Bankinter organiza conferência em Guimarães para debater desafios empresariais

As alterações climáticas e a internacionalização foram os principais temas da conferência organizada pelo Bankinter Portugal, “Glocal: Rumo a novas conexões empresariais”, que decorreu no dia 12 de outubro, no Mit Penha, em Guimarães, e que reuniu na plateia empresários de vários setores da região e de todo o país.

Desafios do presente e do futuro como a transição energética, a descarbonização, a economia circular e a inovação dominaram o debate que contou com a participação de Rita Sousa, especialista em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável, Luís Onofre, presidente da Confederação Europeia da Indústria Calçado e presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos, Ana Dinis, diretora executiva da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, e Luís Mira Amaral, antigo ministro da Indústria e Energia, professor de Economia e Gestão no Instituto Superior Técnico e consultor da FNWAY Consulting para projetos I&DT.

O têxtil e o calçado foram os setores mais destacados na conferência que abordou questões como a internacionalização e a necessidade da implementação de leis concretas para regular as questões da sustentabilidade nas empresas. Relativamente ao calçado, Luís Onofre revelou que 88% dos produtos deste setor proveem de países de África e Ásia e aos quais não são aplicadas as novas regras a que os produtos europeus já têm de obedecer. Ana Dinis, corroborou, referindo que existe “um conjunto de novos regulamentos para os produtos europeus que não são aplicados aos produtos importados" e apontou o passaporte digital como ferramenta inovadora que poderá potenciar a diferenciação dos produtos.

Rita Sousa destacou que "a indústria têxtil tem um impacto e proeminência na economia circular maior do que muitas outras", acrescentando que "o desafio será conseguir tornar o negócio mais resiliente a dificuldades como a escassez das matérias-primas e subida dos preços da energia". O ex-ministro e atual consultor e professor universitário, Luís Mira Amaral também abordou questões ligadas à energia e aos fundos comunitários que podem apoiar as empresas, quer nos processos de inovação produtiva, quer nos processos de eficiência energética, sublinhando que as empresas podem proteger-se dos picos de preços elevados da eletricidade e de gás natural investindo, entre outras possibilidades, na produção de energia.

Esta conferência enquadra-se na missão de apoio ao desenvolvimento e crescimento das empresas e da economia, que constitui parte fundamental do ADN do Bankinter Portugal, e o conjunto de iniciativas de proximidade que o banco promove, tendo em vista a produção e partilha de conhecimento e consequente contributo para uma maior capacitação e competitividade do tecido empresarial em Portugal. Em "tempos de incerteza", Alberto Ramos, country manager do Bankinter Portugal, frisou que as empresas "mais do que financiamento, precisam de conhecimento" dos projetos e das regras para poderem enfrentar, com sucesso, os novos desafios. "As empresas são um veículo fundamental de crescimento e desenvolvimento económico, quer do ponto de vista da criação de riqueza, quer da criação de emprego, e indiretamente também do bem-estar social", referiu.