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Estratégia de Investimento Semanal (2 de Janeiro)

02.01.2023

Escrito por: Bankinter

Tom misto nas bolsas na semana passada, mas com elevada volatilidade, especialmente nos EUA. Semana sem referências e com escasso volume. 
Algo típico desta época natalícia. Onde existiram movimentos um pouco mais relevantes foi nas obrigações, com um aumento da yield, continuando com a tendência iniciada após as reuniões da Fed e do BCE a meados de dezembro, nas quais surpreenderam com um tom mais hawkish (duro) do que o previsto.
Fechámos assim um ano de 2022 mau para ações e obrigações. Os principais índices recuaram: Eurostoxx50 -12%, S&P500 -19% e Nasdaq100 -33%. O Ibex35 foi um dos índices que melhor aguentou (-5,6%), graças, em grande parte, à sua elevada exposição a bancos. As obrigações também caíram muito 
(Bloomberg Global Aggregate -16%). Os principais motivos foram a guerra na Ucrânia, a inflação descontrolada a nível global e as subidas acentuadas das 
taxas de juro pelos bancos centrais. 
Esta semana volta a atividade aos mercados após a paragem de Natal e, com esta, bastantes referências macro. Embora na segunda-feira a sessão ainda seja a meio gás, uma vez que as bolsas estão fechadas nos EUA, no Reino Unido e em grande parte da Ásia, devido às celebrações do Ano Novo, a partir 
de terça-feira serão publicados dados que poderão marcar o rumo das bolsas. IPC da Alemanha (terça-feira), ISM Indústria nos EUA, Atas da última reunião 
da Fed (quarta-feira) e o mais importante: Inflação na Zona Euro e Emprego nos EUA (sexta-feira). Prevê-se que o IPC da UE volte a descer em dezembro, pelo segundo mês consecutivo. Segundo o consenso, o IPC deverá fechar 2022 nos +9,5% vs +10,1% anterior e +10,7% máximo atingido em outubro. 
Relativamente ao Emprego nos EUA, prevê-se um menor ritmo de criação de postos de trabalho (200k em dezembro vs 263k anterior), embora com uma Taxa de Desemprego estável nos 3,7%. Também teremos Encomendas à Indústria e Vendas a Retalho, cujos números se prevê que sejam piores do que em dezembro, como nova consequência da desaceleração económica e mesmo recessão em algumas geografias. Caso se cumpram estas expetativas, ganhará força a nossa hipótese de que os banqueiros centrais não vão poder subir as taxas de juro até onde deveriam. 
Em resumo, as bolsas poderão começar 2023 em alta, embora de forma muito moderada. Prevemos um ano construtivo para as ações, mas com avanços lentos e uma elevada volatilidade. Os principais índices oferecem potenciais modestos para o ano (+10% o S&P500 e +14% o Eurostoxx50),que se deverão materializar de forma progressiva à medida que a inflação desça e seja visível a travagem do processo de subidas das taxas de juro pelos 
bancos centrais. Assim, é a altura de começar a construir, pouco a pouco, a carteira, aproveitando possíveis correções pontuais. 
Link para o Relatório de 
Estratégia Trimestral 1T de 2023.
Por último, a Análise e Mercados Bankinter deseja-lhes um Feliz 2023!