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Estratégia de Investimento Semanal (8 de Fevereiro)

08.02.2023

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Semana de digestão dos bancos centrais e sem referências relevantes.” 

Terminou uma nova semana em alta para as bolsas, assim como um dos melhores meses de janeiro dos últimos anos, com aumentos de dois dígitos nos principais índices mundiais. Os bancos centrais assumiram claramente  um papel central, com a Fed, o BCE e o Banco de Inglaterra a corresponderam às expetativas e a continuarem o processo de subida das taxas de juro. Por outro lado, nenhum deles aprofundou as mensagens hawkish que já eram conhecidas e, por conseguinte, as bolsas reagiram positivamente.

Nos resultados, o S&P-500 com 250 empresas publicadas apresentou uma queda média de EPS de -3,7% (vs -3,3% esperado antes da publicação da primeira empresa). Os números foram impulsionados pelos resultados das principais FAANGs, onde a Apple, Amazon e Alphabet desapontaram, mas a Meta (Facebook) subiu fortemente (+23%) apoiada no anúncio de um programa agressivo de recompra de ações. Em geral, vemos que embora os números do 4T22 não sejam particularmente positivos, é verdade que as mensagens para os próximos trimestres são de uma clara recuperação.

:: Fracas referências macro e temporada de resultados a perder intensidade. 

Esperamos que a semana que se avizinha seja de transição. Após as reuniões do banco central na semana passada, esta semana será uma semana de baixa intensidade em termos de dados macro. Conheceremos algumas referências, mas nenhuma delas será realmente relevante o suficiente para ter impacto no mercado. Em termos de intervenções, o único destaque será a de Powell (terça-feira).

Em termos de resultados empresariais, a época de resultados continuará ao longo desta semana, com menos intensidade. Nos EUA, aproximadamente metade das empresas do S&P-500 ainda não publicaram os seus resultados, mas as mais importantes (grandes bancos e grandes empresas tecnológicas) já publicaram os seus números e, portanto, a partir desta semana, o peso que terão na evolução das bolsas será cada vez menor. No ES-50, contudo, ainda  há muitos nomes importantes a serem publicados e esta semana irão fazê-lo, entre outros: L'Oreal, Total, Siemens, Nestlé ou Vinci.

Em resumo, para esta semana continuamos a manter a nossa visão construtiva sobre os mercados. Acreditamos que será uma semana para digerir os bancos centrais , sem grandes surpresas e, sobretudo, tendo eliminado este fator de incerteza, os mercados devem continuar o bom tom da semana passada. Em caso de quedas, estas seriam temporárias e seriam mais uma consolidação de níveis do que quedas reais.
Apesar dos aumentos acumulados, reiteramos a mensagem de manter uma elevada exposição a ações nas nossas carteiras, especialmente para os perfis mais agressivos. Em termos de setores, acreditamos que a tecnologia continuará a ser atrativa (especialmente nos semicondutores, onde esperamos uma clara recuperação no 2S23) e também noutros, como luxo e bancos europeus.


Obrigações: “B.C. não assustam, mas a macro pressiona.” 


Os bancos centrais não assustam. A Fed está mais uma vez a diminuir o ritmo de subida das taxas de juro (+25bp) e o BCE está a corresponder ao guidance descontado pelo mercado (+50bp e tom hawkish). Contudo, os fortes dados sobre o emprego (taxa de desemprego no seu nível mais baixo desde 1969) exercem pressão sobre a Fed. Após estes dados, Daly (Fed) reforçou a ideia de aumentar as taxas de juro para pelo menos até 5,1% e mantê-las nesses níveis durante algum tempo. Isto vai contra as expetativas do mercado. A estes níveis de rendimento, o risco é assimétrico na parte longa da curva, uma vez que uma mudança das expetativas teria um maior impacto. 
Portanto, a parte curta da curva continua a ser a opção mais atrativa. Esta semana o foco estará nas declarações dos membros da Fed (Powell, Williams, Waller...) Intervalo (semanal) estimado T-Note: 3,45%/3,55%. Intervalo (semanal) estimada yield do Bund : 2,15%/2,30%.

Divisas: “Intervalo estreito para o eurodólar.” 


Euro-Dólar (€/USD).– Fortes dados sobre o emprego nos EUA e um aumento da tensão geopolítica entre a China e os EUA estão de novo a fortalecer o dólar. Sem dados relevantes, espera-se que esta semana se mantenha num intervalo estreito. Intervalo estimado (semana): 1.0720/1.0850. 
Euro-Libra(€/GBP).– Na semana passada, o tom hawkish do BCE levou o euro a apreciar-se. Nos próximos dias a questão mais relevante será o PIB do Reino Unido, que se espera que seja fraco (a/a) +0,4% vs +1,9% anterior. Isto poderia fazer com que a apreciação do euro continuasse por mais uma 
semana. Intervalo estimado (semana): 0,879/0,903. 
Euro-Franco Suíço (€/CHF).- Os dados macro serão escassos e de pouca relevância na UE e na Suíça. Após a recente apreciação do euro, antecipamos uma semana neutra . Intervalo estimado (semana): 0,989/1,015. 
Euro-Iene (€/JPY).– Pensamos que é provável que o iene permaneça depreciado por volta dos 142/ € ou um pouco mais porque em abril Kuroda está a deixar o BoJ e o candidato favorito para o substituir (Vice-Governador Amamiya) é tão dovish como ele, o que nos permite esperar uma política monetária semelhante. Intervalo estimado (semana): 141,6/142,5. 
EUR-Yuan (€/CNH).- É provável que consolide a sua apreciação recente de ca.7.40 a até 7.30 vs. 7.33 atual graças à inércia positiva da recuperação chinesa, mas é pouco provável que quebre o nível das 7.30. Intervalo estimado (semana): 7.35/7.30.