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Estratégia de Investimento Semanal (21 de Novembro)

21.11.2022

Escrito por: Bankinter

Bolsas: “Uma semana “curta” de consolidação positiva devido  à redução do risco e à sensação de que o fundo foi atingido.” 

A semana passada foi de consolidação e resolução, embora mais favorável para a Europa (ES-50 +1,5%) do que para os Estados Unidos (S&P500 -0,7%) porque a Wall Street tinha reagido bruscamente assim que foi publicada na quinta-feira 10 a inflação americana em queda e na ausência de conflito político e social resultante das eleições intercalares americanas. Foram precisamente estes resultados que nos permitiram aumentar de forma substancial a exposição na passada segunda-feira, algo que já queríamos fazer há algum tempo. E as bolsas poderiam muito bem ter realizado lucros, mas não o fizeram. Em vez disso, consolidaram a mudança para melhor, com a sensação de que o pior já tinha ficado para trás, como dissemos na segunda-feira, que era provável que acontecesse. Não só as ações, mas também quase mais significativamente as obrigações, uma vez que alguns dos principais pontos de referência nesta classe de ativos caíram abaixo deníveis esteticamente significativos em termos de yield: Bund abaixo dos 2%, Espanha um pouco abaixo dos 3%, Itália abaixo dos 4% e Euribor 12m abaixo dos 3%, entre os principais. O fluxo de fundos para uma Europa que beneficia de resultados empresariais mais fortes do que o esperado completou este tipo de círculo reconstrutivo ao favorecer a apreciação do euro acima da paridade com o dólar (1,035/$). Não se pode dizer que tudo foi perfeito, mas a semana capturou a melhoria subjacente que acreditamos estar a ter lugar 
no mercado.

:: Esta semana a macro europeia pode dar a entender que já atingiu o fundo e que reforçaria a nossa defesa de que o contexto começou a melhorar

É provável que a semana ofereça uma tendência positiva ainda mais definida do que na semana passada porque serão publicados os PMIs europeus e 
americanos que dificilmente retrocederão ou mesmo em alguns casos específicos (Alemanha?) poderiam melhorar milimetricamente pela primeira vez em muitos meses, bem como um IFO alemão também com melhor aspeto (85,0 vs 84,3?). Teremos também o Dia de Ação de Graças/ Black Friday, que "encurtará" a semana na prática, mas o mercado não poderá descontar os primeiros números de vendas até à próxima segunda-feira porque não serão divulgados antes de sábado. Muito provavelmente, as bolsas ganharão lentamente um impulso positivo nos próximos dias, o que se tornará mais fiável à medida que nos aproximamos do final do ano. Neste sentido, será decisivo que em meados de Dezembro, tanto a Fed como o BCE aumentemas taxas de juro em 50 p.b., em vez de 75 p.b., e que o BCE comunique corretamente os termos e o ritmo da sua redução do balanço. Se isto acontecer, as ações e obrigações ganharão confiança na segunda quinzena de Dezembro. Tudo sugere que esta semana será uma semana de consolidação positiva para ações e obrigações, com volatilidade baixa e à 
espera dos próximos dados da inflação para confirmar a tendência decrescente iniciada nos EUA: 29 de Nov Alemanha (+10,4% Out), 30 de Nov UE (+10,6% Out), 1 Dez Deflator do Consumo Privado dos EUA (PCE) (+6,2% Out) e, finalmente, a 13 Dez, inflação dos EUA (+7,7% Out). O mercado deve ganhar consistência até lá.

Obrigações: “Taxas de juro: ritmo mais lento, mas mais altas”. 

A inflação americana retira pressão à Fed e desencadeia um rally de obrigações (yields mais baixa) em ambos os lados do Atlântico. Esta é uma boa notícia (economia e mercado) porque torna mais fácil para os bancos centrais abrandar o ritmo das próximas subidas de taxas de juro: +50 pb para a Fed em 14 de Dezembro contra +75 pb anterior? mas pensamos que é demasiado cedo para arriscar uma mudança na direção da política monetária uma vez que: (1) o mercado está a avançar demasiado depressa - um dado não é suficiente para marcar uma mudança na tendência -, (2) a inflação está demasiado longe do objectivo (~2,0%), especialmente na UE (Alemanha: +10,4%, Itália: +11,8%...) e (3) os membros Fed mantêm um tom hawkish, independentemente de anteciparem um ritmo mais lento nas suas próximas subidas de taxa de juro. O foco desta semana são as Atas da Fed. Intervalo (semanal) Estimativa do T-Note: 3,75%/4,0%. Yield do Bund (semanal) intervalo de estimativa: 1,95%/2,15%