Imagen

Stop às alergias, viva a primavera.

27.04.2023

Escrito por: Ideias que contam

Se para si primavera é sinónimo de espirros, pingo no nariz e olhos a chorar, saiba que não está sozinho. Um em cada quatro portugueses sofre deste transtorno que pode prolongar-se por quase todo o ano com especial incidência na “estação das flores”. Conheça algumas dicas para sobreviver aos pólenes no ar e desfrutar dos dias mais bonitos da estação. 

A primavera simboliza renascimento. Após a letargia do inverno, a natureza volta, por fim, a pincelar-se de todas as cores e a vestir-se de variadíssimas novas formas. Outros sons regressam aos nossos ouvidos, como o chilrear dos pássaros, e os dias mais longos e amenos abraçam-nos a convidar para agradáveis passeios ao ar livre que nos recarregam as baterias de uma saudável energia. Mas não há bela sem senão. Aquela que é também conhecida pela “estação das flores” pode tornar-se uma dor de cabeça para quem sofre de alergias sazonais. 

 

As mais comuns.

Espirros, pingo no nariz, olhos a lacrimejar são alguns dos sintomas correntes nesta época do ano e que podem estender-se por todo o verão. Coincidem com a altura da polinização das plantas, o que em Portugal acontece com valores mais elevados entre abril e julho. Nesses meses, pairam na atmosfera milhões de pequeníssimos grãos de pólenes aos quais muitas pessoas são sensíveis, favorecendo uma reação alérgica.

As alergias não são mais do que uma resposta exagerada do nosso sistema imunitário a uma substância estranha (antígeno) que, no caso das primaveris são originadas, na sua maioria, por esses pólenes. Mas, de onde surgem? As gramíneas, família que abarca um grande número de espécies em que se incluem o trigo, o milho, a aveia, o bambu e outras; algumas árvores, como oliveiras, pinheiros e plátanos; e ervas e arbustos, como a parietária e a tanchagem, só para dar alguns exemplos, estão entre os desencadeantes.

Na sua presença, as pessoas mais suscetíveis podem, então, desenvolver uma rinite alérgica (popularmente conhecida como febre-dos fenos), a qual provoca espirros, nariz entupido, comichão e corrimento nasal; uma conjuntivite, denunciada por comichão ocular, ardor, lacrimejo e sensibilidade à luz; e asma alérgica, que causa tosse, pieira (ruído ao respirar) e, eventualmente, falta de ar.

Perante estes sintomas, sobretudo se recorrentes, para um diagnóstico correto da doença e definir a terapêutica mais adequada a cada caso nada melhor do que consultar o médico, cumprir o plano de tratamento e evitar os fatores de risco. Veja como se defender e minimizar os seus efeitos.
 


Stop Alergias
 

10 Dicas para se Proteger.

Se é um dos portugueses que sofre de alergias primaveris, minimize os sintomas com alguns cuidados a adotar no seu dia a dia. 

1 - Consulte os Boletins polínicos da Rede Portuguesa de Aerobiologia, disponíveis por região, e saiba onde e quando há maior concentração de pólenes no ar. O mesmo site oferece um dicionário que dá a conhecer as principais plantas causadoras de alergias no nosso país.

2 - Recorra a estas previsões para programar passeios e férias longe dos locais mais afetados, sobretudo se tem por hábito ir para o campo ou montanha. As praias são mais seguras para os alérgicos aos pólenes, mas o sol pode igualmente provocar alergias na pele. Não se esqueça do protetor solar e evite as horas de risco, entre as 11 e as 16h00.

3 - Não passeie ao ar livre em dias quentes e ventosos, pois os pequeníssimos grãos emanados das plantas e árvores espalham-se mais facilmente. Já agora, lembre-se de que as máscaras faciais tanto protegem de microrganismos como o vírus da covid-19 como de poeiras, pelo que também são úteis para se defender dos pólenes quando anda na rua. Eleja, sobretudo, as FFP2, que têm maior poder de filtração.

4 - Mantenha-se afastado de grandes espaços relvados e recuse trabalhos de jardinagem, como cortar relva.

5 - Não areje a casa durante o dia. Faça-o preferencialmente ao final da tarde ou à noite e por períodos curtos. Limpe-a e aspire-a com frequência, sem varrer.

6 - Quando anda de automóvel, feche os vidros, e se se desloca de moto ou de bicicleta opte por usar um capacete integral.

7 - Não deixe a roupa usada do dia no quarto, pois terá certamente partículas acumuladas que se espalham pela divisão onde dorme. Por outro lado, não ponha a roupa lavada a secar durante a manhã no estendal exterior, prefira o interior ou um secador, para que os pólenes não se fixem nos tecidos.

8 - Limite o contacto com animais de estimação que passam muito tempo ao ar livre.

9 - Se costuma levantar-se cedo para praticar um desporto no exterior, procure uma alternativa interior ou opte por outra hora de menor concentração de pólenes no ambiente. Os níveis mais elevados destas partículas no ar registam-se sobretudo de manhã até ao meio-dia ou início da tarde. Por outro lado, fique longe de parques e jardins.

10 - Lave as mãos com frequência e não esfregue os olhos. Quando sai de casa, use óculos escuros.

Estas são as recomendações da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e da Direção-geral de Saúde que vão ajudá-lo a tirar o melhor dos partidos dos dias bonitos que aí vêm. Viva a primavera com mais saúde e bem-estar!