem oportunidades de investimento e empreendedorismo em todas as tendências abordadas. Particularmente na (2.) Inteligência Artificial e na (8.) Sustentabilidade.

Em geral, todas as iniciativas inovadoras que visem melhorar a sustentabilidade - social, económica e ambiental - serão oportunidades muito interessantes.

No que diz respeito às start-ups e aos empreendedores, a atual conjuntura faz com que se prolonguem os períodos de investimento diminuam as avaliações.

Pelo lado positivo, há uma enorme mudança nos padrões de comportamento e de consumo e, portanto, muitas disrupções em quase todos os setores através de tecnologias de capacitação. O Megatrends 2023 está disponível no site da Fundación Innovación Bankinter.