Diretor da Bankinter Gestión de Activos analisa evolução económica internacional

Na sua habitual coluna Bull and Bear, no Jornal de Negócios, o Diretor da Bankinter Gestión de Activos, José Miguel Calheiros destaca a valorização significativa do dólar americano contra todas as moedas do G10 e afirma que está a funcionar como o “ativo de refúgio de eleição” num mundo conturbado, quando todos os ativos financeiros registam pesadas perdas. Prevê também que esta posição de vantagem do dólar não sofra alterações no curto prazo, “dada a obstinação da Fed em alcançar uma taxa de inflação mais baixa” nos próximos meses.

A análise de José Calheiros incide ainda sobre a atuação dos bancos centrais do G7, que considera terem iniciado tardiamente o processo de normalização de taxas de juro para aplacar a onda inflacionista que assola o mundo. Os bancos centrais estão “apostados em recuperar agora o tempo perdido, com subidas consecutivas de taxas, cuja magnitude não tem comparação nos últimos 30 anos”. O Diretor da Bankinter Gestión de Activos questiona se o ritmo destas subidas não estará a ser rápido demais, considerando o impacto retardado do agravamento dos juros, as restrições na oferta de matérias-primas e nas cadeias de abastecimento.

No texto publicado esta semana, José Miguel Calheiros coloca ainda em destaque o ministro das Finanças britânico, Kwasi Kwarteng, pelo conjunto de medidas anunciadas e que resultam num “forte crescimento da despesa sem correspondente financiamento através de impostos”. O Diretor da Bankinter Gestión de Ativos aborda também a reação do mercado de obrigações do tesouro inglês, “sinal claro de que os investidores não têm, hoje em dia, complacência com políticas fiscais irresponsáveis”.