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A nova era do mercado imobiliário.

22.02.2021

Escrito por: Ideias que Contam

Saiba o que precisa de analisar antes de comprar casa

2020 trouxe consigo inúmeras mudanças, que se perpetuam até hoje. Um ano após a chegada do novo coronavírus, é fácil reconhecer que o nosso dia a dia se alterou profundamente, desde a forma como nos movimentamos ou ocupamos o dia até à maneira como projetamos o nosso futuro. Hoje, viver o presente parece ser mais importante do que nunca, e a casa, onde uma grande maioria dos portugueses passa agora boa parte do seu tempo, ganhou outro estatuto. Perante este novo cenário, o que procuram os portugueses na hora de escolher uma habitação?
 

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Novas tendências

O confinamento evidenciou necessidades que antes da chegada da pandemia eram inexistentes ou pesavam pouco na decisão de compra ou arrendamento de casa. No limbo entre aquilo de que precisamos e o que desejamos têm surgido novas tendências, que ainda não se sabe se serão temporárias ou se, em contrapartida, vieram mesmo para ficar.

Listamos algumas das mais comuns:
- Habitações maiores (preferência por moradias, sobretudo fora das grandes cidades), com varandas, terraços ou jardins, parecem fazer parte dos requisitos de muitos portugueses na hora de escolher uma nova casa;
- A preocupação em ter um escritório também ganhou expressão, devido, sobretudo, à prevalência do teletrabalho;
- Aquecimento incorporado e eficiente, de forma a combater os dias frios de inverno. De recordar que, ao contrário da maior parte dos países da Europa que têm temperaturas semelhantes às nossas e onde o aquecimento está, normalmente, pensado desde a génese da casa, em Portugal, esta continua a ser uma característica em falta – este ano, durante os dias mais frios, a compra de aquecedores subiu entre 50% e 200%.
 

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Além destas características procuradas em casas já existentes, há outras formas de negócio a emergir, como, por exemplo, o setor multifamily, que consiste em construir habitações de raiz exclusivamente direcionadas para arrendamento. Pensa-se que este setor possa disparar em Portugal nos próximos cinco anos, segundo um relatório apresentado pela imobiliária Jones Lang LaSalle (JLL). Jovens entre os 18 e os 34 anos são o target principal, assim como as famílias das classes média e média baixa, e, por último, profissionais altamente qualificados atraídos pelo nosso país, que procuram uma solução residencial flexível e temporária. O relatório refere que a partir de 2023 irão surgir cerca de três mil imóveis dentro deste segmento, facto que mitigará o problema da oferta.

Compra informada

Independentemente das tendências, existem aspetos transversais que devem sempre ser tidos em conta quando se compra uma casa. Sendo considerada uma decisão de alta complexidade – associada, provavelmente, à contratação de um crédito imobiliário –, é preciso que o comprador se certifique de que analisou todas as características relevantes inerentes à aquisição de um imóvel. 

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Vendas caem 8% em 2020, mas preços oscilam pouco

Apesar do período menos favorável vivido pelo mercado imobiliário (compreendido entre março e setembro de 2020), a venda de imóveis baixou apenas 8%, comparativamente a 2019. No ano passado, terão sido transacionadas 161.500 casas em Portugal continental, sendo que o mercado esteve mais ativo no 3.º trimestre, com um total de 44 mil imóveis vendidos, segundo a informação reportada ao Sistema de Informação Residencial (SIR). 

Independentemente da ligeira quebra nas vendas, os preços das casas têm oscilado pouco e em algumas regiões até sofreram um aumento. No último trimestre do ano passado, o preço de venda das casas em Lisboa registou uma descida de apenas 0,8%, o que representa a primeira descida verificada em cinco anos na capital portuguesa. 

Um dos fatores que contribuiu para este cenário de preços altos, e que se mantém praticamente inalterável, é o facto de a população, tanto nacional como estrangeira, continuar a querer visitar – mesmo que virtualmente – casas para comprar. As imobiliárias relatam, inclusive, situações de compradores de fora do país que avançaram com um investimento sem nunca se terem deslocado fisicamente ao imóvel. De recordar que a procura internacional continua a predominar nas grandes cidades e nas zonas litorais, representando cerca de um quarto (24%) do número total de visitas a propriedades localizadas no litoral português (76% são de origem nacional), segundo o Idealista, plataforma dedicada à compra, venda e arrendamento de imóveis. 

Mesmo em tempo de pandemia, o que é certo é que a população portuguesa continua a recorrer ao crédito à habitação – número que tem vindo a crescer. Até ao final de 2020, os portugueses pediram quase 10,2 mil milhões de euros à banca para a compra de casa, o que representa um recorde referente à última década. Segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal, desde dezembro de 2019 que não havia tanto crédito concedido para esta finalidade. 

As perspetivas para 2021 adivinham-se otimistas. Por um lado, a os nacionais continua a acreditar que apostar na compra de imóveis é um investimento seguro – fator que poderá contribuir para a estabilidade ou para a subida da procura. Por outro lado, as novas necessidades que se criaram (exponenciadas pela pandemia) implementaram uma nova dinâmica no mercado imobiliário, que se prevê que continue a verificar-se ao longo deste ano de 2021. 

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