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Produzir energia solar em casa e armazenar ou vender o excedente já é possível

07.09.2021

Escrito por: Ideias que Contam

Sabia que pode produzir energia limpa, de forma sustentável e sem grandes complicações a partir de casa e que, além da poupança, ainda pode armazenar, para usar mais tarde ou vender o excedente aos fornecedores de eletricidade? Para dar uma ajuda ao investimento pode recorrer aos incentivos do Estado, através do Fundo Ambiental.

Poupar no consumo de energia e, consequentemente, no valor da fatura mensal é o sonho de qualquer consumidor. E se, adicionalmente, ainda puder ser mais amigo do ambiente, produzindo a sua própria eletricidade e vendendo depois o excedente aos comercializadores do mercado? Isso, então, será mesmo a cereja no topo do bolo.

Esta é uma aposta no futuro, com claros benefícios para o ambiente, mas também para o utilizador, e que está hoje à distância de um contacto com um dos vários comercializadores de energia que disponibilizam soluções solares. Basta fazer uma breve pesquisa na internet e rapidamente terá a possibilidade de simular a melhor opção para a sua habitação.

Depois de escolher o comercializador e de avaliar os valores de investimento em questão, pode ainda aproveitar os apoios do Estado, através do Plano de Recuperação e Resiliência, que anunciou recentemente 30 milhões de euros para a 2.ª fase do Programa Casa Eficiente, gerido pelo Fundo Ambiental. Existem vários tipos de investimentos apoiados por este fundo, até um limite de 7.500 euros por edifício unifamiliar ou fração autónoma. No caso dos painéis fotovoltaicos, os apoios vão até 85% do investimento, conferindo um montante total de 2.500 euros. Se quiser saber mais sobre o Programa “Edifícios mais Sustentáveis” e os apoios para os vários tipos de investimento, consulte aqui.

 

Mas, afinal, quais são as vantagens de uma solução de energia solar?

Para começar, a energia produzida é renovável e completamente limpa, porque é captada diretamente do sol. Consequentemente, estará a reduzir a sua pegada ecológica e a contribuir para um mundo mais sustentável. 

Por outro lado, a redução dos custos de produção terá um reflexo direto na sua fatura mensal, conseguindo uma poupança anual significativa comparativamente a um modelo de contratação energética tradicional. O nível de poupança estará sempre relacionado com o perfil de consumo de cada utilizador, com a localização da residência e com a orientação e exposição solar. Cada caso é um caso e terá que ser devidamente analisado pelo fornecedor a quem contratar o serviço e a respetiva instalação dos painéis solares. 

Outra vantagem atual são os equipamentos solares cada vez mais potentes, inovadores e com menor custo para o utilizador. O que significa que a ideia de que os painéis fotovoltaicos são inacessíveis ao consumidor comum já não é uma realidade. Os preços caíram abruptamente e muitas das soluções do mercado incluem o pagamento de um valor mensal que garante ao utilizador a manutenção vitalícia dos equipamentos, assim como a sua substituição sempre que exista algum problema ou que a evolução tecnológica imponha uma mudança. Em média, os painéis têm uma duração de até 25 anos, o que permite tirar enorme partido do investimento. 

Feita a instalação, cabe a cada consumidor fazer uma gestão equilibrada do seu consumo, procurando perceber quais as melhores horas para uma utilização mais intensa de energia e quais os momentos em que deve manter um consumo mais moderado. Desta forma, as poupanças serão ainda maiores no momento de pagar a fatura. 

Uma vantagem adicional é a valorização do seu imóvel. Se tiver instalada uma solução fotovoltaica, a sua casa irá melhorar o nível de eficiência energética e valer mais caso pretenda vendê-la.

 

E como faço para vender a energia?

Agora que já tem os seus painéis instalados e é oficialmente um produtor de energia, o passo seguinte pode ser a comercialização do excedente – a quantidade de energia produzida que não consome em sua casa.

Esta possibilidade foi recentemente permitida em Portugal para o mercado doméstico através da reformulação do regime jurídico das unidades de produção para autoconsumo, em 2019. Com esta mudança jurídica, qualquer cidadão pode produzir a sua própria eletricidade a partir da sua residência. 

Contudo, e se quiser ter a opção de armazenar a energia para usar mais tarde, terá que adquirir, além dos painéis fotovoltaicos, as baterias que permitem fazê-lo. 

Já se a sua opção for apenas produzir para as suas necessidades imediatas e vender o excedente à rede elétrica, não necessita de adquirir essas baterias, pois a energia será injetada, de forma automática, na rede através do seu fornecedor de eletricidade. 

Optar por um sistema com baterias tem a desvantagem de ter um elevado custo adicional. No entanto, aconselhe-se junto dos especialistas, para que façam uma simulação para o seu caso específico. Assim, terá a real noção do valor a amortizar ao longo dos anos e a possibilidade de perceber se este investimento faz sentido face às estimativas de poupança. 

Mas se optar pelas tais baterias, pode usá-las para armazenar o excedente produzido para consumir mais tarde em sua casa

Ao longo do ano, e apesar dos quase 300 dias de sol que habitualmente iluminam os céus nacionais, a verdade é que o pico da produção solar acontece no verão, e apenas em determinadas horas do dia. Por isso, armazenar para mais tarde gastar pode ser uma opção para não ter que recorrer ao consumo de energia do seu fornecedor. 

No entanto, com as baterias, pode optar por armazenar para comercializar e injetar na rede. Mais uma vez, a solução ideal deverá ser avaliada caso a caso. 

Agora que sabe como tirar mais partido de uma solução de autoconsumo solar, está pronto para abraçar a sua independência energética. O ambiente também agradece!

 

 

Perguntas & respostas sobre o autoconsumo solar

Posso produzir a minha própria energia solar?

Sim. Com a publicação dos novos Decreto-Lei n.º 162/2019 e Regulamento n.º 266/2020, também reconhecido como Regulamento do Autoconsumo, qualquer consumidor doméstico pode produzir a sua eletricidade, nomeadamente com uma solução de painéis fotovoltaicos.

 

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Esta solução permite-me reduzir a fatura mensal da luz?

Sim. Antes da publicação da nova legislação, da sua fatura seria apenas deduzida a energia produzida de forma instantânea pelos painéis solares. Com o novo Regulamento do Autoconsumo, o saldo entre a energia produzida e a energia consumida é calculado a cada 15 minutos, o que permite um maior aproveitamento da produção e a consequente redução da fatura energética.

 

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Tenho que transmitir leituras mensais de consumo ao comercializador?

Não. O cálculo entre a energia produzida e a consumida é feito de forma automática pelo operador de rede de distribuição e comunicado diretamente ao comercializador com quem fez contrato. Este será responsável por incluir estes valores na fatura mensal.

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O que acontece se gerar mais energia do que necessito?

O excedente de energia produzida será injetado na rede de distribuição elétrica. Se, pelo contrário, existirem períodos em que não produz o suficiente para as necessidades da sua residência, o comercializador compensa as falhas. Excedentes anteriores serão sempre considerados para efeito de compensação ao consumidor.

 

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Os painéis continuam a produzir mesmo sem sol?

Sim. Apesar de a produção ser mais elevada em dias de sol, mesmo em períodos nublados a mesma continua a fazer-se, ainda que mais lentamente. Portugal é um dos países do mundo com mais horas anuais de sol, pelo que continuará a ser uma boa aposta.

 

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